Instituições religiosas recebem homenagens da Assembléia
Legislativa
O centenário da chegada da Congregação das Irmãs da
Providência de Gap ao Brasil e os 50 anos de fundação da Conferência
dos Religiosos do Brasil (CRB) foram comemorados pela Assembléia
Legislativa em Reunião Especial realizada no Plenário nesta
quinta-feira (18/11/04). A homenagem atendeu a requerimento do
deputado Laudelino Augusto (PT), que destacou que as obras que as
congregações realizam respondem aos apelos e às necessidades básicas
do povo. "Todas as ações dos religiosos nascem em resposta às
demandas populares, como sinal do amor de Deus", afirmou o deputado.
A reunião foi presidida pelo 2º-vice-presidente da Assembléia,
deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), que representou o presidente
Mauri Torres (PSDB).
Em seu discurso, Laudelino Augusto ressaltou que a
história do Brasil está ligada à presença da vida religiosa,
lembrando que nas caravelas que trouxeram os portugueses havia
franciscanos, jesuítas, dominicanos. O deputado disse, ainda, que
tempos atrás a obrigação do Estado era cumprida pelas congregações e
ordens religiosas. "Muitas surgiram exatamente para acolher um povo
abandonado na doença, sem orientação e amparo. Hoje, o Estado já não
está tão omisso, mas as congregações e ordens religiosas, no
entanto, continuam parceiras, complementando o trabalho do Estado e,
em alguns lugares, ainda o substituindo", concluiu.
A presença dos religiosos na história do Brasil
também foi mencionada na fala do presidente da Regional de Belo
Horizonte da Conferência de Religiosos do Brasil, Padre José Estevam
de Paiva. "Não podemos entender a história da Igreja no nosso País
sem fazer referência aos religiosos e às religiosas. Com o advento
da República, a importação de religiosos estrangeiros se tornou uma
prática corrente. Muitos deles estão a serviço da implantação de um
projeto de neocristandade", afirmou.
O presidente da CRB informou, ainda, que a entidade
foi fundada em 11 de fevereiro de 1954, no Rio de Janeiro, com a
finalidade de promover e animar a vida religiosa no Brasil e
coordenar as atividades que visem a esse objetivo, por meio de
iniciativas de caráter religioso, cultural, assistencial e
filantrópico. De acordo com Padre Estevam, para cumprir essas
finalidades e executar suas programações, a CRB conta com uma
organização nacional com sede no Rio de Janeiro, e mais 20 seções
regionais filiadas à entidade e subdividas, por sua vez, em núcleos
e agrupadas por regiões. "A CRB busca acertar o passo com a história
e tornar-se presença evangelicamente significante no cenário
eclesial e social do Brasil", concluiu.
Congregação é destaque na educação dos mineiros
O deputado Adelmo Carneiro Leão rememorou, em seu
discurso, a trajetória da Congregação das Irmãs da Providência de
Gap, desde sua chegada no Sul de Minas, até sua expansão pelas
diversas regiões carentes de Minas Gerais e do Brasil. "Desde o
início de sua atuação, a congregação procura suprir necessidades
verificadas em locais onde o Estado e outras instituições ainda não
compareciam", disse. De acordo com o 2º-vice-presidente, a
orientação da congregação tem sido criar uma frente pioneira
beneficiando comunidades carentes em educação e formação
profissional. "O que comemoramos, portanto, são 50 anos de promoção
da dignidade do ser humano. Minas Gerais e o Brasil são eternamente
devedores da Congregação da Providência das Irmãs de Gap",
concluiu.
Placas - Os deputados
Adelmo Carneiro Leão e Laudelino Augusto (PT) entregaram aos
homenageados, Padre José Estevam de Paiva e Irmã Sérvula Barbosa,
placas alusivas à homenagem. O Coral da Assembléia, sob a regência
de Guilherme Bragança, também prestou homenagem à CRB e à
Congregação das Irmãs da Providência de Gap.
A superiora provincial da Congregação das Irmãs da
Providência de Gap no Brasil, Irmã Sérvula Barbosa, agradeceu a
homenagem e lembrou das religiosas que chegaram da França para
implantar no Brasil um projeto de educação. "Nossas predecessoras
fundaram pequenos colégios em cidades também pequenas, no interior
do Estado, numa época em que crianças de 11 anos eram obrigadas a
deixar seus estudos ou sua cidade se não houvesse ali um colégio das
Irmãs". De acordo com o relato da religiosa, aos poucos, o País foi
se desenvolvendo e o ensino foi se democratizando, passando a ser
oferecido para todos ou para quase todos. "Nossos colégios passaram
a ser conveniados com o Estado e logo se transformaram em
estaduais", informou.
De acordo com a Irmã Sérvula Barbosa, hoje a
congregação trabalha sobretudo na formação de comunidades, em
educação informal. "Temos nos deslocado para áreas geográficas mais
carentes, somando forças com outros grupos que se dispõem a
trabalhar na educação para todos, pela inclusão, por critérios
éticos, pela cidadania. Conservamos, na educação sistemática, uma
faculdade de Enfermagem e um único colégio", concluiu.
A Congregação das Irmãs da Providência de Gap foi
fundada na época da Revolução Francesa, quando um jovem padre
ofereceu formação para algumas moças, para que pudessem prestar
atendimento especialmente à área da educação e às vítimas da
Revolução.
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