Comissão de Silvicultura debate uso do carvão na siderurgia

A Comissão Especial de Silvicultura debateu com convidados, na reunião desta terça-feira (08/6/04), a utilização do c...

08/06/2004 - 00:01
 

Comissão de Silvicultura debate uso do carvão na siderurgia

A Comissão Especial de Silvicultura debateu com convidados, na reunião desta terça-feira (08/6/04), a utilização do carvão vegetal pelo setor siderúrgico. Os debates giraram em torno da importância da produção e utilização do carvão mineral e também da necessidade de promover o desenvolvimento do setor florestal.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindfer), Luiz Eduardo Ferriati Lopes, apresentou diversos dados sobre a produção de ferro no Brasil e em Minas Gerais. De acordo com ele, o faturamento do setor em 2003 foi de 760 milhões de dólares. Ferriati disse que esse ramo da indústria é responsável pela geração de 15 mil empregos diretos e 50 mil indiretos. Ferriati disse ainda que "Minas não pode viver sem o eucalipto, mas que é preciso definir regras para fazer o plantio corretamente".

O diretor da Associação Brasileira de Produtores de Ferro Liga, Adelmo Melgaço, lembrou que o Brasil é o 8º produtor de ferro liga do mundo, e 8% da produção de carvão vegetal são consumidos pelo setor de ferro liga. Melgaço também fez um apelo: "precisamos criar um órgão que possa cuidar das políticas públicas para a silvicultura porque os produtores não têm a quem recorrer quando precisam".

Falta de investimentos

"O eucalipto, quando bem plantado, tem condição de trazer grandes benefícios para o Estado e o país", afirmou o assessor de meio ambiente da V&M do Brasil, Guilherme Dias de Freitas. Ele também criticou a burocracia que, segundo ele, afasta investidores do setor que é "a galinha dos ovos de ouro" para o Estado. O assessor ressaltou ainda a importância de fazer investimentos no setor.

O deputado Doutor Viana (PFL) disse que esses investimentos são muito importantes para que o Estado se torne auto-suficiente na produção do carvão vegetal. "Em Minas, importamos metade do carvão vegetal de que necessitamos", destacou o parlamentar.

Para o coordenador técnico de carbonização da V&M Florestal, Túlio Jardim Raad, Minas detém a melhor tecnologia do país para produzir carvão vegetal. Ele alertou para o fato de que o comércio mundial de madeira movimenta bilhões de dólares por ano e o Brasil corresponde a apenas 1% desse setor.

Produtividade pode melhorar

A engenheira química e diretora da Biocarbo, Marília Emília de Rezende, falou sobre a importância do carvão para o desenvolvimento do Estado. "É interessante trabalhar com a siderurgia carvoeira, pois é um dos poucos processos industriais que oferece a oportunidade de realizar a efetiva sustentabildade nos setores econômico e ambiental", ressaltou.

O representante da Associação Mineira da Silvicultura criticou a possível criação de uma política especializada para o eucalipto. Segundo ele, deve-se criar uma política que abranja todas as áreas relacionadas ao meio ambiente e que promova a inclusão de pequenos e médios produtores.

O deputado Padre João (PT) disse que o fato de o pequeno produtor não ter acesso ao crédito revela a existência de uma política excludente. O parlamentar afirmou também que é importante a Comissão ouvir especialistas de outras áreas, não só aqueles ligados ao eucalipto. O deputado Célio Moreira (PL), relator da Comissão, falou que ficou surpreso com algumas colocações feitas na reunião e que os debates são importantes para que, ao final dos trabalhos, possa ser redigido um relatório democrático e participativo. Para o presidente da Comissão, deputado Paulo Piau (PP), "é incontestável a importância da madeira para a siderurgia". O parlamentar disse também que falta ao Estado uma política de produção relacionada à madeira.

Prorrogação - O prazo de funcionamento da Comissão da Silvicultura pode ser prorrogado por mais 30 dias. Um requerimento nesse sentido, assinado pelos deputados Paulo Piau (PP), Célio Moreira (PL) e Padre João (PT), foi aprovado. Mas o prazo só será realmente prorrogado através de deliberação do Plenário da Assembléia. A Comissão iniciou seus trabalhos em 17 de maio e tem, originalmente, 60 dias para estudar e propor políticas públicas para o setor florestal.

Requerimentos aprovados

Foram aprovados outros dois requerimentos, ambos assinados pelos deputados Paulo Piau, Célio Moreira e Padre João. Um deles trata do convite de representantes de entidades relacionadas aos próximos temas que serão debatidos em reuniões da Comissão - sólidos e painéis; legislação e regulamentação do complexo florestal industrial; e política setorial. O outro requerimento, assinado pelos deputados Leonardo Quintão (PMDB), Célio Moreira e Padre João, pede a inclusão como membro permanente da Comissão, do coordenador técnico da silvicultura da Emater-MG.

Presenças: Participaram da reunião os deputados Paulo Piau (PP), presidente; Leonardo Quintão (PMDB), vice; Célio Moreira (PL), relator; Padre João (PT), Doutor Viana (PFL) e Domingos Sávio (PSDB).

 

 

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