Segurança Pública ouve denúncias sigilosas contra policiais

A Comissão de Segurança Pública realizou, nesta terça-feira (6/7/04), uma reunião reservada com convidados para apura...

06/07/2004 - 00:01
 

Segurança Pública ouve denúncias sigilosas contra policiais

A Comissão de Segurança Pública realizou, nesta terça-feira (6/7/04), uma reunião reservada com convidados para apurar denúncias veiculadas pela imprensa envolvendo policiais civis da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes. Os deputados receberam informações sigilosas que, se divulgadas antes do tempo certo, poderiam atrapalhar as investigações. O requerimento para que a audiência fosse sigilosa foi do deputado Alberto Bejani (PTB), vice-presidente da comissão.

Na parte final da reunião, que durou cerca de duas horas e meia, o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), divulgou dados sobre punições aplicadas pela Corregedoria da Polícia Civil nos últimos anos. De acordo com a planilha apresentada, em 2000 foram demitidos uma autoridade e 13 agentes policiais; no ano seguinte, seis agentes; em 2002, uma autoridade e 19 agentes; em 2003, duas autoridades e 14 agentes; e até 29 de junho deste ano, três autoridades e 25 agentes já foram demitidos. Sargento Rodrigues também citou diversos processos em andamento contra policiais civis.

Participaram dessa parte da reunião o chefe da Polícia Civil, Otto Teixeira Filho; o coordenador da 13ª Vara de Tóxicos, promotor Leonardo Távora Castelo Branco; o chefe da Delegacia de Repressão e Entorpecentes, Emerson Aquino; o corregedor-geral de polícia, Francisco Rabelo; e o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado e de Investigação Criminal, André Estêvão Ubaldino Pereira. Em seguida a reunião foi suspensa por uma hora para que os deputados pudessem chegar a um consenso sobre o Projeto de Lei 1.343/03, do governador, que institui as carreiras dos servidores da Secretaria de Estado de Defesa Social, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, da Polícia Militar, da Defensoria Pública e da Polícia Civil do Estado.

Na reabertura dos trabalhos, o deputado Alberto Bejani fez nova advertência sobre a situação precária do Ceresp de Juiz de Fora. O presídio tem capacidade para 240 detentos, mas hoje conta com 800. Bejani alertou que os presos deram prazo até a próxima quarta-feira para que haja transferências para a penitenciária da cidade, recém-construída.

Projeto sobre carreira de policiais tem parecer favorável

A comissão aprovou parecer favorável, em 1º turno, ao PL 1.343/03, na forma do substitutivo nº 1, apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça, e com as emendas de 1 a 7, da Comissão de Administração Pública, e 8 a 13, que apresentou.

As emendas de nº 8 a 10 garantem que cargos de auxiliares, técnicos assistentes e analistas de Polícia Civil sejam considerados cargos de natureza estritamente policial desde que, na data de publicação da lei, estejam no efetivo exercício de serviços de natureza estritamente policial, com habilitação em cursos específicos ministrados pela Academia de Polícia. A emenda nº 11 determina que os servidores que atuam como assistente jurídico de penitenciária, lotados na Secretaria de Defesa Social e que estiverem exercendo a função de defensor público na Defensoria Pública e nas penitenciárias mineiras, passam a compor o quadro de pessoal da Defensoria Pública do Estado. A emenda nº 12 estabelece uma nova correlação entre as carreiras e seus níveis de escolaridade.

Já a emenda nº 13, que gerou maior polêmica, acrescenta um artigo ao projeto que impõe pena administrativa de suspensão ao servidor da Polícia Civil quando o Poder Judiciário acatar contra esse servidor denúncia de prática de crimes como tortura, tráfico de drogas, terrorismo, extorsão, corrupção e outros. O deputado Alberto Bejani se posicionou contra a inscrição do termo "suspenso" na identidade funcional temporária do policial acusado, alegando que isso significa um julgamento prévio. Sargento Rodrigues e Rogério Correia (PT) não acataram a argumentação e a emenda recebeu parecer pela aprovação.

Requerimentos - Foram aprovados ainda, durante a reunião, outros dois requerimentos: um do deputado Rogério Correia, pedindo que seja encaminhado ofício ao chefe da Polícia Civil solicitando-lhe a agilização do processo de pesagem e incineração das drogas apreendidas na Divisão de Tóxicos; e outro, do deputado Sargento Rodrigues, solicitando o envio de ofício ao governador pedindo a desativação da carceragem da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes, considerando-se as informações prestadas na reunião pelo promotor de Justiça Leonardo Távora Castelo Branco.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PTB), vice; Rogério Correia (PT), Leonardo Moreira (PL), Célio Moreira (PL), Durval Ângelo (PT) e Chico Simões (PT).

 

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