Denúncias contra policias da Divisão de Tóxicos vão ser investigadas

As denúncias divulgadas pela imprensa envolvendo policiais civis da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes vão ser invest...

29/06/2004 - 00:01
 

Denúncias contra policias da Divisão de Tóxicos vão ser investigadas

As denúncias divulgadas pela imprensa envolvendo policiais civis da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes vão ser investigadas pela Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa. Nesta terça-feira (29/6/04), foi aprovado um requerimento dos deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão, e Rogério Correia (PT) solicitando audiência pública, na próxima terça-feira, 6 de julho, com os seguintes envolvidos na investigação do caso: o chefe da Polícia Civil, Otto Teixeira Filho; o coordenador da 13ª Vara de Tóxicos, promotor do Ministério Público (MP) Leonardo Távora Castelo Branco; o titular da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes da Polícia Federal, Emerson Aquino; e o corregedor responsável pelas investigações, Francisco Rabelo.

Senha - As denúncias foram feitas pelo promotor Leonardo Távora que acusou esses policiais de usarem a senha de acesso à folha de antecedentes criminais (FAC) para "limpar" a ficha de colegas. A fraude foi descoberta com a comparação da FAC com a Certidão de Antecedentes Criminais, outra fonte de consulta da Justiça, que mostrou policiais com extenso envolvimento em crimes. Pelo menos metade dos 49 policiais da divisão teriam alterado a ficha criminal, sendo que já foi pedido o afastamento de 18 deles. A maioria são detetives, acusados de crimes como tráfico de drogas, corrupção, extorsão, seqüestro e cárcere privado, homicídio e formação de quadrilha.

Ao justificar o requerimento, o deputado Rogério Correia lembrou que o governo estadual prometeu transferir todos os presos de Divisão de Tóxicos e Entorpecentes para outras unidades, mas não cumpriu a promessa. Com isso, "em vez da divisão trabalhar na investigação do tráfico de drogas continua funcionando como depósito de presos", afirmou. O deputado solicitou ainda à assessoria estudo técnico envolvendo mudanças na Lei Orgânica da Polícia Civil. Para ele, nas situações em que o Ministério Público apresentar denúncia e o juiz acatá-la, o policial envolvido deve ser afastado, e não apenas transferido, como ocorre atualmente.

Disponibilidade - Reforçando essa idéia, o deputado Sargento Rodrigues disse que o Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar já previa esse dispositivo. Segundo Rodrigues, a chamada disponibilidade cautelar permite à PM afastar o militar acusado de envolvimento em crimes contra a administração pública. "Trata-se de afastamento das funções, não exoneração", esclareceu.

Irregularidades em radares vão ser apuradas

Outro requerimento aprovado, do deputado Alberto Bejani (PTB), vice-presidente da comissão, solicita reunião para obter esclarecimentos sobre a instalação e aferição de radares na Grande BH, convidando responsáveis pelo Dnit e Ipem. De acordo com o autor do requerimento, motoristas de Contagem trouxeram a seu gabinete denúncias de que os radares dessa cidade não estariam sendo aferidos, registrando velocidades acima da praticada. "Há multas de infrações gravíssimas, com valores de quase R$ 600, registrando velocidade de mais de 90 km por hora, sendo que o motorista alega que dirigia a 60 km", completou Bejani.

Teófilo Otoni - Outra audiência pública foi solicitada por requerimento aprovado do deputado Sargento Rodrigues. O objetivo é debater as medidas adotadas pela Corregedoria-Geral de Polícia e pelo MP sobre os inquéritos policiais e expedientes administrativos para apurar supostos ilícitos cometidos pelo ex-delegado de Polícia Civil da 14ª DRS, de Teófilo Otoni, Geraldo de Carvalho.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PTB), vice; e Rogério Correia (PT).

 

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