Governo do Estado quer atrair novas indústrias para
Cambuí
O governo do Estado está empenhado em atrair novas
empresas para minimizar o impacto causado pela desativação da
fábrica da ArvinMeritor em Cambuí, no Sul de Minas. A garantia foi
dada pelo presidente do Instituto de Desenvolvimento Industrial de
Minas Gerais (Indi), Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima, nesta
terça-feira (14/9/04). Ele participou de audiência pública da
Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia
Legislativa, convocada a pedido do deputado Laudelino Augusto (PT),
para discutir a transferência da unidade da ArvinMeritor de Cambuí
para Limeira (SP).
Multinacional com sede nos Estados Unidos, a
ArvinMeritor produz autopeças que são fornecidas para indústrias
automobilísticas de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. A
empresa emprega diretamente 350 pessoas e tem 250 funcionários
terceirizados, além de gerar outros 800 empregos indiretos. A linha
de produção de Cambuí começa a ser transferida para a unidade de
Limeira no próximo mês, o que vem gerando apreensão na cidade de 23
mil habitantes do Sul de Minas, já que a empresa é a principal
empregadora da região.
O presidente do Indi frisou que foram feitas várias
reuniões com a ArvinMeritor e que foram avaliadas todas as
alternativas para tentar manter a empresa em Minas. "Mas mesmo se
reduzíssemos todos os impostos, a empresa já tinha tomado a decisão
de transferir a fábrica para São Paulo", explicou. Orsini garantiu
que o Indi já está em negociações com três grandes indústrias que
desejam se instalar no Estado, e a prioridade é beneficiar a região
de Cambuí, inclusive com o aproveitamento dos galpões da
ArvinMeritor. Uma dessas empresas, segundo o deputado Dalmo Ribeiro
Silva (PSDB), é a Panco, que já teria inclusive comprado um terreno
na cidade.
O diretor da unidade de tecnologias de ar e
emissões da ArvinMeritor, José Antônio Costa, não compareceu à
reunião, mas enviou uma correspondência reiterando que a
transferência da unidade de Cambuí para Limeira já é ato consumado.
"Não se justifica a existência de unidades de negócios em locais
distintos", alega. O diretor garante que a empresa tem interesse em
transferir o maior número possível de funcionários para o interior
paulista e que os operários a serem demitidos "receberão benefícios
além dos previstos na norma legal vigente".
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de
Cambuí, Sigmar Pereira dos Santos, acusou a ArvinMeritor de traição.
Segundo ele, o sindicato chegou a concordar com a redução de
jornadas e salários para colaborar com a empresa em um momento de
dificuldades financeiras. "E agora ela simplesmente resolve
desativar a unidade de Cambuí. Isso é um crime social", reclamou.
O deputado Dalmo Ribeiro Silva propôs a formação de
uma comitiva de parlamentares e representantes do governo do Estado
para ir à sede da ArvinMeritor nos Estados Unidos negociar a
manutenção da fábrica no Sul de Minas. Defendeu também a realização
de uma reunião dos deputados e operários com o governador Aécio
Neves para tentar manter a empresa no Estado. "A transferência é ato
consumado, mas não irreversível", disse. O deputado Laudelino Agusto
lamentou a decisão da empresa de encerrar suas atividades em Minas e
defendeu a continuidade dos diálogos. Já a deputada Marília Campos
(PT) lembrou que a debandada de empresas mineiras, além de reduzir
empregos, também afeta a arrecadação do Estado.
Projeto determina placas em braile nas
rodoviárias
A comissão aprovou parecer de 1o turno
favorável ao Projeto de Lei (PL) 1.733/04, do deputado Dalmo Ribeiro
Silva, que torna obrigatória a instalação de placas em braile
contendo os itinerários e as linhas de ônibus nos terminais
rodoviários do Estado. O relator, deputado Elmiro Nascimento (PFL),
opinou pela aprovação e apresentou uma emenda, que acrescenta ao
texto da lei a exigência de informações sobre os horários dos ônibus
nas placas destinadas aos deficientes visuais.
Também recebeu parecer favorável o PL 1.776/04, da
Comissão de Participação Popular, que cria o Dia Estadual dos
Surdos. A relatora, deputada Marília Campos (PT), opinou pela
aprovação do projeto em 1o turno sem alterações.
Presenças - Deputada
Marília Campos (PT), vice-presidente; e deputados André Quintão
(PT), Elmiro Nascimento (PFL), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e
Laudelino Augusto (PT), além da delegada adjunta regional do
Trabalho, Denise Déia da Silva.
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