Assembléia vai debater crime de tortura

"Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou a castigo cruel, desumano ou degradante." Este princípio, que ...

19/11/2004 - 01:00
 

Assembléia vai debater crime de tortura

"Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou a castigo cruel, desumano ou degradante." Este princípio, que está no artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, será mais uma vez lembrado na próxima quarta-feira (24/11/04), quando a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa vai realizar audiência pública para debater o crime de tortura. A reunião será às 20 horas, no Teatro da Assembléia.

A audiência será aberta com exposições de Flávia Camello Teixeira, professora universitária; Carlos Augusto Canêdo Gonçalves da Silva, procurador de Justiça e professor da UFMG e da PUC Minas; Roque José de Oliveira Camello, advogado e professor; Heloísa Bizoca Greco, coordenadora do Movimento Tortura Nunca Mais; Caetano Levi Lopes, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; e Wenderson Souza Lima, juiz da Vara Cível da Comarca de Ribeirão das Neves. Após os debates, como parte da programação, será lançado o livro "Da Tortura", de Flávia Camello Teixeira.

O evento insere-se na programação do Legislativo mineiro com vistas à reflexão sobre as conseqüências político-sociais do golpe militar de 1964, que completou 40 anos em 2004, e a luta pelos direitos humanos no Brasil. Assim, a audiência vem somar-se ao Ciclo de Debates "Resistir sempre - 64 nunca mais", realizado no dia 31 de março, no Plenário; e à exposição "1964-1985: a subversão do esquecimento", que depois de ficar no Espaço Político-Cultural da Assembléia de 31 de março a 16 de abril foi montada em outros espaços na capital e no interior.

De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), o evento tem o objetivo de aprofundar as discussões acerca do crime de tortura, que ainda é recorrente no Brasil e vitima milhares de pessoas todos os anos, de maneira velada e muitas vezes quase silenciosa, tal como aconteceu no passado nos porões da ditadura. No final de maio, ao participar da II Conferência Estadual de Direitos Humanos, promovida pela Assembléia, Durval Ângelo divulgou dados que apontam para um aumento de 60% das denúncias judiciais por tortura em Belo Horizonte.

 

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