Segurança Pública vai convocar delegado de Cataguases
A Comissão de Segurança Pública vai acompanhar as
investigações dos casos de compra de gado com cheques sem fundo na
região de Cataguases, além de convocar o delegado de Polícia Civil
da cidade, Walter Franco. O motivo da convocação foi o não
comparecimento do delegado à reunião desta terça-feira (8/6/04), da
comissão. Com a presença de dois lesados pelo golpe, a comissão
discutiu formas de resolver o problema, que acontece em outras
cidades do Estado e que já resultou em prejuízos de mais de R$ 400
mil só na Zona da Mata, segundo levantamento de um dos criadores de
gado.
Os criadores Marcelo Constantino Araújo e José
Evandro Araújo contaram aos deputados como é feito o golpe do gado,
efetivado pelos compradores Francisco Lacerda e seu filho, José
Francisco Lacerda, residentes em Astolfo Dutra, também Zona da Mata.
Os dois compram pequenas quantidades de gado, pagam em dia e depois,
adquirida a confiança dos criadores, efetuam uma grande compra, com
cheques sem fundos. Contra o filho, existem 15 processos na comarca
de Cataguases. O golpe já foi denunciado pela imprensa de Juiz de
Fora, mas continua sendo aplicado, segundo os dois criadores.
Para o deputado Alberto Bejani (PTB), autor do
requerimento da reunião, há indícios mais do que suficientes para
que seja decretada a prisão preventiva dos dois compradores, porque
o golpe vem se repetindo e com o mesmo modo de operação. Com o
auxílio do coordenador das Promotorias Criminais do Estado de Minas
Gerais, Júlio César Gutierrez Vieira Batista, o deputado sugeriu que
os processos cíveis sirvam de base a um processo criminal, por crime
de estelionato. Segundo o promotor, os processos contra os dois
compradores são da área cível, o que não possibilita o pedido de
prisão preventiva dos acusados.
Polícia Civil precisa atuar com mais vigor
O promotor sugeriu uma atuação mais abrangente da
Polícia Civil, como instituição, para que todos os processos sobre o
golpe sejam anexados e remetidos a um único juiz, que teria, dessa
forma, indícios suficientes para pedir a prisão preventiva de pai e
filho. O deputado Alberto Bejani acatou a sugestão e disse que vai
ao superintendente da Polícia Civil, Otto Teixeira, pedir a atuação
da instituição, e comunicar a convocação do delegado de Cataguases,
Walter Franco, que não atendeu ao convite para a reunião desta
terça.
Bejani adiantou que, se não houver uma apuração
satisfatória até a próxima reunião da comissão, bem como
esclarecimentos do delegado, vai levar o caso para a CPI do Café,
que tem poderes de pedir quebra de sigilo bancário, fiscal e
telefônico dos acusados. O deputado Rogério Correia sugeriu que a
comissão peça aos promotores de Cataguases a prisão de Francisco e
José Francisco Lacerda. Os promotores enviaram correspondência à
comissão justificando a ausência na reunião desta terça. Pelo
requerimento aprovado, eles vão ser novamente convidados. O deputado
Leonardo Moreira (PL) elogiou a coragem dos dois criadores, dizendo
que eles se expõem, para cumprir seu papel de cidadãos. E disse que
a região está assistindo uma mudança de comportamento moral das
pessoas, que antes tinham na honra pessoal seu principal aval nas
transações comerciais.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Alberto Bejani (PTB), vice-presidente da
comissão, que dirigiu a reunião; Rogério Correia (PT), Leonardo
Moreira (PL) e Zé Maia (PSDB).
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