Comissão da Silvicultura visita fazendas de eucalipto na região Central

Os deputados da Comissão Especial da Silvicultura da Assembléia Legislativa conheceram, nesta terça-feira (17/8/04), ...

17/08/2004 - 00:00
 

Comissão da Silvicultura visita fazendas de eucalipto na região Central

Os deputados da Comissão Especial da Silvicultura da Assembléia Legislativa conheceram, nesta terça-feira (17/8/04), os dois lados da realidade da produção de eucalipto no Estado. Em Paraopeba, eles visitaram a Fazenda Itapoã, da V & M do Brasil, modelo de produção florestal. Em Felixlândia, ouviram reclamações dos moradores da zona rural da cidade sobre a diminuição do nível dos rios e até o desaparecimento de nascentes, que eles associam ao plantio de eucalipto.

Nos últimos anos, a paisagem da região em torno de São José do Buriti, distrito de Felixlândia, foi tomada por florestas de eucaliptos. Os moradores - quase todos pequenos produtores que praticam a agricultura de subsistência - reclamam que a quantidade de água da região diminuiu sensivelmente. Eles atribuem essa redução à chegada das florestas plantadas. "Plantio de eucalipto é muito bonito. Mas será que beleza enche mesa?", questionou o agricultor José Lauro Alves.

Acompanhados dos moradores de São José do Buriti e de funcionários da Plantar, os deputados visitaram a nascente do Riacho Fundo da Faveira (que secou), viram o leito seco do Riacho Fundo de São José do Buriti e percorreram o leito seco de uma vereda próxima à nascente do Córrego Buriti.

O engenheiro florestal da Plantar, Eliéser Alves, diz que a empresa respeita a legislação ambiental e que boa parte das denúncias dos moradores de Felixlândia não são fundamentadas. Segundo ele, a empresa passou a analisar a quantidade e a qualidade da água em todas as suas fazendas desde o ano passado e ainda não há um relatório conclusivo sobre o impacto do eucalipto sobre os mananciais. "Nós avaliamos cada sistema buscando a harmonia da monocultura com o meio ambiente", garantiu.

O deputado Padre João (PT) considerou a situação grave e defendeu a realização de um estudo minucioso para identificar as causas do rebaixamento do nível dos cursos d'água de Felixlândia. Os deputados Célio Moreira (PL) e Doutor Viana (PFL) também defenderam a realização de estudos técnicos. Já o deputado Paulo Piau (PP), presidente da comissão, ponderou que toda atividade econômica tem algum nível de impacto ecológico, e que os órgãos fiscalizadores devem agir para evitar agressões ao meio ambiente.

V & M tem fazenda modelo em Paraopeba

Já em Paraopeba, os deputados puderam comprovar como a produção de eucalipto pode ser feita em harmonia com o meio ambiente. Na fazenda de 6,9 mil hectares, a empresa mantém 2,1 mil hectares de mata nativa, o que equivale a 35% de sua área percentual maior que o mínimo exigido pela legislação ambiental, que é de 20%. Nos corredores de mata intercalada com áreas reflorestadas, vivem mamíferos e aves ameaçados de extinção, como onças, tamanduás, araras-canindé e papagaios-galegos.

A empresa também tem uma política de valorização profissional que lhe rendeu um índice de satisfação dos funcionários de 78%. Também mantém parcerias com produtores de abelha da região, que podem deixar suas colméias no meio dos eucaliptos. "Conseguimos transformar uma atividade menosprezada no passado em uma atividade justa, equilibrada e economicamente viável", disse o superintendente da V & M Florestal, Antônio Claret de Oliveira.

A comissão também visitou a Fazenda Buenos Aires, em Curvelo, onde a Plantar cultiva 9,3 mil hectares de eucalipto para a produção de carvão siderúrgico e de churrasco.

Presenças - Estiveram presentes os deputados Paulo Piau (PP), presidente da comissão; Célio Moreira (PL), Doutor Viana (PFL), Padre João (PT) e Doutor Ronaldo (PDT).

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715