Entidades escolhem temas para debate sobre transposição de
rio
Na reunião preparatória para o Ciclo de Debates
sobre a Transposição do Rio São Francisco, realizada nesta
quinta-feira (4/11/04), muitos dos representantes das entidades
presentes reafirmaram a estratégia de combater o projeto enquanto
não forem feitos os investimentos adequados na revitalização do rio.
Minas Gerais contribui com 75% da vazão do São Francisco e é
responsável por 70% da carga poluidora. A decisão de transpor o
excedente da vazão para os estados secos do Nordeste poderia
prejudicar futuras outorgas de projetos de irrigação em Minas.
O ciclo de debates está marcado para o próximo dia
22 de novembro, segunda-feira, na parte da tarde. Na parte da manhã,
está sendo agendada uma reunião extraordinária da Cipe São
Francisco, uma comissão interestadual parlamentar formada por
deputados mineiros, baianos, pernambucanos, sergipanos e alagoanos,
representantes dos cinco estados integrantes da bacia
sanfranciscana. Há dez anos, essa articulação política conseguiu
neutralizar as tentativas do ex-ministro Aluísio Alves de iniciar a
transposição no apagar das luzes do governo Itamar Franco.
Participaram da reunião 22 representantes de
entidades de engenharia, de ongs ambientalistas e de órgãos públicos
como Copasa, Igam, Iga, Ruralminas e Emater. Alguns consensos foram
obtidos pelo deputado Laudelino Augusto (PT), que coordenou a
reunião, como a necessidade de tirar uma posição mineira sobre a
transposição, e de escolher palestrantes que defendessem posições do
meio ambiente, do governo mineiro e também que esclarecessem a real
situação do Nordeste brasileiro. Vários nomes foram sugeridos, mas a
decisão sobre eles ficou para a próxima reunião, convocada para
segunda-feira, dia 8, às 15 horas.
Além de Laudelino Augusto, coordenador da Frente
Parlamentar em Defesa das Águas, participaram também os deputados
Gil Pereira (PP), coordenador em Minas da Cipe São Francisco e
Doutor Ronaldo (PDT), vice-presidente da Comissão do Meio Ambiente
da Assembléia.
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