Comissão de Saúde vai discutir banco de sangue de cordão
umbilical
A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa vai
discutir a possibilidade de criação de um banco de células de sangue
de cordão umbilical em Minas Gerais. A reunião será realizada na
próxima quinta-feira (24/6/04), às 9h30, no Auditório, e atende a
requerimento do deputado George Hilton (PL). Ele é autor do Projeto
de Lei 1.530/04, que pretende estimular o aumento das doações de
sangue de cordão umbilical nas maternidades públicas do Estado. O
projeto já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e
Justiça da Assembléia.
O sangue de cordão umbilical e placentário contém
células-tronco hematopoiéticas, que podem ser utilizadas como
alternativa ao transplante de medula óssea. Ele é colhido logo após
o parto sem prejuízo para a mãe nem para o bebê e, depois de
processado, pode ficar congelado em tanques de nitrogênio por muitos
anos. Os portadores de leucemia que não têm doadores de medula
compatíveis na própria família podem ser beneficiados com a
transfusão dessas células-tronco. A criação de bancos de sangue de
cordão umbilical e placentário é uma maneira de aumentar a
possibilidade de encontrar doadores compatíveis.
No Brasil, iniciativa pioneira nesse sentido é do
Instituto Nacional do Câncer (Inca), que possui um banco com cerca
de 500 amostras de células-tronco. Todos os dias, são recolhidos
cordões umbilicais em duas maternidades de São Paulo. Os pacientes
com indicação para transplante de medula são cadastrados no Registro
Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). O cruzamento de
informações entre o Redome e o banco de sangue de cordão umbilical e
placentário identifica os doadores compatíveis para a realização de
transplante.
De acordo com o Inca, a coleta e o armazenamento de
amostras de sangue de cordão umbilical e placentário custa ao
Sistema Único de Saúde cerca de R$ 3 mil por unidade. A importação
de amostras de centros estrangeiros custa aos cofres públicos
aproximadamente US$ 32 mil a unidade. Somente o banco do Inca tem
capacidade para armazenar 3 mil amostras.
A Sociedade Brasileira de Medula Óssea montou um
grupo de estudo para criar uma rede nacional de bancos de sangue de
cordão umbilical e placentário, com a participação do Inca e de
outros hospitais de São Paulo e do Paraná. O objetivo é beneficiar o
maior número possível de pacientes que precisam de um transplante.
Segundo o Inca, o Redome tem 65 mil doadores inscritos - número que
inclui também os voluntários que se dispõem a doar células da
própria medula e é insuficiente para atender à atual demanda.
Foram convidados para a reunião o secretário de
Estado da Saúde, Marcus Pestana; o diretor-geral do Hospital das
Clínicas da UFMG, Ricardo Castanheira; o diretor-geral da Santa Casa
de Belo Horizonte, Porfírio Marcos Rocha Andrade; a diretora do
Hemominas, Anna Bárbara de Freitas Proietti; o presidente do
Hospital Mater Dei, José Salvador Silva; o diretor-geral do Inca,
José Gomes Temporão; e o professor de obstetrícia da Faculdade de
Medicina da UFMG, Antônio Vieira Cabral.
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