Projeto que aumenta salários de policiais passa pela CCJ

O Projeto de Lei (PL) 1.753/04, do governador, que reajusta em 6% os salários dos servidores estaduais da área de seg...

23/06/2004 - 00:01
 

Projeto que aumenta salários de policiais passa pela CCJ

O Projeto de Lei (PL) 1.753/04, do governador, que reajusta em 6% os salários dos servidores estaduais da área de segurança pública, recebeu nesta quarta-feira (23/6/04) parecer pela juridicidade, constitucionalidade e legalidade da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa. O projeto beneficia policiais civis e militares, bombeiros e agentes de segurança penitenciários. O relator, deputado Bonifácio Mourão (PSDB), lembrou que o reajuste terá um impacto de R$ 77,2 milhões na folha de pagamento do Estado, que será custado por "recursos originados por excesso de arrecadação". O projeto agora segue para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, para depois ir à votação em Plenário.

A comissão também aprovou pareceres de 1o turno favoráveis a outros três projetos do governador que tratam de carreiras de servidores públicos. O Projeto de Lei Complementar 49/03 estrutura a carreira da Advocacia Pública do Estado e a de Advogado Autárquico e Fundacional, beneficiando procuradores e demais profissionais da área jurídica das secretarias, autarquias e fundações do Estado. O relator, deputado Bonifácio Mourão, opinou pela aprovação na forma do substitutivo no 1, que incorpora 25 emendas enviadas pelo governador para corrigir equívocos do texto original.

Também recebeu parecer favorável o PL 1.337/03, do governador, que estrutura as carreiras dos servidores da área de saúde do Estado. Esse projeto beneficia os servidores lotados na Secretaria de Estado da Saúde, Fundação Hospitalar de Minas Gerais, Fundação Ezequiel Dias e Fundação Hemominas, num total de 18.750 cargos. O relator, deputado Gustavo Valadares (PFL), apresentou cinco emendas, que fazem correções técnicas e alteram o conteúdo do projeto. As principais mudanças propostas pelo parecer são regras mais claras para a cessão de servidores por meio de convênios (emenda no 3) e a previsão de remuneração proporcional à jornada de trabalho das diversas categorias englobadas no projeto (emenda no 4). As emendas propostas pelo governador não foram incorporadas ao parecer porque o relator considerou que elas devem ser analisadas pelas comissões de mérito.

O PL 1.344/03, do governador, que estrutura a carreira de agente de segurança sócio-educativo, também recebeu parecer pela aprovação. O projeto beneficia os atuais 12 servidores efetivos que atuam como agentes de segurança penitenciários e cria outros 988 cargos efetivos com a mesma função, que passarão a ser denominados agentes de segurança sócio-educativo. Para o relator, deputado Gustavo Valadares, a contratação de servidores efetivos para fazerem a guarda dos detentos das penitenciárias e presídios mineiros é um avanço. "A estabilidade visa dar ao servidor tranqüilidade para o fiel cumprimento de seus deveres e constitui requisito indissociável das funções da carreira", diz, no parecer. Foram apresentadas seis emendas. Uma das principais alterações trazidas por essas emendas é a contagem de tempo para promoção somente após o término do estágio probatório (emenda no 3).

Outros pareceres favoráveis

A CCJ aprovou também pareceres favoráveis para os seguintes projetos:

* PL 1.379/04, do deputado Adalclever Lopes (PMDB), que cria a Semana do Portador de Deficiência. O relator, deputado Gilberto Abramo (PMDB), apresentou duas emendas. A de número 1 elimina do texto a realização obrigatória de um sorteio anual da Loteria Mineira para a arrecadação de recursos para programas de atendimento a excepcionais. A de número 2 retira do projeto a revogação da Lei 12.780, de 1998, que determina a realização de um sorteio anual pela Loteria Mineira cuja metade da renda deve ser revertida para programas de assistência e capacitação de deficientes físicos.

* PL 1.622/04, do deputado Chico Simões (PT), que propõe a cobrança pelos serviços prestados pelo Estado para emissão, processamento e cobrança de documento de arrecadação do Seguro de Danos Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). O projeto propõe a criação de uma taxa de expediente no valor de duas Ufemgs (atualmente R$ 2,89), que seria cobrada por órgãos do Estado pelo fornecimento de dados cadastrais dos veículos às seguradoras beneficiadas pelo DPVAT. O relator, deputado Ermano Batista (PSDB), opinou pela aprovação do projeto na forma original.

* PL 1.699/04, do deputado Roberto Ramos (PL), que determina que os estabelecimentos prisionais do Estado deverão dispor de dependências para a prestação de assistência religiosa aos detentos. O relator, deputado Ermano Batista, opinou pela aprovação do projeto sem novas alterações.

* PL 1.656/04, do governador, que autoriza doação de imóvel da Ruralminas para a construção de um posto médico legal em Januária. O relator foi o deputado Gustavo Valadares.

