Revisão do PPAG termina com aprovação de quase 200 propostas

Quase 200 propostas para o Plano Plurianual de Ação Governamental foram apresentadas na plenária final da audiência d...

10/11/2004 - 01:00
 

Revisão do PPAG termina com aprovação de quase 200 propostas

Quase 200 propostas para o Plano Plurianual de Ação Governamental foram apresentadas na plenária final da audiência de revisão do PPAG, na tarde desta quarta-feira (10/11/04), no Plenário da Assembléia Legislativa. Os representantes dos sete grupos de trabalho, formados por órgãos, entidades e sociedade civil, fizeram um balanço de como foram as discussões, na tarde dessa terça-feira (9) e na manhã desta quarta, dos 31 projetos estruturadores do Plano Plurianual. Compuseram também a mesa dos trabalhos o deputado André Quintão (PT), presidente da Comissão de Participação Popular; o secretário de Estado adjunto de Planejamento e Orçamento, Tadeu Barreto Guimarães; e o superintendente de Planejamento, Bernardo Tavares de Almeida.

Agora, as propostas se transformarão em Propostas de Ação Legislativa (PLEs) a serem analisadas pela Comissão de Participação Popular. Lá receberão parecer e, caso forem pertinentes, serão apresentadas sob a forma de emendas aos projetos de revisão do PPAG e do Orçamento do Estado para 2005, que estão em tramitação na Casa. Essas explicações foram repassadas aos participantes do evento por André Quintão. As propostas não pertinentes a esses dois projetos poderão se transformar em reivindicações e sugestões a outros órgãos. Quintão anunciou também que, para agilizar esses procedimentos, já na próxima semana, a comissão vai realizar sua reunião ordinária e mais duas extraordinárias.

Secretário mostra outros dados sobre execução financeira do PPAG

Tadeu Barreto Guimarães esclareceu aspectos da execução financeira dos projetos estruturadores do PPAG, afirmando que, até 8 de novembro, de um crédito total autorizado de R$ 733 milhões, com recursos do Tesouro estadual, foram pagos R$ 443 milhões, ou seja, 60%. Quanto às demais fontes (inclusive recursos da União), a execução foi de 29%. Um exemplo de projeto que contou com outras fontes é o de redução da criminalidade violenta em Minas, que teve uma execução de apenas 11% do crédito autorizado, de acordo com Guimarães. O dado final aponta para uma execução financeira de 54%, segundo ele.

Na abertura da audiência de revisão, Tadeu Guimarães havia afirmado, no entanto, que, dos R$ 472 milhões liberados este ano pelo governo para a execução financeira do plano, tinham sido utilizados até agora 81% dos recursos - R$ 384 milhões. O secretário voltou a lembrar, por outro lado, que a avaliação não deve ser feita com base apenas nos índices de execução financeira, mas também levando-se em conta o cumprimento das metas físicas dos projetos.

Grupos cobram recursos para viabilizar o que está no papel

Grupo 1 (Educação, Cultura e Turismo) - A representante desse grupo, Beth Arenque, pertence também à comissão de representação do Fórum de Cultura, realizado pela ALMG este ano. Ela destacou que, apesar de os gerentes dos projetos estruturadores "terem vontade de que tudo dê certo", é fundamental a ação da sociedade e que os investimentos em educação, cultura e turismo sejam reais. O grupo teve 187 inscritos e quase 60 propostas, sendo que na área cultural, as principais sugestões foram de criação de centros culturais; aumento do orçamento para cultura; implantação e destinação de recursos orçamentários para o fundo de cultura. Quanto à educação, a maioria das propostas tratou da capacitação dos professores, para melhorar a qualidade do ensino.

Grupo 2 (Saúde e Habitação) - O representante do grupo, Cristiano da Matta Machado, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed), destacou que os debates se concentraram em três pontos. Um deles foi o questionamento sobre a inclusão no orçamento, como gastos na saúde, de outros recursos, como do saneamento básico. Ele lembrou a importância de cumprir a Constituição e, em particular, a Emenda 29, que prevê investimentos progressivos em assistência básica à saúde. Outro ponto abordado no grupo, no qual foram apresentadas 22 propostas, foram as atribuições do Conselho Estadual de Saúde. Segundo Machado, integrantes do conselho pediram mais informações e um contato próximo com os gestores dos projetos, para que não sejam depois responsabilizados por omissões ou ações. O representante do grupo também cobrou que, em 2005, o debate ocorra com base na execução orçamentária de 2004, para evitar que "a participação seja diluída por uma eventual peça orçamentária de ficção".

