Projeto pretende garantir direitos de pessoas com deficiência

O Projeto de Lei (PL) 1.672/04, da deputada Maria Tereza Lara (PT), que estabelece a Política da Pessoa com Deficiênc...

01/09/2004 - 00:02
 

Projeto pretende garantir direitos de pessoas com deficiência

O Projeto de Lei (PL) 1.672/04, da deputada Maria Tereza Lara (PT), que estabelece a Política da Pessoa com Deficiência em Minas Gerais, foi discutido pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira (1º/9/04). A autora do projeto, que conduziu a reunião, ressaltou que a legislação estadual e nacional que cuida da inclusão social dos deficientes físicos é muito avançada mas, na prática, esses direitos não são cumpridos. "O projeto pretende garantir que os direitos dos deficientes físicos sejam exercidos, contribuindo para o fim da exclusão social", frisou a parlamentar.

A adaptação de locais urbanos, como praças, bibliotecas, espaços culturais e prédios públicos, e a implantação de serviços que garantam a acessibilidade do deficiente físico foram as principais reivindicações apresentadas pelos representantes de instituições ligadas à pessoa portadora de deficiência física. O coordenador municipal da Central de Apoio às Pessoas com Deficiência de Belo Horizonte, Márcio José Ferreira, fez duas sugestões ao PL 1.672: que ele garanta 5% das vagas de estágio oferecidas pelo serviço público aos deficientes físicos e contenha propostas de projeto que tramita na Câmara Municipal de BH, como o monitoramento das atividades exercidas por entidades que cuidam dos deficientes.

O relator do PL 1.672 na Comissão do Trabalho, deputado André Quintão (PT), frisou que é importante reunir, em um só documento, as várias legislações federais e estaduais que tratam do assunto e divulgá-lo, para que todos tenham conhecimento de seus direitos "É muito mais fácil para a sociedade cobrar quando se tem um documento que é divulgado, pois o cidadão na maioria das vezes não sabe que existe uma lei que o beneficia". André Quintão criticou, ainda, a supressão, feita no parecer da Comissão de Constituição e Justiça, dos artigos 12 e 13 do projeto, que tratam de questões sobre acessibilidade e gratuidade de alguns serviços.

Esses dois aspectos também foram ressaltados pelo representante da Área de Estudos para Adequação do Transporte para Deficientes da BHTrans, Marcos Fontoura. Segundo ele, o transporte é a garantia de acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde, trabalho e lazer. Fontoura sugeriu que o PL 1.672 siga algumas políticas já regulamentadas: "Já existem leis federais que garantem aos deficientes o direito à acessibilidade e elas devem ser usadas como parâmetro do novo projeto".

Adaptação dos prédios é lenta

Entretanto, a assessora jurídica da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência e dos Idosos, Ilda Sadi, disse que realmente existem leis e decretos que garantem a acessibilidade e gratuidade do transportes aos deficientes mas isso não é aplicado. "Há grande dificuldade na adaptação dos prédios mesmo com as normas já regulamentadas", disse. O delegado Regional do Ministério do Trabalho, Carlos Calazans, lembrou também a necessidade de inserção dos deficientes no mercado de trabalho, com mais políticas públicas que os qualifiquem.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) chamou a atenção para a importância dos projetos de lei que beneficiam os deficiente físicos, que tramitam e que já foram aprovados pela Assembléia Legislativa. Ele citou, como exemplo, as funções do caixa eletrônico em braile e as alterações em nas provas de vestibular.

Presenças: Deputado Alberto Bejani (PTB), presidente, que coordenou o início dos trabalhos; deputadas Marília Campos (PT) e Maria Tereza Lara (PT); deputados André Quintão (PT) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); além do assessor da Coordenadoria Estadual de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente, Nelson Garcia; da diretora de Educação Especial do Estado, Tânia Mafra; e de representantes da Associação dos Surdos do Estados, da Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes, da Associação de Deficientes Físicos de Vespasiano, da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte e da Sociedade dos Surdos, entre outros.

 

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