Pareceres contrários

O PL 1.426/04, que obriga as empresas concessionárias dos serviços de saneamento básico a instalar hidrômetro em cada unidade, no caso dos condomínios, recebeu parecer pela inconstitucionalidade, ilegalidade e antijuridicidade. O relator foi o deputado Leonídio Bouças (PTB) e os autores do projeto são os deputados Adalclever Lopes e Leonardo Quintão, ambos do PMDB. Segundo o relator, a proposição não procede porque a instalação não pode ser executada, do ponto de vista técnico, e elevaria o custo do serviço. Além disso, o relator lembrou que compete ao município legislar sobre os serviços de saneamento básico porque ele é o titular para prestar o serviço. "Contudo, ainda que não houvesse o problema da competência legislativa, a regulamentação da matéria não impede que o usuário coloque hidrômetro por unidade nos condomínios, desde que não retire aquele que é utilizado pela concessionária para medir o consumo geral", completou Leonídio Bouças.

Outros três projetos receberam pareceres contrários:

* PL 1.172/03, do deputado Fahim Sawan (PSDB), que cria a Campanha Anual de Combate à Violência e Exploração Contra Crianças e Adolescentes no Estado. O relator, deputado Gilberto Abramo, alega que muitos dispositivos do projeto são de competência da União ou de iniciativa privativa do governador.

* PL 1.604/04, do deputado João Bittar (PL), que autoriza a criação de núcleos de atendimento a menores infratores em todas as cidades-pólo do Estado. O relator, deputado Gustavo Valadares, lembra que o Legislativo não pode obrigar o Executivo a criar órgãos em sua estrutura administrativa.

* PL 1.645/04, do deputado Leonardo Quintão, que estabelece normas para evitar a contaminação do gelo produzido e comercializado no Estado. Para o relator, deputado Gustavo Valadares, o projeto não traz nenhuma inovação jurídica e contraria normas federais já existentes.

Adiada votação de parecer de projeto sobre divisão da Cemig

O PL 1.690/04, do governador, que dispõe sobre a reestruturação societária da Cemig, recebeu do relator, deputado Bonifácio Mourão, parecer favorável, mas sua votação foi adiada por causa de um pedido de vista da deputada Maria Tereza Lara (PT). O projeto determina que as atividades de geração, transmissão e distribuição de energia terão que ser desenvolvidas por meio de subsidiárias da empresa, adaptação exigida pelo novo modelo elétrico nacional.

A pedido da deputada Maria Tereza Lara, o presidente da comissão, deputado Bonifácio Mourão, também adiou a discussão do parecer sobre o PL 1.479/04 porque seu relator, deputado Leonídio Bouças (PTB), não estava presente na reunião e a deputada discorda do teor das emendas de seu parecer. O projeto, do governador, altera o artigo 8o da Lei 3.227, de 1964, que dispõe sobre o Conselho Diretor da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí. "Estou preocupada principalmente com a emenda que estipula o prazo de dez anos para que os professores do ensino superior da fundação possam participar da reitoria", disse.

Também tiveram votação adiada por causa de pedidos de vista os pareceres de outros três projetos:

* PL 1.481/04, do governador, que dispõe sobre a gestão de tecnologia, informação, pessoal, patrimônio, serviços gerais, orçamento, finanças e controle interno na administração direta e indireta do Poder Executivo. O relator, deputado Ermano Batista, opinou pela aprovação na forma de um substitutivo por ele apresentado, mas a deputada Maria Tereza Lara também pediu vista do projeto.

* PL 1.633/04, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que disciplina a cobrança de emolumentos cartoriais incidentes sobre o registro de cédulas hipotecárias rurais. O relator, deputado Bonifácio Mourão, emitiu parecer favorável com uma emenda, mas o deputado Gilberto Abramo pediu vista do projeto.

* PL 1.697/04, da deputada Marília Campos (PT), que dispõe sobre a coleta seletiva e a destinação final do lixo doméstico no Estado. O relator, deputado Ermano Batista, concluiu pela inconstitucionalidade, ilegalidade e antijuridicidade do projeto, mas o parecer não foi votado por causa de um pedido de vista do deputado Bonifácio Mourão.

Retirados de pauta

Foram retirados da pauta da reunião os seguintes projetos:

* PL 1.552/04, do deputado Gilberto Abramo, que regula procedimentos clínicos experimentais em pacientes terminais mediante consentimento informado;

* PL 1.652/04, do deputado Rêmolo Aloise (PL), que estabelece normas para a realização de promoções em estabelecimentos que vendem fármacos e derivados;

* PL 1.657/04, dos deputados Miguel Martini (PSB) e Domingos Sávio (PSDB), que dispõe sobre a criação da contribuição para a compensação aos registradores civis das pessoas naturais do Estado.

Já o PL 1.649/04, do deputado Miguel Martini, que estabelece critérios para a edição de lista referencial de honorários médicos no Estado, teve a discussão adiada porque o relator, deputado Ermano Batista, pediu prazo para elaborar seu parecer.

A comissão votou ainda 15 proposições que dispensam apreciação do Plenário.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Bonifácio Mourão (PSDB), presidente; Gilberto Abramo (PMDB), vice; Ermano Batista (PSDB), Gustavo Valadares (PFL), Leonídio Bouças (PTB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Miguel Martini (PSB) e a deputada Maria Tereza Lara (PT).

 

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