Grupo 3 (Segurança e inclusão social) - A representante do grupo, Léa Lúcia Braga, presidente do Conselho Federal de Serviço Social, destacou que cerca de 80% dos 203 inscritos participaram das discussões. Foram 41 propostas, sendo 24 sobre inclusão social das famílias vulnerabilizadas - um projeto estruturador incluído na lei do PPAG por emenda popular, após as audiências do ano passado. Uma das propostas sobre o projeto apontou a necessidade de municipalização das ações. Outras reivindicações do grupo foram: qualificação da gestão dos projetos; aporte de recursos para viabilizar o que está no PPAG; capacitação de todos os atores envolvidos no processo, como integrantes de conselhos, sociedade civil, técnicos e gestores.

Grupo 4 (Agricultura, pecuária, abastecimento e meio ambiente) - O representante do grupo foi Vilson Luiz da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg). Ele afirmou que a participação foi de cerca de 100% dos inscritos, que apresentaram 36 propostas (12 sobre gestão ambiental, cinco sobre revitalização do São Francisco, duas para eletrificação rural, agronegócio, eletrificação rural e cadeia produtiva do café, e 15, gerais). Vilson reafirmou a necessidade de não só alocar recursos no Orçamento, mas garantir a execução dos investimentos. Ele criticou o projeto que tratou do agronegócio, em que a visão, segundo ele, é voltada para o grande empresário e não para o pequeno produtor e o agricultor familiar. O representante também reivindicou a qualificação da mão-de-obra da população rural para a retomada do crescimento e a implementação de políticas públicas para garantir a permanência do homem no campo. A solicitação de um matadouro regional em Almenara também foi destacada.

Grupo 5 (Fomento ao desenvolvimento) - O representante do grupo, Lúcio Guterres, vice-presidente da CUT-MG, enfatizou que a revisão participativa do PPAG é um processo que veio para ficar e do qual a sociedade não vai mais abrir mão. Ele valorizou a importância da parceria do Legislativo com o Executivo nas audiências, ressaltando que o movimento social sempre cobrou a participação popular também durante o mandato e não só no momento de votar. Entre as nove propostas apresentadas pelo grupo, estão: ampliação do gasoduto para cidades próximas às já determinadas para recebê-lo; melhoria da logística e do acesso ao Aeroporto de Confins, visando à exportação; transformação do Aeroporto da Pampulha em regional, para abrigar pequenas aeronaves; adoção do fundo de garantia e não de avalista como garantia de empréstimos no BDMG pelos pequenos empresários.

Grupo 6 (Infra-estrutura de transporte e logística) - A representante, Jussara Belavinha, diretora regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), informou que a participação no grupo foi reduzida, com apenas 20 pessoas entre as 45 inscritas, que apresentaram 12 propostas. Os participantes se dividiam entre pessoas vindas do Vale do Jequitinhonha e representantes de associações comunitárias e moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A impressão que ficou, segundo Jussara, é que, senão a maioria, mas grande parte dos investimentos nos quatro projetos estruturadores depende de recursos do governo federal ou da iniciativa privada. São eles: Corredores radiais de integração e desenvolvimento; Potencialização da logística do Triângulo/Alto Paranaíba; Pavimentação de ligações e acessos rodoviários aos municípios; Reestruturação da plataforma logística e de transportes da RMBH.

Grupo 7 (Planejamento e gestão) - O coordenador, Benício de Assis Araújo, engenheiro civil e sanitarista, destacou a participação no grupo, que contou com cerca de 70 pessoas, as quais contribuíram com 16 propostas: dez relacionadas a Choque de gestão, duas relativas a Unidade Parceria Público-Privada, duas sobre Centro Administrativo de Minas Gerais, e duas gerais. Benício destacou que muitas das propostas envolvendo o choque de gestão do governo estadual estiveram voltadas para mecanismos de capacitação dos agentes do programa, seleção de setores e mecanismos de controle social. Quanto ao Centro Administrativo, os participantes reivindicaram mais canais de discussão para o projeto.

 

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