Governo utilizou até agora 81% dos recursos liberados para o PPAG
Dos R$ 472 milhões liberados este ano pelo governo
para a execução financeira do Plano Plurianual de Ação Governamental
(PPAG), foram utilizados até agora 81% dos recursos, ou seja, R$ 384
milhões. Esses números foram apresentados pelo secretário adjunto do
Planejamento e Orçamento, Tadeu Barreto Guimarães, nesta terça-feira
pela manhã (9/11/04), no Plenário da Assembléia, durante o primeiro
dia da audiência pública de revisão do PPAG. A primeira revisão
participativa do Plano, inédita em Minas e resultado de parceria
entre Assembléia e Executivo, dá prosseguimento a um debate iniciado
em 2003, quando foi votada a lei do PPAG - um plano que lista os
programas de governo a serem implementados em quatro anos, com metas
físicas por região.
O secretário adjunto divulgou todas as ações
desenvolvidas para viabilizar os 31 projetos estruturadores do PPAG,
entre eles os que tratam da redução da criminalidade, do
asfaltamento de municípios, do saneamento básico, da oferta de gás
natural, saúde, educação, gestão ambiental, da Estrada Real e da
Região Metropolitana de Belo Horizonte. No que diz respeito ao
projeto estruturador "Inclusão social de famílias vulnerabilizadas",
Tadeu Barreto Guimarães relatou o atendimento de 43.766 crianças e
adolescentes, 13.868 migrantes, 8.254 deficientes, 2.078 idosos e
1.178 famílias. Esse projeto estruturador foi incluído na lei do
PPAG, em 2003, por meio de emenda de iniciativa popular apresentada
durante as audiências públicas para elaboração do plano.
Números para 2005 - Os
números globais para o PPAG em 2005 também foram citados pelo
secretário adjunto. Divididos em quatro grandes áreas, totalizam
cerca de R$ 962 milhões: desenvolvimento econômico, para a qual
foram destinados R$ 113,5 milhões; gestão pública, com R$ 62,9
milhões; infra-estrutura, com R$ 305,5 milhões; e desenvolvimento
social, com R$ 479,9 milhões.
Revisão pode chegar ao interior; Anastasia destaca
participação popular
O presidente da Comissão de Participação Popular,
deputado André Quintão (PT), que representou o presidente Mauri
Torres (PSDB) na abertura do evento, não descartou a possibilidade
de levar a revisão do PPAG para o interior em 2005. "A diversidade
de Minas exige um esforço descentralizado de avaliação. A audiência
pública de revisão, que é um processo novo, mas irreversível, pode
ocorrer de forma regionalizada", destacou. O deputado também
ressaltou que o evento desta terça e quarta-feira (10) dá
continuidade à discussão participativa do planejamento do Estado
iniciada em 2003, durante a elaboração da lei do PPAG. Naquele
momento, foram apresentadas mais de 200 sugestões à Comissão de
Participação Popular. Trinta e duas emendas foram sancionadas.
O deputado André Quintão destacou que o objetivo
maior é construir na Assembléia uma cultura de valorização do
processo de avaliação das políticas públicas. Esse papel
fiscalizador do Legislativo é fundamental, na visão dele, pois
permite o acompanhamento da execução dessas políticas, apurando de
que forma elas estão ou não interferindo na vida das pessoas. A
opinião é compartilhada pelo secretário de Estado do Planejamento e
Gestão, Antônio Augusto Anastasia, que também participou da abertura
do evento. De acordo com o secretário, o processo de planejamento
não pode ser estanque, burocrático, hermético e tecnicista, mas deve
prever formas diretas de participação e controle social. "Ele é um
processo vivo, de ajuste fino", enfatizou, destacando que o governo
Aécio Neves promoveu a recuperação institucional do planejamento do
Estado.
Tadeu Guimarães diz que avaliação não pode ficar
restrita à execução financeira
Durante a fase de debates, após as exposições e sob
a coordenação do deputado Gustavo Valadares (PFL), parlamentares e
representantes de entidades participantes da audiência pública
destacaram a importância da revisão do PPAG e solicitaram
esclarecimentos ao secretário adjunto Tadeu Barreto Guimarães.
