Produção de mudas de qualidade é problema na fruticultura

Pesquisadores, professores universitários, representantes de agências de crédito e fomento e dos fruticultores reunir...

22/06/2004 - 00:00
 

Produção de mudas de qualidade é problema na fruticultura

Pesquisadores, professores universitários, representantes de agências de crédito e fomento e dos fruticultores reuniram-se nesta terça-feira (22/6/2004) com os deputados da Comissão Especial da Fruticultura, para discutir aspectos ligados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico da atividade em Minas. O sucateamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas (Epamig), o baixo desempenho da Fapemig no financiamento de pesquisas e a escassez na produção de mudas de alto padrão genético foram identificados como os gargalos à expansão da fruticultura mineira.

A primeira exposição foi da representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Maria Efigênia Brandão Póvoa, que relatou os esforços realizados em parceria com as universidades para desenvolver tecnologias que otimizem os chamados arranjos produtivos locais (morangos, mangas, goiabas, abacaxis, aguardente de banana, etc). Enilson Abraão, da Epamig, deu ênfase ao trabalho de desenvolvimento de uvas finas a partir de Caldas para plantios em João Pinheiro, Diamantina e Andrelândia. A produtividade por planta subiu de 0,5 kg para 5 kg, segundo ele.

Márcio Vale, da Universidade de Lavras, manifestou preocupação com a falta de programas de incentivo de longa duração, uma vez que a fruticultura é atividade permanente, levando de quatro a cinco anos para dar resultados, a não ser no caso de culturas mais precoces, como o maracujá e a banana. Vale levantou a questão da responsabilidade pela produção de mudas, já que as universidades consideram que seu papel é apenas o de fornecer padrão genético, e não as mudas já acabadas em grande escala para o produtor.

Doença que dizima os bananais já estaria em São Paulo

Pierre Vilela, da Faemg, denunciou que a sigatoka negra, doença fúngica que destrói os bananais na América Central, já teria vencido a barreira da floresta amazônica e já teria sido detectada em São Paulo. Pedro Hartung, do IMA, confirmou a notícia e opinou que é só uma questão de tempo para que chegue a Minas. Hartung alertou para as deficiências da defesa sanitária vegetal no Estado e pediu que o assunto seja tratado numa reunião específica da comissão.

A deputada Ana Maria Resende (PSDB), representante do Norte de Minas, lamentou que a sigatoka possa provocar um novo ciclo de dificuldades para a região, onde a banana é o principal produto das terras irrigadas do Jaíba e do Gorutuba. "Anos atrás, o bicudo destruiu os algodoeiros e a economia norte-mineira. Este é o problema de não diversificarmos a produção. Nossos antepassados diziam que não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta", disse Ana Maria.

O professor Marlon Toledo Pereira, da Unimontes, afirmou o compromisso de sua instituição com uma pesquisa voltada para as características do semi-árido e para os interesses da população. "A cadeia produtiva da fruticultura tem que ser economicamente viável, ecologicamente prudente e socialmente justa", disse Toledo Pereira, informando que a meta seria elevar a participação do Norte de Minas na fruticultura brasileira de 3% para 9% em quatro anos. O professor também lembrou outros entraves, como o péssimo estado das rodovias, impedindo a saída da produção para os mercados consumidores.

Josafá Fernandes, do Banco do Nordeste, relatou diversas linhas de apoio da instituição à fruticultura, que considera grande geradora de empregos: "Não existe máquina melhor que a mão humana para lidar com as frutas", disse ele.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), relator; Luiz Humberto Carneiro (PSDB), e deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

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