Ministério Público vai investigar licitação de balanças do DER

O coordenador da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno de Sousa, an...

26/10/2004 - 00:00
 

Ministério Público vai investigar licitação de balanças do DER

O coordenador da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno de Sousa, anunciou nesta terça-feira (26/10/04), durante reunião da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, que o Ministério Público vai abrir investigação para analisar o processo licitatório da operação de balanças fixas e móveis do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), no valor de R$ 60 milhões. "Ao examinar a documentação, encontramos indícios veementes de danos ao erário e improbidade administrativa", declarou Nepomuceno.

Os deputados Célio Moreira (PL), presidente da comissão, e Chico Simões (PT), acrescentaram as expressões "superfaturamento", "formação de cartel" e "conluio entre as empresas vencedoras" às denúncias. Moreira demonstrou que vários dos valores das propostas vencedoras coincidiam até os centavos, como os salários de engenheiros (R$ 8.694,00), supervisores (R$ 6.264,40), secretárias (R$ 1.994,90) e motoristas (R$ 1.312,30). "Como a Comissão de Licitação do DER não atentou para essas incríveis coincidências de preços?", indagou o parlamentar.

José Élcio Santos Montese, vice-diretor geral do DER, explicou que aqueles eram os valores máximos aceitáveis dentro do edital do DER, mas os deputados questionaram como poderiam quatro empresas vencer uma licitação com o preço máximo. Da lista de 25 perguntas preparadas pelos deputados, esta foi a única que Montese e o diretor de Operações, Fabrício Torres Sampaio, tentaram responder. Alegaram que tinham comparecido para expor o plano de recuperação de rodovias do Governo de Minas, e que não estavam preparados para esclarecer uma licitação iniciada em 2001. Pediram aos deputados a lista de perguntas para que trouxessem as respostas numa próxima oportunidade.

Os deputados discutiram a inutilidade de prosseguir com a audiência pública com funcionários despreparados para prestar esclarecimentos e decidiram convocar o diretor-geral Renato César do Nascimento Santana e o chefe da Comissão de Licitação do órgão, além dos quatro empresários vencedores da concorrência, das empresas Vetec (que vai operar 20 balanças nas zonas Central e da Mata), Diefra (14 balanças no Sul de Minas), Engespro (7 balanças no Triângulo e Noroeste), e Projel (5 balanças no Norte e Noroeste).

Excesso de carga causa prejuízo de bilhões

Ao expor o plano de recuperação de rodovias do Governo, Élcio Montese revelou que o excesso de carga é o principal fator de destruição do pavimento e contribui com 26% nas estatísticas de acidentes rodoviários. "Um excesso de carga de 20% por eixo reduz de 10 anos para 4,5 anos a vida útil de uma rodovia", disse ele, informando que o projeto de reativação das balanças contempla a recuperação de 10 balanças fixas do DER e a operação de 46 balanças móveis das empresas, em 93 plataformas a serem oferecidas pelo órgão. Cada balança custa cerca de R$ 150 mil e cada plataforma custa em média R$ 250 mil, custo a ser bancado pelo DER. Ao final do contrato, as balanças passariam ao patrimônio do órgão. O prazo é de 24 meses, prorrogáveis por mais 60. A falta de recursos para alocar na construção das plataformas é que estaria atrasando a plena implantação do projeto.

Atualmente, segundo Montese, estão em funcionamento duas balanças móveis e oito fixas, com alguns resultados já aferidos. No geral, mais de um milhão de caminhões já foram pesados, e 1,3% portavam excesso de carga e foram autuados. O recorde de multas ocorreu no posto entre Mirabela e Montes Claros, em novembro de 2003, quando 2.116 caminhões foram pesados e 273 foram autuados.

Presenças: Deputados Célio Moreira (PL) - presidente, Laudelino Augusto (PT), Dinis Pinheiro (PL), Chico Simões (PT) e Dimas Fabiano (PP).

 

 

 

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