Grevistas pedem ajuda para reabrir diálogo com governo

Em reunião extraordinária da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, servidores da Fundação Hemominas e da Funda...

18/08/2004 - 00:01
 

Grevistas pedem ajuda para reabrir diálogo com governo

Em reunião extraordinária da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, servidores da Fundação Hemominas e da Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig) lotaram o Auditório nesta quarta-feira (18/8/04) para discutir a greve da categoria. Os primeiros paralisaram as atividades no final de julho por três dias. Os trabalhadores da Fhemig entraram em greve no dia 15 de julho, até que, na última segunda-feira (16), a Justiça declarou ilegal o movimento, determinando o retorno ao trabalho. Os servidores pediram a interferência dos deputados para intermediar a retomada das negociações com o governador. O presidente da comissão, deputado Ricardo Duarte (PT), prometeu uma discussão sobre o assunto, durante a audiência pública que será feita dia 25 deste mês, na Assembléia, para debater o plano de carreira da área da saúde.

A tônica da reunião foram as reclamações sobre as condições de trabalho nos dois órgãos e as pressões que estão sendo feitas para o retorno dos funcionários. Segundo lideranças dos servidores, o Hemominas e a Fhemig trabalham com total falta de infra-estrutura. O representante da Associação Sindical dos Funcionários da Fundação Hemominas (Assfhem), Dalton Cardillo Macedo, disse que o governo estadual tenta enganar a população ao divulgar propaganda em jornais, afirmando que os estoques de sangue foram comprometidos pela greve.

Segundo Dalton Macedo, os estoques estavam em níveis melhores do que no Carnaval, quando registram os índices mais baixos. Ele alertou para a possibilidade de se ter até mesmo de descartar sangue, por perda de prazo de validade. Macedo disse ainda que depois da convocação do governo para que a população doasse sangue, em dois dias foram atendidas mil pessoas, sendo que a média é de 350 doadores/dia. "Nos dias em que aumentou o número de doadores, 56 pessoas desistiram, por causa da demora no atendimento, causado não pela falta de funcionários, mas de infra-estrutura no centro", acrescentou o representante da Coordenação Intersindical dos Servidores Públicos de Minas Gerais, Renato Barros. Barros classificou de "gestão temerária", a administração imposta ao setor de saúde no Estado, com a falta de investimentos e o descaso com o servidor da área. Segundo o sindicalista, o governo tem colocado a maioria dos recursos da saúde em hospitais privados.

Deputado critica descumprimento de emenda constitucional

Os deputados Adelmo Carneiro Leão e Ricardo Duarte, ambos do PT, garantiram apoio ao movimento dos servidores, criticando a atuação do governador na área. Destacando que a Assembléia é fórum legítimo para discutir os problemas de funcionários de toda a saúde, Adelmo Leão criticou especialmente a não aplicação do percentual de 10% em saúde, este ano, e 12% para 2005, conforme determina a Emenda Constitucional 29/2000. A deputada Jô Moraes (PCdoB) considerou que a greve conseguiu romper o silêncio que a imprensa impôs à real situação da saúde no Estado.

Números - Segundo dados do Sind-Saúde, os trabalhadores da Fhemig reivindicam 35% de reajuste, melhores condições de trabalho e plano de carreira. Os da Fundação Hemominas querem o mesmo, mais aumento real, sem definição de percentual.

O governo ofereceu para os servidores da Fhemig: gratificação de incentivo à eficiência do serviço (Gies) que pode chegar a 30% da receita própria da instituição; e controle da Fhemig, por um conselho de usuários, além de acenar com a possibilidade de criação de uma carreira para a área de enfermagem. Para a Hemominas nada foi oferecido, ainda segundo o Sind-Saúde, representado pelo tesoureiro Eny Carajá.

Presenças - Deputados Ricardo Duarte (PT), presidente; Adelmo Carneiro Leão (PT) e a deputada Jô Moraes (PCdoB); e, além das personalidades citadas na matéria, representantes do Sindicato dos Médicos e da Associação dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais.

 

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