Deputados apontam soluções para Epamig de Pitangui

Um parecer jurídico segundo o qual os funcionários da Epamig pertencem ao Estado, e portanto as dívidas trabalhistas ...

16/11/2004 - 01:00
 

Deputados apontam soluções para Epamig de Pitangui

Um parecer jurídico segundo o qual os funcionários da Epamig pertencem ao Estado, e portanto as dívidas trabalhistas contraídas com esses teriam que ser pagas pelo Estado, e não pela empresa, trouxe nova esperança para evitar o leilão da fazenda de 442 hectares da Epamig em Pitangui. O anúncio foi feito pelo deputado Paulo Cesar (PFL), durante audiência pública da Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa realizada nesta terça-feira (16/11/04), com a presença de autoridades, professores e moradores daquela cidade do Centro-Oeste mineiro. Foi aprovado também requerimento do deputado Paulo Piau (PP), pedindo que o governador Aécio Neves receba em audiência todas as partes interessadas.

A audiência da Comissão de Administração Pública, proposta por seu presidente, deputado Domingos Sávio (PSDB), ocorre apenas onze dias após encontro de outras duas comissões em audiência pública realizada na própria sede da Epamig, em Pitangui. Isso provocou discussão entre os deputados a respeito da descoordenação de esforços para salvar o patrimônio da Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária (Epamig) e a escola onde estudam 130 alunos.

De um lado, os deputados Antônio Júlio (PMDB) e Paulo Cesar relataram suas iniciativas prévias em favor do CT-Itac, e de outro, o deputado Domingos Sávio procurou demonstrar que a audiência estava marcada desde outubro último, e que teria havido tentativa de boicote à reunião, por causa da ausência do presidente da empresa, Baldonedo Arthur Napoleão, e da diretora da unidade, Marúsia Guimarães Rodrigues.

Paulo Cesar lembrou que, em Pitangui, os deputados haviam decidido por uma nova reunião na Assembléia em que as autoridades ausentes - a secretária da Educação, Vanessa Guimarães Pinto; o secretário da Agricultura, Silas Brasileiro; e Baldonedo Napoleão - seriam convocados a prestar esclarecimentos.

Por sua vez, Antônio Júlio atribuiu o desperdício de esforços às lideranças de Pitangui, que recorriam ora a um, ora a outro representante. "A vaidade fala mais alto e todos atiram para todos os lados. As coisas não vão acontecer separadamente. Se chegarem desta maneira ao governador, este vai se recusar a atender, e a escola vai acabar sendo fechada", disse o deputado.

Epamig recebeu apenas 14% do seu orçamento

A deputada Jô Moraes procurou conduzir o debate para a importância do papel que as escolas da Epamig precisam desempenhar no desenvolvimento do Estado, e manifestou-se perplexa ao saber que as tentativas de leiloar a unidade de Pitangui se deviam a uma dívida trabalhista geral com todos os funcionários da empresa no Estado, e não a um problema localizado. "Fui informada de que a Epamig, até novembro, recebeu apenas 14% do seu orçamento", disse a deputada.

Moraes sugeriu que as comissões de Administração Pública, de Educação e de Política Agropecuária trabalhem em conjunto e que os deputados se esforcem por incluir mais recursos para a empresa na revisão do PPAG e na lei orçamentária.

O deputado Paulo Piau informou que sente orgulho de fazer parte dos quadros da Epamig há 18 anos, e fez críticas aos últimos governos, por deixarem a pesquisa em estado de abandono. "Os demais Estados percebem a importância da pesquisa como ferramenta de desenvolvimento. Por isso São Paulo avança e ficamos para trás. Paraná avança e ficamos para trás. A razão é que Minas tem sido governada por políticos que não enxergam um palmo adiante do nariz, e não por estadistas. Nós, deputados, temos responsabilidade direta sobre isso", desabafou.

O deputado Paulo César confirmou também que o presidente da Epamig, Baldonedo Arthur Napoleão, não comparecera à audiência de Pitangui para evitar ser citado judicialmente sobre o leilão. Para o vice-prefeito eleito Marcílio Valadares, "é vergonhoso o presidente da Epamig ter que fugir a um chamamento da Justiça". Paulo Piau considerou "uma desmoralização que a empresa esteja com seu patrimônio penhorado". Paulo Cesar afirmou estar convencido de que não ocorrerá esse leilão, devido ao parecer jurídico ao qual teve acesso.

Antônio Júlio propôs que as lideranças de Pitangui chegassem a um acordo sobre quem deveria coordenar os esforços em favor da escola. "Se eu não for o escolhido, fico à parte e prometo não atrapalhar, mas Pitangui precisa encontrar seu rumo", assegurou. Domingos Sávio contrapôs que a melhor atitude não seria a de entregar a liderança a um único deputado, mas a conjugação dos esforços de todos para o fortalecimento da causa. Assegurou que não abria mão de participar, como deputado da região. "Isso seria como renunciar a meu mandato", finalizou.

Presenças: Deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Paulo Piau (PP), vice-presidente; Fábio Avelar (PTB), Antônio Júlio (PMDB), Paulo Cesar (PFL) e a deputada Jô Moraes (PCdoB).

 

 

 

 

 

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