Bonificação por apreensão de armas recebe apoio de entidades

Ao debater o Projeto de Lei 1.551/04, do deputado George Hilton (PL), representantes de entidades de policiais civis ...

15/06/2004 - 00:00
 

Bonificação por apreensão de armas recebe apoio de entidades

Ao debater o Projeto de Lei 1.551/04, do deputado George Hilton (PL), representantes de entidades de policiais civis e militares manifestaram apoio à idéia de se bonificar os agentes, por apreensão de armas, tema da proposição. O projeto foi debatido na Comissão de Segurança Pública, nesta terça-feira (15/6/04), a requerimento de seu presidente, deputado Sargento Rodrigues (PDT). Várias autoridades policiais convidadas não compareceram, o que provocou críticas dos presentes.

O projeto tem o objetivo de incentivar o desarmamento, ao criar um sistema de bônus pecuniários e pontuação na carreira para policiais civis e militares que apreenderem armas sem registro. A proposição estende a concessão dos bônus aos cidadãos que voluntariamente entregarem suas armas à autoridade policial. A regulamentação será feita pelo Poder Executivo, caso o projeto seja aprovado. O PL 1.551/04 tramita em 1º turno e a Comissão de Constituição e Justiça perdeu prazo para emitir seu parecer. A proposição está sob a análise da Comissão de Segurança Pública, cujo relator é o deputado Sargento Rodrigues.

Em sua justificativa na apresentação do projeto, o deputado George Hilton argumenta que o número de assassinatos em Minas Gerais e no Brasil tem aumentado assustadoramente, e muitos dos crimes são cometidos com o uso de armas particulares sem registro. Segundo o parlamentar, "o desarmamento torna-se urgente, pois os homicídios acabam acontecendo por motivos fúteis".

Bonificação vai incentivar policiamento de rua

Para o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiros Militares de Minas Gerais, major Zoé Ferreira Santos, o projeto representa um estímulo à profissão de policial que atua nas ruas, ao premiar somente quem está no sistema operacional, excluindo os policiais da área administrativa. Segundo ele, o Paraná, Estado que tem lei igual já em vigor há mais de um ano, teve seus índices de criminalidade reduzidos, e a apreensão de armas passou de 3.400 por mês para 12 mil, depois da aprovação da lei. Em Minas, foram apreendidas 18 mil armas no primeiro semestre deste ano, índice que poderia triplicar, com a aprovação da lei, na avaliação do major.

O presidente da Associação dos Praças e Bombeiros Militares de Minas Gerais, sargento José Luiz Barbosa, disse que a bonificação vai aumentar a produtividade dos policiais, "o que é da lógica do capitalismo". O diretor do Sindicato da Polícia Civil de Minas Gerais, Valério Schettino Valente, garantiu que o projeto é uma forma de avaliação do policial, ao distribuir o bônus pecuniário e atribuir pontos à carreira.

O deputado Sargento Rodrigues disse que a audiência serviu para subsidiar seu relatório, ao trazer a opinião das entidades representativas dos policiais. Mas criticou a ausência dos representantes da Polícia Civil e do Comando da Polícia Militar. Ele afirmou que vai estudar a possibilidade de aprovar requerimento para a convocação dessas autoridades, o que constitucionalmente as obrigaria a comparecer à comissão.

Críticas - A ausência do chefe da Polícia Civil, Otto Teixeira Filho e do comandante-geral da PM, coronel Sócrates Edgar dos Anjos foi criticada também pelos deputados Alberto Bejani (PTB) e Rogério Correia (PT). Para os deputados, há um desrespeito ao Poder Legislativo, por parte de várias autoridades governamentais. Bejani foi especialmente incisivo ao comentar que mesmo sendo da base do governo, mantém uma postura independente, em respeito ao seu eleitorado. Ele disse que o problema não é tanto com o governo que impõe sua vontade à Assembléia, "mas da postura de alguns deputados que abrem mão de suas prerrogativas em troca de meia dúzia de mataburros".

Sargento Rodrigues afirmou que vai conversar com o presidente da Casa, deputado Mauri Torres (PSDB), para que haja uma posição dele sobre o trabalho da Comissão de Segurança Pública. "O presidente precisa definir o que quer dessa comissão", desabafou Rodrigues. Os deputados criticaram ainda o que chamaram de "mordaça", imposta aos meios de comunicação mineiros, no episódio do movimento dos policiais na semana passada.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PTB), vice; e Rogério Correia (PT).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715