Despoluição da bacia é tema de reunião da Cipe Rio Doce em Vitória

A despoluição da Bacia do Rio Doce é o tema central de reunião da Cipe Rio Doce, nesta terça-feira (19/10/04), em Vit...

17/10/2004 - 23:00
 

Despoluição da bacia é tema de reunião da Cipe Rio Doce em Vitória

A despoluição da Bacia do Rio Doce é o tema central de reunião da Cipe Rio Doce, nesta terça-feira (19/10/04), em Vitória, na sede da Assembléia Legislativa do Espírito Santo. No evento, que acontece das 8 às 13 horas, serão apresentadas em primeira mão as propostas do grupo de trabalho criado para a montagem do plano de esgotamento sanitário. Esse plano traça um diagnóstico e relaciona os municípios que necessitam receber, prioritariamente, verba para a implantação de estações de tratamento de esgoto, com estimativa de recursos a serem investidos. A meta é reduzir em 90%, até 2020, o nível de poluentes lançados na bacia.

O grupo de trabalho, formado por diversas entidades, é coordenado pela Cipe (comissão interestadual parlamentar de estudos para o desenvolvimento sustentável da bacia), que reúne deputados de Minas e do Espírito Santo. A apresentação do plano de esgotamento sanitário, que deverá ocorrer até o final deste ano, é uma das ações propostas pela Cipe em prol da bacia do Rio Doce. Participarão do encontro em Vitória, representando o Legislativo mineiro, a deputada Cecília Ferramenta (PT), vice-presidente da comissão, e os deputados Márcio Passos (PL), coordenador estadual em Minas, e José Henrique (PMDB), relator.

Ao todo, a bacia tem 230 municípios (202 em Minas e 28 no Espírito Santo). Para o plano de despoluição foram priorizadas 210 cidades que despejam os esgotos no Rio Doce, separadas em dois blocos: 167 com população urbana até 10 mil habitantes; e 43 com população superior a 10 mil pessoas. Nesses 43 municípios maiores vivem 80% dos habitantes da bacia. O levantamento durou quatro meses e envolveu técnicos que percorreram essas 43 cidades, além de enviarem formulários com perguntas para as demais. A critérios como população e volume de resíduos urbanos, foram incorporadas informações como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a existência ou não de projetos de tratamento de esgoto em andamento. As 13 cidades com mais de 50 mil habitantes da bacia (que tem 3,5 milhões de habitantes) respondem por 40% do lançamento de esgotos. Apenas Ipatinga trata integralmente seus efluentes.

Proposta também será apresentada ao comitê de bacia

Depois de submetida à Cipe, a proposta de hierarquização dos investimentos em esgotos sanitários será apresentada aos integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) - que também tem reunião em Vitória, nesta terça. O objetivo da comissão é obter o aval do comitê, pelo qual passam todas as decisões sobre investimentos, de acordo com a nova política de recursos hídricos. O comitê de bacia hidrográfica é integrado pelo poder público, sociedade civil organizada e pelos usuários e, entre suas atribuições, estão as de aprovar o plano de recursos hídricos, arbitrar conflitos, aprovar outorgas de grande porte e sugerir valores de cobrança pelo uso da água.

Próximos passos - Nesta quarta-feira (20), o grupo de trabalho deverá consolidar o diagnóstico que fez dos municípios onde as obras são mais urgentes e a estimativa de investimentos. Na quinta (21), o mesmo grupo vai se reunir para definir as estratégias de implementação do plano. O objetivo de todas essas atividades é cumprir o compromisso de fornecer, até o final de 2004, o diagnóstico e o planejamento das ações de recuperação da qualidade sanitária da bacia. A partir daí, será preciso garantir, nos orçamentos dos municípios e dos Estados que a compõem, recursos necessários à implementação dos projetos. Emendas ao orçamento da União também podem ser apresentadas, bem como feitas parcerias com instituições de investimento.

 

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