Questionado sobre o percentual médio de execução das metas previstas
para 2004 no PPAG, Tadeu Guimarães disse que em projetos da área
social com atividades continuadas, como na educação, a execução
aproxima-se de 100%. Mas em programas e ações de investimento, que
demandam tempo para sua implementação, o percentual de execução
financeira tende a ser menor. Ele esclareceu, no entanto, que a
avaliação não deve ser feita com base apenas nos índices de execução
financeira, mas, também, levando-se em conta o cumprimento das metas
físicas dos projetos. Caso contrário, pode-se incorrer em equívocos,
como nos casos em que determinados projetos são efetivados com
economia de recursos.
Para a deputada Jô Moraes (PCdoB), o PPAG dá ênfase
excessiva ao agronegócio, deixando lacunas injustificáveis em
setores como o metal-metalúrgico, de importância histórica na
economia mineira; a malha ferroviária para escoamento da produção
mineral; o de agricultura familiar e ações de apoio à reforma
agrária; e em questões como a qualificação de mão-de-obra e estímulo
ao desenvolvimento da ciência e tecnologia. Ela criticou, ainda, o
fato de até o último mês de outubro a Fundação de Amparo à Pesquisa
(Fapemig) ter recebido apenas 14% do orçamento previsto para o ano
de 2004.
Secretário adjunto lista realizações do
governo
Entre as realizações listadas pelo secretário
adjunto de Planejamento e Orçamento, Tadeu Barreto Guimarães, estão
aquelas que dizem respeito à redução da criminalidade. A construção
de cinco penitenciárias e dois presídios, a reforma de 44 cadeias
públicas, o treinamento de policiais e a implantação de centros de
internação de adolescentes, entre outras medidas, resultaram, de
acordo com o secretário, na redução de 23% da criminalidade violenta
no hipercentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com
relação aos municípios sem acesso pavimentado, o governo registra
hoje 66 acessos com obras em andamento ou programadas. O objetivo é
chegar ao final do governo com o asfaltamento do acesso aos 224
municípios mineiros hoje carentes de pavimentação.
No que diz respeito à oferta de gás natural, o
secretário afirmou que a meta do governo é duplicar a capacidade de
oferta na região de Betim nos próximos dez anos. Ele fez referência
à assinatura de acordo entre Gasmig, Cemig, Petrobras e Gaspetro,
com investimentos de US$ 177 milhões da Gasmig e outros US$ 298
milhões da Petrobras. Com relação à Estrada Real, o secretário
adjunto relacionou a pavimentação de 14 trechos, totalizando 194 km,
bem como a recuperação de 578 km em 25 trechos, além da melhoria do
saneamento em 78 municípios e da sinalização dos caminhos pelo
Instituto Estrada Real e patrocinadores.
A ampliação da duração do ensino fundamental para
nove anos, a fim de aumentar o nível de aprendizagem, também foi
destacada por Tadeu Barreto Guimarães. Foram 105 mil alunos
matriculados na escola aos seis anos de idade, com o maior
percentual de adesão nas regiões Norte, Vale do Jequitinhonha e
Mucuri. A meta do governo é elevar o Estado do 4º para o 1º lugar no
ranking nacional de desempenho dos alunos.
Programação - A audiência
de revisão do PPAG, que registrou a inscrição de mais de 200
entidades com 600 participantes, termina nesta quarta (10). Nos dois
dias do evento, haverá discussões em sete grupos de trabalho,
divididos por temas, dos quais participam dirigentes de empresas,
autarquias e fundações do Estado, bem como entidades da sociedade
civil. Nesses grupos, cada um dos executivos do governo vai fazer
uma avaliação da execução do projeto estruturador sob sua
coordenação. Logo depois, será aberto o debate para que os
integrantes do grupo possam acrescentar novas sugestões e propostas,
a serem analisadas pela Comissão de Participação Popular.
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