| Deputados querem transferência imediata de vôos para 
            Confins Os deputados Fábio Avelar (PTB) e Gustavo Valadares 
            (PFL) cobraram com veemência a transferência imediata dos vôos 
            comerciais do aeroporto da Pampulha para o de Confins, sem esperar 
            pelas obras de melhoria do acesso a Lagoa Santa anunciadas pelo 
            Governo do Estado e pela Prefeitura de Belo Horizonte. Também o 
            deputado Marcelo Gonçalves (PDT) defendeu a reabilitação 
            incondicional do aeroporto de Confins e criticou a atitude do 
            prefeito da Capital, Fernando Pimentel, de interferir no 
            Departamento de Aviação Civil (DAC) para centralizar em Belo 
            Horizonte os vôos interestaduais. Esses posicionamentos foram feitos durante 
            audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras 
            Públicas, realizada na tarde desta terça-feira (9/11/04), que teve a 
            presença de outros três deputados, do secretário de Estado de Obras 
            Públicas, Agostinho Patrús, e de representantes do DAC, da Infraero, 
            Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), da 
            Prefeitura de Belo Horizonte, da Associação Brasileira das Agências 
            de Viagem (Abav), da Codemig, da Líder Táxi Aéreo e de lideranças 
            das cidades de Lagoa Santa, Confins, Matozinhos e Pedro Leopoldo. 
            Apenas a Fiemg e a PBH apresentaram posições contrárias à 
            transferência dos vôos. No entanto, a decisão tomada pelo DAC, a pedido do 
            prefeito Pimentel, descarta a transferência dos vôos em 1º de 
            dezembro próximo e adia para 5 de março, "desde que o departamento 
            considere satisfatórias as condições estipuladas para melhoria da 
            acessibilidade ao aeroporto de Confins", conforme ressalvou o 
            representante do órgão, Cel. Álvaro Bittencourt. Valseni Braga, da 
            Infraero, acrescentou que os vôos das quatro principais companhias 
            (Varig, Vasp, Gol e Tam) devem ser transferidos em conjunto, porque 
            não haveria como dividi-los entre ponte aérea e demais vôos, a 
            exemplo do que foi feito em São Paulo e no Rio de Janeiro.  O secretário de Estado de Transportes e Obras 
            Públicas, Agostinho Patrús, informou que o Governo de Minas já 
            investiu este ano R$ 6 milhões na melhoria do piso, sinalização, 
            iluminação, construção de passarelas e recuperação de 
            guard-rails na MG-010 entre Venda Nova e Confins, e que o 
            projeto definitivo para a construção de uma via rápida até Confins 
            está sendo preparado pelo DER e será conhecido no primeiro trimestre 
            de 2005.  O secretário municipal de Coordenação de Política 
            Urbana e Ambiental, Murilo Valadares, acrescentou que a obra 
            completa, incluindo a duplicação das avenidas Antônio Carlos e Pedro 
            I, e a readequação da Cristiano Machado, custaria R$ 150 milhões. 
            "Há duas semanas, recebemos a garantia de recursos de R$ 1,38 milhão 
            da Prefeitura e igual quantia do Governo do Estado para iniciarmos a 
            duplicação da Antônio Carlos", informou Valadares. "Não teremos 
            objeção à transferência se os investimentos para a acessibilidade 
            forem garantidos. O prefeito Pimentel pediu adiamento de 90 dias 
            para ouvir a sociedade", acrescentou. Essa última afirmação inflamou o deputado Fábio 
            Avelar, que contrapôs que a sociedade já havia sido suficientemente 
            ouvida durante quase um ano de trabalho da Comissão Especial dos 
            Aeroportos, e que havia ficado claro para ele que a maioria queria a 
            transferência e que a data fixada em 1º de dezembro, numa audiência 
            pública realizada em Confins no dia 17 de agosto, era definitiva, e 
            não cabendo ao DAC alterá-la. Leandro Pinheiro, diretor do Sindicato 
            Nacional dos Aeroportuários, acrescentou que a Prefeitura não havia 
            participado de nenhuma das onze audiências sobre o assunto, e por 
            isso ignorava a posição da sociedade. Bittencourt, do DAC, argumentou que se tratava de 
            um pedido do prefeito da Capital, e que não era possível ignorá-lo. 
