Fruticultura deve apresentar relatório final nesta
terça-feira
Depois de quatro meses de reuniões, audiências
públicas e visitas técnicas, a Comissão Especial da Fruticultura da
Assembléia Legislativa deve encerrar suas atividades nesta semana,
com duas reuniões marcadas, na terça-feira (19/10/04) e na
quinta-feira (21/10/04). Na primeira, que se realiza no Auditório,
às 14h30, deve ser lido o relatório final; e na segunda, marcada
extraordinariamente para o Plenarinho IV, às 14h30, o relatório deve
ser votado, caso não seja possível votá-lo no mesmo dia da leitura e
discussão. Entre as conclusões que surgiram durante as
investigações, estão as de que o setor não está bem organizado,
faltando integração entre as poucas associações e cooperativas; e a
de que a participação da fruticultura mineira nas exportações
brasileiras é inexpressiva, apesar do grande potencial que existe,
sobretudo no Norte de Minas, região do Jaíba.
A comissão foi criada por requerimento dos
deputados Laudelino Augusto, Padre João e Ricardo Duarte, todos do
PT, com o objetivo de estudar a situação do setor e apresentar
soluções e melhores possibilidades para sua expansão e
desenvolvimento. Os trabalhos começaram em 22 de maio, sob a
presidência de Laudelino Augusto, tendo como relator o deputado
Carlos Pimenta (PDT). Os demais integrantes são os deputados,
Leonardo Quintão (PMDB), Roberto Ramos (PL) e a deputada Ana Maria
Resende (PSDB). Participaram como suplentes os deputados Gilberto
Abramo (PMDB), Leonardo Moreira (PL), Ricardo Duarte (PT) , Luiz
Humberto Carneiro (PSDB) e Wanderley Ávila (PPS).
Foram feitas oito reuniões com convidados em Belo
Horizonte, quatro audiências públicas em Jaíba, Norte de Minas;
Maria da Fé, Sul; Monte Alegre de Minas, no Triângulo; e Rio Pomba,
na Zona da Mata. Foram feitas três visitas técnicas ao pólo produtor
e exportador de Petrolina, Pernambuco; ao perímetro irrigado de
Pirapora; e à fazenda experimental da Epamig em Caldas, Sul de
Minas.
A comissão contou com a presença de convidados
permanentes que ajudaram nas reuniões e debates, como representantes
da Epamig, Secretaria da Agricultura, Emater, Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA), as Universidades Federais de Lavras, Viçosa e de
Minas Gerais (UFMG), Federação dos Trabalhadores em Agricultura
(Fetaemg), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas
Gerais (Faemg), Sebrae, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Delegacia Federal da
Agricultura em Minas, Organização das Cooperativas do Estado de
Minas Gerais (Ocemg).
Além dessas entidades, participaram outras
instituições públicas, como Embrapa e outros segmentos da
fruticultura, como financiamento e crédito, produtores rurais,
indústrias e entidades representativas.
O relatório do deputado Carlos Pimenta vai traçar
um panorama da fruticultura, abordando as principais necessidades em
relação à pesquisa e o que precisa ser feito para melhorar o seu
desempenho; vai abordar a questão do controle de pragas, a
assistência técnica da Emater e as principais demandas e gargalos.
Com grande potencial de desenvolvimento da fruticultura para
exportação, a região do Jaíba padece de mais incentivo, sobretudo na
titulação das terras dos pequenos produtores, conforme identificou a
comissão.
Durante os depoimentos de produtores, os deputados
constataram a dificuldade na obtenção de crédito, a falta de
políticas de produção de mudas de qualidade, problemas na
comercialização e o pouco desenvolvimento da pesquisa. Para eles, o
setor precisa ser estimulado com a criação de mais cooperativas e o
fortalecimento das antigas, como forma de ter mais poder de
pressão.
Números da fruticultura em Minas
Os números da fruticultura mostram que a
participação mineira nas exportações brasileiras é inexpressiva. De
874 mil toneladas de frutas exportadas pelo Brasil, no ano passado,
que renderam US$ 500 milhões, Minas participou com 11,7 mil
toneladas, ou somente 1,3% do total exportado.
Os principais pólos produtores do Estado estão no
Norte de Minas, no projeto do Vale do Jaíba, com a produção de
banana e manga, principalmente; no Triângulo, com a produção de
abacaxi, laranja e maracujá; e Sul de Minas, com a produção de
frutas de clima temperado, como pêssego e morango. Minas é o maior
produtor de abacaxi do País, apesar de ter maior produção de
laranja, que representa 32% da produção de fruta do Estado, enquanto
o abacaxi representa 27,4%.
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