Anastasia nega irregularidades no contrato do Estado com INDG

O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia, negou, nesta quarta-feira (25/8/04), que ...

25/08/2004 - 00:01
 

Anastasia nega irregularidades no contrato do Estado com INDG

O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia, negou, nesta quarta-feira (25/8/04), que o Instituto de Desenvolvimento Gerencial tenha acesso a dados sigilosos do governo estadual. "O INDG tem acesso restrito a informações sobre os recolhimentos com impostos e um comitê da Seplag acompanha todos os trabalhos dos técnicos do instituto", garantiu. Ele participou de reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa, convocada a pedido do deputado Chico Simões (PT) para discutir os termos do contrato firmado entre o governo do Estado e o INDG.

Uma das maiores empresas de consultoria do Brasil, com sede em Nova Lima, o INDG prestou assistência ao Estado na elaboração do chamado "choque de gestão" levado a cabo pelo governo Aécio Neves. O secretário explicou aos deputados os termos do acordo, por meio do qual o INDG auxiliou o governo a identificar onde era possível cortar despesas e aumentar receitas para reduzir o déficit fiscal do Estado.

O valor do convênio para a prestação dos serviços de consultoria foi de R$ 4 milhões, pagos pela Fundação Brava, entidade ligada a grandes empresas, como Ambev, Telemar, Gerdau, Belgo-Mineira e Vale do Rio Doce, que são os maiores contribuintes do Estado. O secretário, no entanto, negou que essas empresas estejam sendo beneficiadas de alguma forma pelo governo e apresentou números que mostram o aumento da arrecadação nos setores siderúrgico, de bebidas e mineração. "O que demonstra que o trabalho do INDG é para aumentar as receitas do Estado", garantiu.

Anastasia acrescentou ainda que nenhuma ação do governo do Estado foi feita em discordância com o planejamento estratégico aprovado pela Assembléia Legislativa - que consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias e dos planos Mineiro de Desenvolvimento Integrado e Plurianual de Ação Governamental. E justificou o interesse de grandes empresas em bancar os custos do projeto de reestruturação gerencial do Estado: "Ninguém vai investir num Estado em bancarrota".

Oposição contesta explicações

Os argumentos de Anastasia não convenceram o deputado Chico Simões, que questionou as metas de redução do déficit fiscal e lembrou as greves dos servidores da saúde e da educação, que, para ele, demonstram que a situação do Estado não é tão boa assim. "Todas as empresas patrocinadoras do projeto têm algum tipo de renúncia fiscal, o que é algo extremamente maléfico para o Estado. E esses projetos estruturadores nunca vão sair do papel, pois o governo não investe em nada", criticou. Fiscais da Receita que acompanharam a reunião com cartazes criticando o convênio com o INDG aplaudiram o deputado várias vezes.

Parlamentares da base aliada do governo defenderam o secretário. Para o deputado Sebastião Helvécio (PDT), a parceria entre o poder público e a iniciativa privada não é ruim. "Só teremos condições de investir mais em educação e saúde se tivermos um Estado eficiente", argumentou. O líder do bloco de sustentação do governo, deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), por sua vez, rebateu as críticas feitas às renúncias fiscais. "O presidente Lula não acabou com a guerra fiscal entre os Estados, então nós temos que dançar conforme a música", disse.

Já o líder de governo, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), afirmou que o trabalho de modernização gerencial em breve trará resultados palpáveis, com o fim do déficit fiscal do Estado até o final do ano. O presidente da comissão, deputado Ermano Batista (PSDB), se disse convencido com as explicações apresentadas pelo secretário e garantiu que o assunto vai continuar sendo discutido. "Queremos saber qual a vantagem para os patrocinadores do projeto de choque de gestão, e o pessoal do Sindifisco vai ser convidado a apresentar provas das acusações que tem feito", disse.

Pareceres aprovados

A FFO aprovou, em 1º turno, parecer sobre o Projeto de Resolução 1.726/04, que aprova a legitimação de cinco porções de terras devolutas situadas em vários municípios do Estado, cada uma delas com área superior a 100 hectares. O relator, deputado Ermano Batista, afirmou que as alienações, de acordo com o Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais, serão efetivadas mediante compra preferencial da terra pelo legítimo posseiro, que deverá, além disso, cobrir os gastos decorrentes da instrução dos processos. "Desta forma, evidencia-se que a transferência de domínio dos imóveis não acarretará repercussão financeira ou orçamentária nos cofres estaduais", afirmou.

Também foram aprovados em 2º turno os Projetos de Lei (PLs) 355/03, do deputado Arlen Santiago (PTB), que autoriza a doação de imóvel ao município de Curvelo; 1.402/04, do governador, que autoriza o Executivo a permutar imóvel com o município de Carneirinho; e 1.559/04, também do governador, que autoriza a Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte (Assprom), a permutar imóvel.

O PL 1.083/03, do Executivo, que reajusta as taxas cobradas pelos cartórios, foi retirado da pauta da reunião.

Presenças - Deputados Ermano Batista (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PL), vice; Chico Simões (PT), José Henrique (PMDB), Sebastião Helvécio (PDT), Domingos Sávio (PSDB), Márcio Kangussu (PPS), Dinis Pinheiro (PL), Alberto Pinto Coelho (PP), Antônio Carlos Andrada (PSDB) e Adalclever Lopes (PMDB).

 

 

 

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