Deputados recebem explicações sobre programa Luz para Todos

A Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa recebeu, nesta terça-feira (15/6/04), explicações sobre ...

15/06/2004 - 00:00
 

Deputados recebem explicações sobre programa Luz para Todos

A Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa recebeu, nesta terça-feira (15/6/04), explicações sobre o funcionamento do programa federal "Luz para Todos" em Minas Gerais, por meio de convênio com o governo estadual e as concessionárias de energia elétrica do Estado. O programa pretende universalizar, até 2008, a oferta de energia elétrica em todo o Brasil, especialmente em domicílios localizados em áreas rurais. Em Minas Gerais, o programa pretende, em dois anos e meio, levar eletrificação a cerca de 140 mil domicílios que não possuem energia, a maioria deles na região Norte e nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri. Ainda em 2004, a meta é levar energia a 36 mil domicílios mineiros.

O coordenador do programa em Minas Gerais, Jésus Lima, explicou que os principais critérios para escolha dos municípios que receberão a eletrificação são aqueles com menores índices de desenvolvimento humano e de atendimento de energia. Também terão prioridade assentamentos rurais, comunidades atingidas por obras do sistema elétrico, escolas públicas, postos de saúde e populações do entorno de unidades de conservação da natureza, entre outros. Escolhidas as cidades, os critérios para escolha das áreas domiciliares passam a ser definidos por comitês municipais de desenvolvimento rural sustentável. "O principal objetivo do programa é ser um vetor de desenvolvimento social e econômico para regiões excluídas, para cada domicílio da zona rural, visando à redução da pobreza e à geração de emprego, renda e qualidade de vida", disse Jésus Lima.

De acordo com o coordenador do "Luz para Todos" no Estado, o programa vai universalizar a energia elétrica para 12 milhões de brasileiros, de modo a antecipar uma medida que deveria, por lei, ser feita pelas concessionárias até, no máximo, 2014. Para isso, serão necessários recursos da ordem de R$ 7 bilhões, sendo que 74% virão do governo federal (40% por subvenção e 34% por financiamento), com contrapartida de 9,8% dos Estados e 16,2% das concessionárias. O valor médio de cada ligação de energia deve ser R$ 3.600. As condições de financiamento incluem juros de 7% ao ano, com carência de dois anos e outros oito para concluir o pagamento.

Sob a coordenação do Ministério das Minas e Energia e da Eletrobrás, o programa será supervisionado regionalmente por um comitê gestor formado por órgãos energéticos federais e estaduais, concessionárias e agentes comunitários. Além da Cemig, que abrange 774 dos 853 municípios mineiros, o Estado conta com outras quatro distribuidoras.

Aspectos podem ser melhorados

Questionado pelos deputados da bancada do PT/PCdoB, que pediram a realização da reunião, sobre denúncias de possível uso eleitoral da escolha dos municípios nessa primeira fase, o representante do secretário de Estado de Planejamento Econômico, Wilson Brumer, Francisco de Assis Soares, afirmou que é inerente corrigir alguns pontos, uma vez que os municípios que serão contemplados representam só uma parte de todos os necessitados. "O melhor caminho é fazer o programa o mais rapidamente possível, para não deixar ninguém de fora", ressaltou.

Em relação à crítica dos deputados de que a "paternidade" do programa, que é federal, estaria sendo explorada pelo governo estadual, o representante da secretaria lembrou que a universalização da energia elétrica em Minas está contida nos projetos estruturadores da previsão orçamentária do Executivo. Opinião semelhante foi expressa pelo deputado Domingos Sávio (PSDB): "A ação do governo Lula é louvável, como também a de Aécio Neves, que teve ação pronta e eficaz. O programa é do povo mineiro e brasileiro que paga suas contas de luz", defendeu.

"Este é o primeiro programa totalmente gratuito para o consumidor rural", destacou o deputado Durval Ângelo (PT). Os deputados André Quintão (PT), presidente da comissão, e a deputada Maria Tereza Lara (PT) também ressaltaram a importância da universalização da energia elétrica. Todos eles, no entanto, afirmaram que é importante o controle social dos beneficiados, para não prejudicar a população realmente carente e que necessita da energia elétrica.

Presenças - Participaram da reunião os deputados André Quintão (PT), presidente; Domingos Sávio (PSDB), Maria Tereza Lara (PT), Durval Ângelo (PT) e Carlos Pimenta (PDT). Também estiveram presentes os representantes da Cemig, José Maria Macedo e Fernando Shuffner; da Companhia de Força e Luz Cataguases-Leopoldina, Newton Dutra; e do Sindieletro, Carlos Alberto de Almeida.

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715