Silvicultura discute papel da comunicação e investimentos no setor

"A silvicultura pode ser o melhor negócio de Minas para a próxima década. Se a política para o setor for aplicada cor...

30/06/2004 - 00:01
 

Silvicultura discute papel da comunicação e investimentos no setor

"A silvicultura pode ser o melhor negócio de Minas para a próxima década. Se a política para o setor for aplicada corretamente, 120 mil empregos podem ser gerados no Estado". Com essa frase o secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Marco Antônio Rodrigues da Cunha, mostrou a importância desse setor para a economia do Estado. Ele foi um dos convidados da reunião da Comissão Especial da Silvicultura nesta quarta-feira (30/06). Durante a audiência, os deputados e convidados de entidades ligadas ao setor discutiram a importância da comunicação e também a necessidade de se investir no setor.

O assessor da presidência da Satipel, empresa que fabrica painéis de madeira, César Augusto dos Reis, disse que 1/3 das florestas plantadas no Brasil estão em Minas e que todos os grandes elos da cadeia produtiva (móveis, painéis e celulose) estão presentes no Estado. "A transformação de madeira em carvão vegetal contribui para a competitividade do nosso aço porque há uma grande exigência no que se refere à ecologia", explicou o assessor. Ele destacou ainda que uma das ameaças à produção de madeira em Minas é a resistência ao plantio do eucalipto.

Para o presidente em exercício do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires, esse problema também tem prejudicado as indústrias da cidade de Ubá. Segundo ele, a cidade é o primeiro pólo da indústria moveleira no Estado e ocupa a terceira posição no cenário nacional. "Empresários e agricultores preferem investir em áreas e culturas que dêem retorno financeiro imediato", explicou.

O secretário adjunto Marco Antônio da Cunha, falou que a intenção do governo é que o Estado volte a ter dois milhões de hectares de florestas plantadas, como no passado. Hoje Minas possui 1,2 milhão de hectares plantados. Rodrigues da Cunha revelou ainda que o governo está trabalhando em uma política de incentivo fiscal à silvicultura para que Minas Gerais possa, no mínimo, se igualar nesse setor aos outros Estados.

Preconceito

Para Cláudia Vieira Tanure, presidente da Press Comunicação, esse setor enfrenta preconceitos da sociedade e dos formadores de opinião em relação ao plantio do eucalipto. "Espaços em jornais são mais fáceis de serem conseguidos em comparação ao rádio e à televisão. Isso porque os jornalistas que cobrem economia já possuem mais conhecimento sobre o setor", esclareceu.

Para os convidados, um maior esclarecimento e uma maior divulgação sobre as atividades do setor e uma desburocratização dos financiamentos são fundamentais para que a silvicultura se desenvolva no Estado.

Os deputados Paulo Piau (PP), presidente da Comissão, e Padre João (PT) disseram que as discussões da reunião foram importantes, mas que sentiram falta de reivindicações dos convidados. Para o deputado Doutor Viana (PFL), é vergonhoso o fato de Minas ter que importar madeira do Paraná. O deputado Célio Moreira (PL), relator da Comissão disse que o Estado precisa acompanhar a produção e o incentivo ao setor, além da questão do fomento florestal.

Requerimentos aprovados

Durante a reunião, foram aprovados dois requerimentos assinados pelos deputados da Comissão. Em um deles, os parlamentares pediram a suspensão dos trabalhos, em 01/07, durante o prazo de 20 dias. O outro requerimento pede que sejam realizadas audiências públicas com os secretários de Estado do Meio Ambiente, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fazenda e do Desenvolvimento Econômico e de Planejamento para discutir demandas do setor de base florestal para melhor fundamentar o relatório final.

Presenças: Participaram da reunião os deputados Paulo Piau (PP), presidente; Leonardo Quintão (PMDB), vice-presidente; Célio Moreira (PL), Doutor Viana (PFL) e Padre João (PT). Além dos convidados citados, participaram também representantes do Ministério Público, Emater, Sindicato da Indústria do Ferro no Estado, Associação Mineira de Silvicultura, Sociedade Mineira de Engenheiros Florestais, e das empresas Asiflor, CBCC, V&M e Plantar.

 

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