Plano prevê despoluição do Rio Doce até 2020

Baixar em 90% o nível de poluentes da Bacia do Rio Doce até 2020. Esse é o objetivo perseguido pela Comissão Interest...

31/08/2004 - 00:03
 

Plano prevê despoluição do Rio Doce até 2020

Baixar em 90% o nível de poluentes da Bacia do Rio Doce até 2020. Esse é o objetivo perseguido pela Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce). O anúncio da meta foi apresentado pelo assessor técnico da Cipe, Henrique Lobo Gonçalves, que apresentou o Programa de Despoluição de Esgotos Sanitários da bacia, formulado pela comissão em parceria com diversas entidades. Lobo fez a palestra na reunião do Seminário Legislativo "Saneamento Ambiental - Demandas e Intervenções Necessárias", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (31/8/04), na Câmara Municipal de Governador Valadares.

Segundo o assessor, só com a coleta e tratamento de resíduos desenvolvido por empresas e algumas cidades da bacia, o Rio Doce já melhorou a qualidade de suas águas. O destaque nesse quesito é Ipatinga, que trata 100% de seus resíduos. Em Valadares, de acordo com Lobo, que também é analista ambiental, está prevista a construção de duas estações de tratamento de esgoto, com recursos da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Ele explicou que, na década de 80, o Rio Doce era da classe 4 (equivalente a rios como o Arrudas), e hoje subiu para a classe 2, abaixo da classe 1, que corresponde a águas de nascentes. Na classe 2, a água precisa de tratamento com cloro, decantação, floculação e outros processos para estar em condições de ser usada.

Henrique Lobo informou que o plano de despoluição inclui cinco etapas: classificação das sedes municipais;

diagnóstico dos sistemas de esgotos sanitários;

estimativa de custos;

priorização dos investimentos; e

estratégias de implementação. Ele frisou que as decisões sobre investimentos passarão pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, que é a entidade com esse poder na nova política de recursos hídricos.

13 cidades lançam 40% dos esgotos no Rio Doce

De acordo com Alberto Pego, assessor técnico da Cipe Rio Doce, que também participou da palestra, para o plano de despoluição foram priorizados, entre os 230 municípios da bacia (202 em Minas e 28 no Espírito Santo), 210 que despejam os esgotos no Rio Doce. Esses municípios foram separados em dois blocos: 167 com população urbana até 10 mil habitantes; e 43 com população superior a 10 mil pessoas. Ainda segundo o consultor, as 13 cidades com mais de 50 mil habitantes da bacia (que tem 3,5 milhões de habitantes) respondem por 40% do lançamento de esgotos.

Também na reunião, foi apresentada a palestra "A Política de Saneamento - Universalização dos Serviços". Como forma de nivelar o conhecimento sobre o assunto, o diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-MG), José Nelson de Almeida Machado, apresentou dados e números sobre o saneamento no Brasil.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), representando a Presidência da Assembléia Legislativa, valorizou o processo democrático do seminário legislativo, com a consulta às principais regiões do Estado. O deputado Jayro Lessa (PL) enfatizou que as propostas que surgirem nas reuniões serão a base para a formulações de projetos da Assembléia. A participação da Cipe no seminário, que teve a iniciativa de lançar o plano de despoluição da bacia do Rio Doce, foi destacada pelo deputado José Henrique (PMDB).

Frente - O deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG) anunciou que foi criada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento do Rio Doce. "A Frente Parlamentar pode ser porta-voz da região junto ao Ministério das Cidades", afirmou, argumentando que a despoluição é um trabalho caro, que demanda a participação de todas as esferas - municípios, Estado e União - para alavancarem os recursos necessários.

Após as palestras, os participantes se reuniram em três grupos de trabalho para discutir o relatório geral das comissões técnicas interinstitucionais (CTIs), e apresentar novas propostas nas seguintes áreas: Grupo 1 (coordenado pelo cnsultor da ALMG Pedro Chagas) - "Gestão de recursos hídricos" e "Demandas e intervenções necessárias"; Grupo 2 (coordenado pelo consultor da ALMG, Pedro Garcia)- "Ciência e tecnologia" e "Educação e saúde"; Grupo 3 (coordenado pelo diretor da Abes, José Neves de Almeida Machado) - "Mecanismos de financiamento" e "Legislação e políticas públicas".

Ao final, os representantes das entidades que participaram do evento elegeram os representantes que vão participar do Seminário Legislativo "Saneamento Ambiental - Demandas e Intervenções Necessárias, entre os dias 13 e 16 de setembro, no Plenário da Assembléia.

Presenças - Deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que presidiu os trabalhos; Jayro Lessa (PL) e José Henrique (PMDB). Além dos citados na matéria, fez parte da mesa o promotor de Justiça de Governador Valadares, Leonardo Castro Maia.

 

 

 

 

 

 

 

 

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