            Marco Paulo Dani, da Fiemg, mencionou uma pesquisa do DAC com os 
            usuários do aeroporto da Pampulha, segundo a qual 67% se opõem à 
            transferência, e 20% criticam que não há oferta de vôos em Confins. 
            Pela mesma pesquisa, nenhum usuário considera inseguro o aeroporto 
            da Pampulha, se comparado a Confins. Outro representante da Fiemg, Teodomiro Camargo, 
            também se manifestou contra a transferência, alegando que Minas 
            perderia competitividade para atrair grandes feiras para o 
            Expominas, cujo espaço está sendo triplicado. "Feiras como a da 
            construção civil, realizada em São Paulo, estão em decadência. O 
            espaço é caro para o expositor e vemos aí uma oportunidade para 
            Minas competir, mas perderíamos essa competitividade se os vôos não 
            chegarem ao aeroporto central", disse ele. Por outro lado, o representante da Associação 
            Brasileira das Agências de Viagem, José Maurício Miranda, argumentou 
            que 80% dos passageiros que compram suas passagens nos balcões dos 
            aeroportos seriam favoráveis à transferência, e que Minas está 
            perdendo vôos internacionais porque a Pampulha não comporta aviões 
            de grande porte. "Precisamos pensar em vôos internacionais que 
            desenvolvam o turismo. Os motivos que levaram à transferência dos 
            vôos de Confins para a Pampulha foram puramente comerciais", 
            afirmou. O brigadeiro Paulo Sobreira, da Líder Táxi Aéreo, 
            explicou que o Ministério da Aeronáutica decidiu transferir os vôos 
            para Confins considerando sobretudo aspectos de segurança. "O 
            aeroporto da Pampulha é obsoleto, ultrapassado, sem condições de 
            implantação de engenharia de controle de vôo, e apresenta 
            impossibilidade técnica de dar segurança à operação", garantiu. Suas 
            palavras foram contestadas por Bittencourt, para quem o aeroporto 
            está saturado, atingiu o máximo de sua capacidade, não tem como 
            expandir, mas que era perfeitamente seguro, com um longo registro 
            histórico sem acidentes importantes. "O DAC não seria irresponsável 
            de permitir o funcionamento de um aeroporto inseguro, pois dirige o 
            tráfego aéreo de um dos dez maiores países em aviação civil. Nós 
            interditamos e interditaremos qualquer aeroporto que não atenda aos 
            padrões internacionais de segurança", garantiu. O deputado Fábio Avelar disse que todos os vôos de 
            jato puro teriam que ser transferidos para Confins, ficando a 
            Pampulha restrita à aviação regional, executiva e geral, desde que a 
            aeronave seja turbo-hélice com capacidade para até 50 passageiros. 
            Manifestou ainda sua indignação diante da atitude do DAC de ignorar 
            a vontade da sociedade e seu receio que de a transferência seja 
            protelada indefinidamente, mesmo a partir de março de 2005.  Aproveitando o quórum, Avelar apresentou quatro 
            requerimentos, que foram aprovados. Dois deles pedem ao governador 
            Aécio Neves e ao prefeito Fernando Pimentel que solicitem a 
            revogação da decisão do DAC de adiar a transferência dos vôos para 
            março. Outro pede as atas da reunião realizada em Confins no dia 17 
            de agosto, para conferir se o DAC não se teria comprometido a 
            transferir os vôos em 1º de dezembro. O último requerimento pede 
            outra audiência pública da Comissão de Transporte, com a presença da 
            comunidade do entorno de Confins e dos prefeitos dos municípios 
            prejudicados com o adiamento da transferência. O presidente da Comissão, deputado Célio Moreira 
            (PL), lembrou que inúmeras recomendações foram aprovadas no 
            relatório final da Comissão Especial dos Aeroportos, além da 
            melhoria do acesso à instalação. "Foram propostas a construção de um 
            Rodoanel que melhorasse o acesso dos municípios metropolitanos, a 
            transformação de Confins em aeroporto industrial, a construção de um 
            ramal do metrô e a possibilidade de check-in remoto em Belo 
            Horizonte, possivelmente no Central Shopping. Essas medidas também 
            precisam sair do papel", cobrou Moreira. Presenças - Deputados 
            Célio Moreira (PL), presidente; Gil Pereira (PP), Fábio Avelar 
            (PTB), Gustavo Valadares (PFL), Marcelo Gonçalves (PDT) e Mário 
            Kangussu (PPS)       
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