Para Anastasia, Orçamento pode ter superávit; oposição faz críticas

O secretário do Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia, informou aos deputados, na manhã desta terça-feira (26/10/0...

26/10/2004 - 00:00
 

Para Anastasia, Orçamento pode ter superávit; oposição faz críticas

O secretário do Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia, informou aos deputados, na manhã desta terça-feira (26/10/04), que o Orçamento para 2005 deverá ser superavitário na sua execução, apesar do indicativo de um déficit nominal de cerca de R$ 600 milhões. Aumento da arrecadação e redução das despesas estaduais foram citados para explicar essa previsão. Ele falou aos membros da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária e aos líderes da base do Governo sobre os projetos do Orçamento e da revisão do PPAG, que tramitam na Assembléia.

Crítica da oposição - Após a reunião, que foi a portas fechadas, o deputado Chico Simões (PT), membro efetivo da Comissão de Fiscalização e líder da Minoria, disse que o Estado não vem executando todos os investimentos previstos para este ano. Anastasia e o líder do Governo, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), rebateram as críticas e disseram que os números apresentados por Simões não correspondem aos do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), mas sim a um balanço parcial. A reunião foi no 23º andar do Edifício Tiradentes.

De acordo com Anastasia - que reafirmou em entrevista à imprensa informações já prestadas pelo governador Aécio Neves -, a tendência é de que Minas alcance o equilíbrio fiscal ainda este ano, dependendo da evolução da receita. O déficit previsto no Orçamento para 2004 é de R$ 1,4 bilhão. Ainda segundo Anastasia, o número previsto para 2003 era de R$ 2,4 bilhões, mas o ano foi fechado com R$ 300 milhões de déficit.

Salários - Questionado ainda se haveria reajuste salarial para o funcionalismo somente em 2006, o secretário afirmou que a recomposição ocorrerá quando o governo tiver condições de efetuá-la, ou seja, sem gerar déficit. O Orçamento para 2005 prevê que o Estado estará enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal, com o comprometimento de 60% da receita com pagamento de pessoal. Neste ano, o fundamental, para Anastasia, é concluir a votação dos 10 planos de carreira que tramitam na Assembléia, caso seja essa a decisão dos parlamentares.

Oposição e governo apresentam números diferentes sobre Orçamento de 2004

De acordo com o secretário, a execução orçamentária é de cerca de 65% em média, número considerado por ele muito bom, seja para os padrões da União, seja para os dos Estados. Ele respondeu às críticas do deputado Chico Simões, que classificou o Orçamento como "peça de ficção". Segundo o líder do Governo, deputado Alberto Pinto Coelho, que solicitou a reunião, Anastasia esclareceu toda a execução orçamentária e demonstrou que o governo colocou em prática o que estava previsto. "O choque de gestão trouxe resultados. O Estado não só contém despesas, mas tem saldos e ganhos na arrecadação. Lamentamos que o governo federal, depois de 20 anos, tenha o pior índice de realização do Orçamento. Em Minas, vemos um governo aplicado nas decisões", concluiu.

O líder da Minoria, no entanto, disse que os investimentos em 2004 não chegaram à metade do que deveriam. Ele citou que, no que diz respeito à educação, o índice foi de 35%. Ciência e tecnologia, segundo ele, não receberam recursos. Em contrapartida, acrescentou o deputado Chico Simões, o Estado recebeu todos os repasses de verbas federais, sendo também eficiente na cobrança dos tributos - 78% do ICMS já foram cobrados, assim como 106% do IPVA previsto e 88% das taxas. A inclusão de despesas com saneamento básico no rol daquelas com saúde foi lembrada ainda como uma medida irregular. Quanto às críticas feitas pela liderança do Governo ao governo federal, Simões afirmou que não se pode justificar um erro com outro. "O Estado se sente prejudicado pela União e sacrifica os municípios", opinou.

Emendas individuais ao Orçamento

O secretário Anastasia informou que os valores das emendas parlamentares, aquelas individuais, dependerão dos números da reserva de contingência - a serem ainda negociados pela liderança do Governo. O prazo para apresentação das emendas aos projetos do Orçamento para 2005 (PL 1.892/04) e da revisão do PPAG (PL 1.893/04) termina no dia 9 de novembro. É a Comissão de Fiscalização Financeira que emite parecer sobre essas proposições, no prazo de 60 dias a partir do seu recebimento pela Assembléia. Os relatores do Orçamento e do PPAG são, respectivamente, os deputados Antônio Carlos Andrada (PSDB), líder do Bloco Parlamentar Social Progressista, e Ermano Batista (PSDB), presidente da comissão. Depois de analisados pela comissão, os projetos são encaminhados para discussão e votação pelo Plenário, em turno único.

Controle social - A revisão do PPAG também será objeto de audiência pública na Assembléia, a ser realizada nos dias 9 e 10 de novembro. No evento, resultado de parceria entre Legislativo e Executivo, sete grupos de trabalho vão avaliar todos os segmentos do plano, com a presença do primeiro escalão do governo.

 

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