Ex-Minascaixa criticam aumento em plano de saúde e apontam má gestão

Durante reunião que debateu o reajuste aplicado ao plano de saúde dos servidores da extinta Minascaixa, representante...

29/06/2004 - 00:00
 

Ex-Minascaixa criticam aumento em plano de saúde e apontam má gestão

Durante reunião que debateu o reajuste aplicado ao plano de saúde dos servidores da extinta Minascaixa, representantes da categoria relacionaram o aumento à má administração da gestora do plano - a Fundação de Seguridade Social de Minas Gerais (Previminas). Convidado para a audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, nesta terça-feira (29/6/04), o presidente da Previminas, Leopoldo Bessone, não compareceu nem enviou representante. O deputado Doutor Viana (PFL), autor do requerimento pela reunião, lamentou a ausência, dizendo que iria solicitar um requerimento da comissão convidando novamente Bessone.

Viana lembrou que os servidores foram prejudicados ao serem absorvidos pelo Estado, pois perderam a contribuição patronal da ex-Minascaixa, tiveram que assumir o pagamento total do plano e contribuir com o Ipsemg. O deputado disse ainda que o patrimônio da Previcaixa, construído pelos servidores, passou para a Previminas, sem que eles obtivessem qualquer resultado financeiro.

Desvio - O representante dos ex-servidores da Minascaixa, Homero Dias Lopes, denunciou que teriam sido retirados R$3 milhões do fundo administrativo do plano, que contava com R$14 milhões, à época de sua criação, em 1992, quando a Minascaixa foi extinta. Esses recursos, de acordo com Lopes, teriam sido utilizados indevidamente para socorrer o plano de saúde privado que a fundação criou, o Previminas Saúde. O restante do dinheiro "em dezembro de 2003, simplesmente 'evaporou'", disse o representante. Outra destinação de recursos - a reserva para a aposentadoria - estaria sobrevalorizada, na opinião dele, pois contava com 38 milhões de dólares em 1992, e hoje tem 63 milhões de dólares. Já em relação aos recursos para a saúde, incluídos no fundo assistencial, a situação mostrada pelo representante é crítica: "eram 12 milhões de dólares em 92 e hoje é zero!"

Servidor é tratado como cliente de 2ª categoria

O ex-conselheiro da Previminas, Roberto José de Paiva, informou que a partir de 1995, a Previminas começou a reajustar sucessivamente as mensalidades. Em 2001, foi criado o Previminas Saúde, plano aberto que usa a estrutura e a experiência adquirida do plano dos servidores. "Hoje, somos tratados como clientes de segunda categoria em relação aos conveniados do Previminas Saúde", reclamou Paiva. Pouco depois, foi implantado o plano por faixa etária, gerando aumentos maiores para os mais idosos, o que levou muitos a abandonarem-no. Em 2003, as mensalidades foram novamente reajustadas. Agora, estão sendo propostos novo aumento e a diferenciação dos planos, com a redução no atendimento para o mais barato - o Plano Prata (que terá reajuste de 39%). Já o Ouro, segundo Paiva, terá reajuste médio de mais de 60%, variando segundo a faixa etária.

Roberto Paiva criticou a fundação por tentar se isentar de controles previstos para os planos de previdência e saúde, usando o argumento de que administra um plano de autogestão. Para Paiva, a justificativa não procede, pois os servidores participam pouco da gestão do plano, tendo só dois participantes no conselho curador, que tem seis integrantes. Ele entende que o plano deve ser fiscalizado pela Agência Nacional de Saúde e estar sujeito ao Código de Defesa do Consumidor.

Outro representante dos servidores, Amantino Cruz, disse que os sucessivos reajustes e problemas com a Previminas levaram a uma redução brusca no número de associados do Plano. Segundo ele, no início eram 9.000 associados, hoje, são apenas 4.000, com tendência de reduzir ainda mais. Cruz advertiu que se o plano ficar com apenas 3.000 participantes torna-se inviável.

Presenças - Participaram da reunião a deputada Lúcio Pacífico (PTB) e o deputado Doutor Viana (PFL).

 

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