Quebra do sigilo bancário de dirigentes da Coavap é autorizada

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa que investiga o desaparecimento de milhares de sa...

24/09/2004 - 00:00
 

Quebra do sigilo bancário de dirigentes da Coavap é autorizada

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa que investiga o desaparecimento de milhares de sacas de café em todo o Estado acaba de apresentar mais um resultado prático. O presidente da CPI, deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL), recebeu, nesta sexta-feira (24/9/04), uma correspondência do juiz de Direito da Comarca de Espera Feliz, Henrique Oswaldo P. Marinho, comunicando que foi autorizada a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de diretores e alguns funcionários da Cooperativa Agrícola dos Pequenos Produtores Vale do Paraíso Ltda. (Coavap), entre eles o liquidante Wilson Ferreira da Fonseca, o ex-contador Derly Rodrigues e o ex-comprador Fabrício Motta Nacarati. A lista conta com 45 nomes.

O pedido para a quebra do sigilo foi elaborado pela comissão durante uma audiência pública realizada em Espera Feliz, na Zona da Mata, no dia 18 de junho deste ano. Familiares dos dirigentes e empregados também tiveram determinada a quebra de seus sigilos. Além disso, a comissão pediu à Receita Federal o levantamento da evolução patrimonial de antigos e atuais membros da diretoria da cooperativa, bem como de suas esposas e filhos. Os trabalhos da CPI do Café estão suspensos e serão retomados no dia 7 de outubro.

A Polícia Civil indiciou diversos diretores da Coavap por apropriação indébita. De acordo com o delegado Waullio Mattos Oliveira, a cooperativa trocava o café armazenado por palha e divulgava resultados positivos para manter a boa fé dos produtores. Para o Ministério Público, os dirigentes devem ser enquadrados por estelionato e formação de quadrilha. A CPI apurou que foram desviadas 216 mil sacas de café da cooperativa. Em novembro do ano passado, a Coavap entrou em liquidação extrajudicial, o que fez com que as ações de execução e de depósito movidas pelos produtores lesados fossem suspensas.

Em depoimento à CPI do Café no dia 24 de junho, o liquidante da cooperativa, Wilson Ferreira da Fonseca, disse que a Coavap tem dívidas com 1.049 dos 5.711 cooperados. O contador Derly Rodrigues informou que os problemas começaram em 2001, quando a cooperativa pagou, só de juros, R$ 3 milhões.

Além do desaparecimento de sacas de café, a CPI apura outras irregularidades encontradas em cooperativas e armazéns de café do Estado, como sonegação fiscal. Entre as cidades onde houve denúncias de sumiço de café estão Guapé, São Sebastião do Paraíso e Poços de Caldas. A comissão conta com apoio técnico da Secretaria de Fazenda e do Ministério Público. São membros da CPI do Café, como titulares, os deputados Sebastião Navarro Vieira (PFL), presidente; Sargento Rodrigues (PDT), vice-presidente; Rogério Correia (PT), relator; Adalclever Lopes (PMDB), relator auxiliar; Fábio Avelar (PTB); Irani Barbosa (PL); e Zé Maia (PSDB).

 

 

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