Deputados discutem aplicação de lei com chefe da Polícia Civil

Deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (...

11/08/2004 - 00:00
 

Deputados discutem aplicação de lei com chefe da Polícia Civil

Deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (11/8/04) com o chefe da Polícia Civil, delegado Otto Teixeira. O objetivo da reunião, realizada na sede da Chefia de Polícia, foi acertar os detalhes do cumprimento do afastamento cautelar de policiais acusados de envolvimento em crimes graves, como tortura, tráfico de drogas e corrupção. Esse afastamento está previsto na Lei 15.301, que institui a carreira do pessoal da Defesa Social do Poder Executivo, publicada na edição do Minas Gerais desta quarta.

Com esse mecanismo, os policiais civis acusados de envolvimento em crimes graves terão que ser imediatamente afastados de suas funções tão logo a Justiça acate denúncia contra eles. Se o policial for condenado ao final do inquérito, será expulso da corporação. Caso contrário, reassume suas funções. Enquanto estiver afastado, continua recebendo seu salário, mas fica impedido de portar armas e usar identidade policial.

Otto Teixeira não quis revelar quantos policiais respondem a processos por terem cometido crimes graves nem estipulou prazo para que os primeiros afastamentos se concretizem. Ele disse que vai encaminhar um ofício ao corregedor de Justiça, Isalino Lisboa, para que ele recomende a todos os juízes do Estado que comuniquem a Chefia de Polícia dos casos de policiais processados por crimes graves. Só depois que todas as comunicações forem feitas, a Chefia de Polícia vai poder calcular o número de servidores que deverão ser afastados de suas funções. "Tão logo sejamos informados, os policiais serão afastados", garantiu.

O chefe de polícia também disse que vai encaminhar um ofício à Advocacia Geral do Estado para saber se esta é a forma adequada de proceder ao afastamento cautelar. E garantiu que não haverá nenhuma caça às bruxas dentro da corporação. "É simplesmente um dispositivo que vem trazer à administração da Polícia Civil o equilíbrio com uma norma que já existe para a Polícia Militar", destacou.

Deputados destacam importância do afastamento cautelar

"Achamos essa medida importante, que faz parte do processo de moralização da polícia", disse o deputado Rogério Correia (PT), em entrevista à imprensa. Na opinião do deputado, a nova lei vai permitir maior agilidade na apuração dos processos envolvendo policiais. "A corregedoria vai querer rapidez na investigação para que o policial, quando inocente, retorne às suas funções o mais cedo possível", afirmou.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) lembrou que os policiais militares acusados de envolvimento em crimes graves já estão sujeitos ao afastamento cautelar desde 2002, quando foi sancionado o Código de Ética da Polícia Militar. Para ele, a punição dos militares é até mais severa, já que a lei prevê o afastamento caso o policial tenha cometido qualquer ato irregular.

Os parlamentares presentes à reunião disseram que pretendem estender o afastamento a todos os servidores públicos do Estado. Segundo o deputado Sargento Rodrigues, uma emenda semelhante pode ser apresentada ao Projeto de Lei Complementar 52/04, do governador, que altera o Estatuto do Servidor Público e tramita em 1o turno na Assembléia.

Presenças - Participaram da reunião os deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão; Rogério Correia (PT), Chico Simões (PT), Adelmo Carneiro Leão (PT), e Roberto Ramos (PL).

 

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