Deputados estão em Brasília para entregar diagnóstico sobre o Rio Doce

Os deputados estaduais José Henrique (PMDB) e Márcio Passos (PL), membros da Comissão Interestadual Parlamentar de Es...

17/11/2004 - 01:01
 

Deputados estão em Brasília para entregar diagnóstico sobre o Rio Doce

Os deputados estaduais José Henrique (PMDB) e Márcio Passos (PL), membros da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos da Bacia do Rio Doce - Cipe Rio Doce -, estão em Brasília, onde participam de uma série de audiências nesta quarta (17) e quinta-feira (18/11/04), juntamente com parlamentares estaduais e federais de Minas Gerais e do Espírito Santo. Eles têm um encontro, na tarde desta quarta (17), com assessores do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, e na tarde de quinta-feira (18) com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, além de reuniões com outros deputados e técnicos da Câmara dos Deputados ligados à área de meio ambiente. O objetivo da visita é entregar às autoridades um plano de saneamento ambiental para a bacia do Rio Doce, chamado "Rio Doce Limpo", que foi elaborado pelos deputados mineiros e capixabas e suas assessorias, e finalizado num encontro realizado em Vitória (ES), em 19 de outubro.

Dois secretários de Estado mineiros participam da comitiva: José Carlos Carvalho, do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, representando o governador Aécio Neves, e Teodoro Alves Lamounier, do Desenvolvimento Regional e Política Urbana. Entre os compromissos nos ministérios, a comitiva se reúne com os deputados federais e senadores mineiros e capixabas da Frente Parlamentar em Defesa do Rio Doce, do Congresso Nacional, numa articulação feita pelo deputado federal Ivo José (PT-MG). Está agendada também uma reunião no Ministério da Saúde, e outras foram solicitadas no Ministério das Cidades e na Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O lobby parlamentar tenta assegurar em todas as fontes ministeriais possíveis, e ainda através de emendas parlamentares de bancadas, o maior volume de recursos que puder ser direcionado para a construção de sistemas de tratamento de esgotos na bacia do Rio Doce.

Despoluir 90% da bacia até 2020

A bacia do Rio Doce tem 230 municípios (202 em Minas e 28 no Espírito Santo), onde vivem 3,5 milhões de habitantes. Para o plano de despoluição foram priorizados 210 municípios que despejam os esgotos diretamente no Rio Doce. Esses municípios foram separados em dois blocos: 167 com população urbana até 10 mil habitantes; e 43 com população superior a 10 mil pessoas. Nesses 43 municípios maiores vivem 80% dos habitantes da bacia.

O levantamento durou quatro meses e envolveu técnicos que percorreram essas 43 cidades, além de enviarem formulários com perguntas para as demais. As 13 cidades com mais de 50 mil habitantes da bacia (que tem 3,5 milhões de habitantes) respondem por 40% do lançamento de esgotos. Apenas Ipatinga trata integralmente seus efluentes.

A meta do plano "Rio Doce Limpo" é o de despoluir 90% do Rio Doce até 2020, a um custo estimado em R$ 800 milhões. Os deputados não consideram este custo tão elevado, tendo em vista a importância do PIB instalado às margens do rio e as comparações com as necessidades de saneamento básico de Minas, orçadas em R$ 17 bilhões, e as do país, calculadas em R$ 178 bilhões. Os critérios definidos em Vitória para priorizar as obras são sociais, econômicos e ambientais. Dentre os sociais, está o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Quanto menor o IDH, maior a necessidade de investimentos. Também os índices de mortalidade infantil e de esquistossomose no município serão considerados para atribuir prioridades. O critério econômico é o do custo per capita do investimento, ou seja, reais a serem gastos por habitante. Projetos com alto custo per capita podem ficar para depois. Por último, os critérios ambientais. Quanto maior a carga poluidora produzida sem tratamento, maior a necessidade de tratamento.

 

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