Quase 300 propostas são aprovadas ao fim do seminário de saneamento

Com a aprovação de um documento com quase 300 propostas, foi encerrado nesta quinta-feira (16/9/04), o Seminário Legi...

16/09/2004 - 00:00
 

Quase 300 propostas são aprovadas ao fim do seminário de saneamento

Com a aprovação de um documento com quase 300 propostas, foi encerrado nesta quinta-feira (16/9/04), o Seminário Legislativo "Saneamento Ambiental - Demandas e Intervenções Necessárias". O documento final foi entregue ao 2º-vice-presidente da Mesa, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), que representou na reunião o presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB). A entrega foi feita pelo membro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), Ronaldo De Lucca Ferraz Gonçalves. Ele coordenou um entre os seis grupos de trabalho que se reuniram na terça e quarta-feira desta semana para debater propostas para o saneamento e propor mudanças.

Depois de receber o documento, Adelmo Carneiro Leão afirmou que se empenharia para transformar as propostas num instrumento de ação para políticas de saneamento. "Espero que não tenhamos uma lei morta, um esqueleto no armário", declarou, lembrando que "o Estado democrático de direito só se faz com o respeito às leis". O deputado disse que conversou com o secretário Nacional de Saneamento, Abelardo de Oliveira Filho, que havia recebido críticas dos participantes do seminário, por não ter comparecido ao evento, apesar de convidado. Leão informou que o secretário se comprometeu a discutir sugestões para a Política Nacional de Saneamento Ambiental (PNSA).

O coordenador da reunião e autor do requerimento pelo seminário, deputado Fábio Avelar (PTB), valorizou o caráter democrático e participativo do seminário. Segundo ele, mais de 50 entidades, entre órgãos públicos, ongs, empresas e outras instituições, construíram o seminário, incluindo a etapa preparatória e as quatro reuniões de interiorização, em Uberlândia, Montes Claros, Varginha e Governador Valadares.

Mais de 800 pessoas participam do seminário

Na plenária final, 107 votantes, escolhidos entre os 440 inscritos por instituições, apreciaram as propostas debatidas previamente pelos seis grupos de trabalho, na terça e quarta-feira. Ao todo, 802 pessoas se inscreveram para o seminário, entre 440 inscrições institucionais e 362 individuais. Compondo a mesa junto com os deputados, os coordenadores dos seis grupos fizeram um relato das discussões e resultados dos trabalhos em cada grupo que discutiu temas relacionados ao saneamento.

No documento final, o grupo 1, coordenado por Ronaldo De Luca, contribuiu com mais de 40 propostas sobre "Gestão de recursos hídricos" para o Documento Final. Dentre as principais, a implantação de um banco de dados georreferenciado das disponibilidades hídricas do Estado, a estruturação de um programa estadual de saneamento rural e a regulamentação da aplicação do ICMS ecológico. No grupo 2, coordenado por Carlos Henrique de Melo, coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), as principais propostas entre as quase 40 enfocando o tema "educação e saúde", foram: fomento a um programa estadual de educação ambiental, criação de fundos estadual e municipais de educação ambiental, divulgação por meio dos canais públicos de comunicação de conteúdos educativos sobre saneamento.

Também o grupo 3, que tratou de "ciência e tecnologia", sob a coordenação do assessor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da presidência do Crea/MG, Odair Santos Júnior, trouxe quase 40 proposições, destacando-se: investimento em tecnologia para o saneamento e melhoria dos serviços, visando a redução de perdas de água; criação de fundos estadual e federal de desenvolvimento de ciência e tecnologia, implantação do Conselho Estadual de Saneamento, adoção de política nacional de resíduos sólidos.

Seminário amplia definição de saneamento ambiental

"Legislação e Políticas públicas" foi o assunto do grupo 4, coordenado por José Antônio Cunha Melo, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes/MG), com mais de 30 propostas para o documento final, destacando-se a definição de saneamento ambiental, no sentido amplo. Ele é entendido como ações para alcançar maior salubridade, através do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos, promoção de disciplina sanitária, do uso e ocupação do solo, drenagem urbana, controle de vetores de doenças e demais serviços.

Valter Zschaber Júnior, também da Abes/MG, coordenou o grupo 5, que gerou quase 40 proposições relacionadas a "Mecanismos de financiamento", com destaque para estas: busca de recursos a fundo perdido e de financiamento para a universalização dos serviços de saneamento ambiental até 2020; elaboração de projetos de parcerias público-privadas para serviços de saneamento ambiental; mecanismos para regulamentar e ampliar o subsídio cruzado, mas realizado sob controle social; liberação de recursos do Fhidro, fundo destinado às bacias hidrográficas do Estado, para ações de saneamento ambiental.

O grupo 6, coordenado pelo superintendente de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente da Copasa, Valter Vilela Cunha, produziu mais de 60 propostas de "Demandas e intervenções necessárias" no saneamento, entre elas: criação do Fundo Estadual de Saneamento Rural, com gestão participativa; incentivo à criação de consórcios intermunicipais relacionados a resíduos sólidos; implantação de programas de coleta seletiva, reciclagem e destinação dos resíduos sólidos; priorização pelos municípios da elaboração e aprovação do Plano de Drenagem Urbana, incluindo sistemas de esgoto sanitário, resíduos sólidos e outros.

Moção de pesar - Além das quase 300 propostas, foram aprovadas também nove moções, a maior delas manifestando pesar ao Ministério das Cidades, por não ter enviado ao seminário o secretário Nacional de Saneamento ou representante. Há também uma moção de repúdio à PNSA, considerando que ela dificulta a universalização do saneamento, inviabiliza a política de subsídios cruzados, coloca em conflito as entidades do setor e não propõe a introdução de novos recursos. Outras três moções recomendam ações para agilizar a implementação da política estadual de saneamento ambiental. Providências para reverter o aumento de tributos sobre os serviços de saneamento foram solicitadas em outras três moções.

 

 

 

 

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