Comissão debate erros em programa de despoluição

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa vai discutir, na próxima quarta-feira (20/1...

15/10/2004 - 00:00
 

Comissão debate erros em programa de despoluição

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa vai discutir, na próxima quarta-feira (20/10/04), irregularidades constatadas pelo Ministério Público Estadual no Programa Minas Ambiente, do governo do Estado. A reunião, que será no Auditório às 9h30, já havia sido solicitada pelo deputado Laudelino Augusto (PT) para o dia 22 de setembro, mas não foi realizada devido problemas de agenda dos convidados.

Segundo o procedimento administrativo 17/2003, aberto pelo MP, o programa consumiu US$ 450 mil em recursos públicos para desenvolver tecnologias de tratamento de efluentes de laticínios localizados na Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago de Furnas. Mas, segundo a peça assinada pelo promotor Cristiano Cassiolato, de Carmo do Rio Claro, a tecnologia mostrou-se totalmente ineficaz e os laticínios continuam poluindo os rios da região.

De acordo com o MP, os empresários do ramo foram convocados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) a contribuir em dinheiro com o governo do Estado para a regularização de suas atividades. Os laticínios também foram obrigados a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a parar de liberar resíduos sem tratamento nos rios e córregos. O desenvolvimento da tecnologia de tratamento dos efluentes ficou a cargo da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec).

A nova tecnologia foi testada em fase experimental no Laticínio Verde Campo, em Lavras. Mas, conforme relatório elaborado pelo próprio Cetec que consta dos autos do MP, os filtros e demais mecanismos de tratamento dos efluentes mostraram-se totalmente ineficazes. Mesmo assim, a Feam considerou a tecnologia eficiente e passou a liberar licença ambiental para os laticínios que a adotassem.

Por esse motivo, o MP ajuizou uma ação civil pública cautelar para impedir a Feam de "levar a efeito os Termos de Compromisso de Ajustamento de conduta firmados com os laticínios, na medida em que estaria a exigir adoção de tecnologia de duvidosa eficácia", conforme consta dos autos.

Foram convidados para a reunião: o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o procurador-chefe e o procurador da República em Minas Gerais, José Adércio Leite Sampaio e Tarcísio Humberto Parreira Henriques Filho, respectivamente; a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente (CAO-MA), Shirley Fenzi Bertão; o promotor de Carmo do Rio Claro, Cristiano Cassiolato; o gerente executivo do Ibama em Minas Gerais, Roberto Messias Franco; e o presidente da Feam, Ilmar Bastos Santos.

 

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