Funcionários da ex-Minascaixa denunciam plano de saúde

Um reajuste de 63% no plano de saúde da Previminas, considerado insuportável pelos funcionários da extinta Minascaixa...

25/08/2004 - 00:00
 

Funcionários da ex-Minascaixa denunciam plano de saúde

Um reajuste de 63% no plano de saúde da Previminas, considerado insuportável pelos funcionários da extinta Minascaixa, trouxe mais de 150 deles à reunião da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira (25/8/04). Foram relatados casos de pessoas que ganham cerca de R$ 1 mil, e cuja contribuição para o plano de saúde chega a R$ 440,16. A reunião, presidida pelo deputado Antônio Júlio (PMDB) lotou o teatro da Assembléia., que fica no mesmo local onde funcionou a agência banco que atendia o Poder Legislativo até sua liquidação em 1991.

O deputado Doutor Viana (PFL) expôs a situação dos 9.500 ex-servidores, que enfrentam reajustes constantes e estão insatisfeitos com a gestão do plano, a ponto de a maioria deles pedir exclusão por não conseguirem arcar com as despesas. Lembrou que a Previcaixa deixou um patrimônio imenso, que só vem diminuindo. "Precisamos urgentemente encontrar uma forma de dar sobrevida ao plano, e não penalizar os de menor poder aquisitivo. Estamos buscando uma solução, e não criando mais confusão. Não queremos guerrear, mas não vamos aceitar pacificamente as injustiças que são cometidas contra os fundadores da Previcaixa", alertou Viana.

A Previminas (Fundação de Seguridade Social de Minas Gerais) foi representada por seu gerente assistencial, Sebastião Rabelo Generoso, que explicou tecnicamente a situação dos vários fundos administrados pela fundação, que atende não apenas esses servidores, mas também os da Prodemge e os do IMA. Segundo Generoso, o da Minascaixa depende exclusivamente da contribuição dos ex-funcionários. Nos demais, o empregador contribui, aliviando os custos para o usuário. Esclareceu também que o reajuste de 63% deveu-se a razões técnicas e à variação do INPC, mas que foi de apenas 38% para os servidores que concordaram em abrir mão dos hospitais Mater Dei e Lifecenter.

Os representantes dos usuários argumentaram com vários dados de que houve decisões errôneas ao longo do tempo, que explicam como o fundo de assistência chegou à exaustão. Amantino Cruz disse que o plano é bom, um dos melhores de Minas Gerais, mas criticou as faixas etárias que penalizam o idoso, justamente na fase da vida em que mais precisa de assistência médica. Cruz disse que dos mais de 9 mil que estavam no início, restam cerca de 4 mil.

O ex-gerente da Minascaixa Homero Dias Lopes exibiu uma planilha segundo a qual os planos geridos pela Previminas tiveram desempenho de satisfatório a excepcional. "Todos os fundos cresceram, menos o nosso, devido a cálculos atuariais malfeitos. A solução é remanejar os outros fundos, porque este é o que não pode acabar. Roberto José de Paiva, que pertenceu ao Conselho da Previminas, denunciou que há descaso e má-vontade na fundação para solucionar o problema e questionou a gestão da Previminas.

Inúmeras pessoas da platéia se manifestaram ao microfone, relatando questões pessoais e coletivas, e lembrando a luta pela construção da Previcaixa. Trouxeram questionamentos ao representante da Previminas, sobre os rendimentos do patrimônio imóvel do fundo, sobre a legalidade da cobrança de 30% complementares sobre as consultas e exames de laboratório, sobre multas vultosas aplicadas à Previminas por decisão judicial, sobre a existência de pessoas em situação irregular no Conselho da Previminas.

Estas perguntas foram respondidas parcialmente, mas reencaminhadas oficialmente em requerimento do deputado Doutor Viana, aprovado no final da reunião. Ao todo, o requerimento contém quase 20 questões a serem respondidas pela direção da Previminas, cujo presidente é o ex-deputado federal Leopoldo Bessone. A deputada Maria Tereza Lara (PT) cumprimentou os ex-servidores pela organização do movimento e pela presença maciça, prometendo o apoio da bancada do PT a suas reivindicações. O deputado Antônio Júlio acrescentou que a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte tem tido sucesso na intermediação de conflitos e conseguido acordos interessantes.

Presenças: Deputado Antônio Júlio (PMDB), presidente; deputada Maria Tereza Lara (PT); deputados Doutor Viana (PFL), Adalclever Lopes (PMDB) e Doutor Ronaldo (PDT).

 

 

 

 

 

 

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