Cipe levará Plano "Rio Doce Limpo" a Brasília

Os parlamentares da Cipe Rio Doce vão a Brasília, nos dias 10 e 11 de novembro, apresentar a deputados federais e sen...

19/10/2004 - 00:00
 

Cipe levará Plano "Rio Doce Limpo" a Brasília

Os parlamentares da Cipe Rio Doce vão a Brasília, nos dias 10 e 11 de novembro, apresentar a deputados federais e senadores o plano "Rio Doce Limpo", que pretende reduzir em 90%, até 2020, o nível de poluentes lançados na bacia. O objetivo da viagem é mobilizar os congressistas para garantir recursos, no Orçamento da União, para a implantação de estações de tratamento de esgoto nos municípios. A decisão foi tomada nesta terça-feira (19/10/04), em Vitória, durante reunião da comissão interestadual parlamentar de estudos para o desenvolvimento sustentável da bacia, que reúne deputados de Minas Gerais e do Espírito Santo.

No encontro em Vitória, foram apresentadas as propostas do grupo de trabalho criado para a montagem do plano de esgotamento sanitário "Rio Doce Limpo" - cuja elaboração foi um dos compromissos assumidos pela Cipe, em 2004. O plano traça um diagnóstico e relaciona as cidades que necessitam receber, prioritariamente, verba para a implantação das estações de tratamento de esgoto, com estimativa de recursos a serem investidos. Esse plano será consolidado pelo grupo de trabalho até quinta-feira (21).

A reunião da Cipe Rio Doce aconteceu na Assembléia Legislativa do Espírito Santo e contou com a presença, entre outras autoridades, do vice-governador daquele estado, Lelo Coimbra; do presidente da comissão, deputado capixaba Paulo Foletto; e dos deputados mineiros Cecília Ferramenta (PT), vice-presidente da comissão, e Márcio Passos (PL), coordenador estadual da Cipe.

De acordo com a deputada Cecília Ferramenta, a ida a Brasília é um exemplo das articulações que devem ser feitas para implementar o plano, classificado por ela como um projeto "pé no chão", pois define prioridades por etapas e lista ações para os próximos 16 anos. A parlamentar cita, ainda, o exemplo de Ipatinga, onde 100% do esgoto é tratado - resultado conseguido também após 16 anos de trabalho. O deputado Márcio Passos acredita que a viagem a Brasília pode render resultados em curto prazo, como a inclusão de emendas ao Orçamento da União para despoluição da bacia. Segundo ele, entre esta terça e quinta-feira, o grupo de trabalho estará reunido em Vitória para definir os municípios que poderão receber recursos prioritariamente. "Há municípios com projetos prontos que podem ser utilizados", disse.

Além de se encontrarem com os congressistas que integram a frente parlamentar em defesa da bacia, os deputados da Cipe Rio Doce vão visitar órgãos governamentais em Brasília. Os Ministérios das Cidades, do Meio Ambiente, da Integração Regional e da Saúde são os alvos da comissão, já que também poderão destinar recursos para as obras previstas no plano "Rio Doce Limpo". Outra ação a ser desenvolvida pela Cipe Rio Doce visando à implantação do plano é promover uma espécie de caravana em novembro e dezembro, divulgando as propostas em alguns municípios da bacia.

Plano "Rio Doce Limpo" quer o aval do comitê da bacia

O plano de despoluição foi apresentado aos integrantes da Cipe, a representantes de órgãos ligados ao saneamento ambiental e aos delegados do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce). O comitê também se reuniu em Vitória, nesta terça. Obter o aval do comitê é um dos objetivos da Cipe, já que ele é a instância pela qual passam todas as decisões sobre investimentos, de acordo com a nova política de recursos hídricos. O comitê é integrado pelo poder público, sociedade civil organizada e pelos usuários e, entre suas atribuições, estão as de aprovar o plano de recursos hídricos, arbitrar conflitos, aprovar outorgas de grande porte e sugerir valores de cobrança pelo uso da água.

Para o plano de despoluição foram priorizados, entre os 230 municípios da bacia (202 em Minas e 28 no Espírito Santo), 210 que despejam os esgotos no Rio Doce. Esses municípios foram separados em dois blocos: 167 com população urbana até 10 mil habitantes; e 43 com população superior a 10 mil pessoas. Nesses 43 municípios maiores vivem 80% dos habitantes da bacia. O levantamento durou quatro meses e envolveu técnicos que percorreram essas 43 cidades, além de enviarem formulários com perguntas para as demais. A critérios como população e volume de resíduos urbanos, foram incorporadas informações como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a existência ou não de projetos de tratamento de esgoto em andamento. As 13 cidades com mais de 50 mil habitantes da bacia (que tem 3,5 milhões de habitantes) respondem por 40% do lançamento de esgotos. Apenas Ipatinga trata integralmente seus efluentes.

Presenças - Além do vice-governador do Espírito Santo, Lelo Coimbra; do presidente da Cipe Rio Doce, deputado capixaba Paulo Foletto; e dos deputados mineiros Cecília Ferramenta (PT), vice-presidente da comissão, e Márcio Passos (PL), coordenador estadual da Cipe, participaram do evento os deputados capixabas Gilson Amaro, coordenador da Cipe no Espírito Santo, e Anselmo Tose; o deputado federal mineiro Leonardo Monteiro; o diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Paulo Teodoro de Carvalho; a presidente e o vice-presidente do CBH-Doce, Maria da Glória Brito Abaurre, que também é secretária do Meio Ambiente do Espírito Santo, e Guerino Ballestrassi, prefeito de Colatina; e Beto Pêgo, consultor da Cipe Rio Doce.

 

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