Convidados não comparecem para debater recursos para penitenciárias

Um desrespeito ao Poder Legislativo. Assim os deputados da Comissão de Segurança Pública analisaram a ausência, na re...

16/11/2004 - 01:01
 

Convidados não comparecem para debater recursos para penitenciárias

Um desrespeito ao Poder Legislativo. Assim os deputados da Comissão de Segurança Pública analisaram a ausência, na reunião da comissão nesta terça-feira (16/11/04), dos cinco convidados que deveriam prestar esclarecimentos sobre a destinação dos recursos federais repassados ao Estado para construção de seis penitenciárias e uma colônia penal. Eles criticaram, sobretudo, a ausência dos representantes do Executivo estadual: o secretário de Defesa Social, desembargador Lúcio Urbano; o subsecretário de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro Filho; e o diretor-geral do Deop, Nelson de Andrade Reis. Também haviam sido chamados Cleyton Alfredo Nunes, do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, e Marcos Aurélio de Paula Terrinha, do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de Minas Gerais. Todos serão novamente convidados para prestarem esclarecimentos à comissão, em reunião a ser realizada, provavelmente, na próxima semana.

A comissão quer saber o que foi feito com os recursos que o governo federal repassou ao Estado, nos últimos anos, referentes a convênios para construção de penitenciárias regionais em Uberaba (convênio 016/2002), Muriaé (convênio 030/2002), Formiga (031/2002), Santa Luzia (036/2002), Três Corações (038/2002) e Patrocínio (038/2002), e de uma colônia penal em Vespasiano (028/2002).

Segundo relatório do Ministério da Justiça, datado de 22 de julho deste ano, em poder do deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento que solicitou a audiência pública, o governo federal enviou quase a totalidade dos recursos referentes aos sete convênios, mas as obras só foram parcialmente executadas, algumas não passando de 10% do previsto. Na colônia penal de Vespasiano, que terá capacidade para 143 detentos, apenas 14% das obras foram realizadas; na penitenciária regional de Muriaé, 9,6%; na de Formiga, 31,1%; na de Santa Luzia, 36%; na de Três Corações, 28%; e na de Patrocínio, 32%. Para o deputado, o governo estadual tem sido incoerente ao cobrar mais recursos da União para a segurança pública, pois o Estado não deu sua contrapartida nos convênios nem executou as obras, encontrando-se inadimplente junto ao Tesouro Nacional.

O presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), condenou o desvio de recursos que deveriam ser destinados à área de segurança pública para o caixa único do Estado, e cobrou maior alocação de recursos orçamentários para o setor. "Há 15 anos não há investimento real em segurança em Minas Gerais; o que vemos é apenas a reposição, muitas vezes parcial, de alguns equipamentos", criticou. O deputado lembrou, ainda, a complexidade dos problemas relacionados à segurança pública e defendeu a vinculação de recursos como uma possível solução. Acatando sugestão de Rogério Correia, Sargento Rodrigues disse, ainda, que vai agendar visita da comissão às obras referentes aos sete convênios, para que os parlamentares possam verificar, in loco, o estágio em que se encontram as construções das penitenciárias.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Rogério Correia (PT), Chico Simões (PT) e Fábio Avelar (PTB).

 

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