Fórum técnico sobre cerrado mineiro começa na segunda-feira
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Com o objetivo de levantar subsídios para o
aperfeiçoamento das políticas públicas voltadas para o cerrado, a
Assembléia Legislativa, atendendo a requerimento do deputado Ricardo
Duarte (PT), realiza nos dias 14 e 15 de junho, próximas segunda e
terça-feiras, o Fórum Técnico "Cerrado Mineiro: Desafios e
Perspectivas". Para o deputado Ricardo Duarte, o fórum, que tem o
apoio de 28 entidades, deve buscar alternativas para a elaboração de
políticas públicas que sejam orientadas pela sustentabilidade,
conciliando as atividades econômicas com a preservação do meio
ambiente e com o interesse social.
O fórum técnico foi precedido de um encontro
regional, realizado no dia 21 de maio, em Uberlândia. No encontro,
foram colhidas propostas que serão apresentadas nos grupos de
trabalho, em Belo Horizonte. Os participantes do II Encontro
Regional dos Povos do Cerrado, ocorrido em Pirapora nos dias 3, 4 e
5 de junho, também encaminharão à Assembléia sugestões para serem
analisadas durante o fórum.
O presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres
(PSDB), fará a abertura do evento às 8 horas, no Plenário da
Assembléia. Em seguida, o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo fará
uma exposição sobre o tema "O cerrado mineiro e sua ocupação". As
vertentes social, econômica e ambiental do cerrado serão abordadas
em palestra com início previsto para as 9h30. Os expositores são a
diretora do Centro de Estudos Econômicos e Sociais da Fundação João
Pinheiro, Maria Luíza de Aguiar Marques; o ex-ministro da
Agricultura, Alysson Paulinelli; os diretores de Pesca e
Biodiversidade do Instituto Estadual de Florestas, Célio Murilo de
Carvalho Valle; e da Cooperativa Agroextrativista Grande Sertão,
Aparecido Alves de Souza. Logo após a apresentação do tema, o
deputado Ricardo Duarte coordenará a fase de debates.
Às 14 horas, três grupos de trabalho vão estudar
propostas para os seguintes temas:
* Grupo 1: Conservação, Potencialidades e
Biodiversidade, que será coordenado pelo pesquisador da Embrapa Gado
de Leite, Carlos Eugênio Martins
* Grupo 2: Desenvolvimento e Sustentabilidade, sob
a coordenação do assessor de Planejamento da Emater/MG, Márcio
Maia
* Grupo 3: Políticas para a Pesquisa no Cerrado,
coordenado pelo professor do Instituto de Geografia da Universidade
Federal de Uberlândia, Samuel do Carmo Lima
Na terça-feira (15), às 9 horas, a síntese das
propostas dos grupos de trabalho será apresentada na plenária final
do evento, coordenada pelo deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB),
membro da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial. As
propostas aprovadas serão entregues ao presidente da Assembléia e
aos secretários de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, José Carlos Carvalho; e de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Bilac Pinto, no encerramento do fórum. O documento final
servirá como subsídio para possíveis ações legislativas e
executivas. Também será eleita a comissão de representação, que
acompanhará os desdobramentos do fórum técnico.
Cerrado cobre quase metade do Estado
O cerrado caracteriza-se pela presença de árvores
relativamente espaçadas umas das outras, com altura máxima de oito
metros, cujas copas não se tocam. Erguem-se sobre um tapete herbáceo
com predominância de gramíneas. As árvores e arbustos apresentam
galhos e troncos tortuosos. Embora o cerrado seja a vegetação
dominante desse bioma, há também nele formações campestres (campos
limpos, onde predomina o extrato herbáceo) e formações florestais
(cerradões, matas secas e matas ciliares). O cerrado, que cobre
cerca de 50% da área total do Estado, possui solos ácidos e pobres
em nutrientes, tornando-se adequado às atividades agropecuárias, o
que vem provocando sérios problemas de devastação.
No Brasil, a província do cerrado inclui a parte do
sul do Mato Grosso, todo o Estado de Goiás, Tocantins, Mato Grosso
do Sul, oeste da Bahia, oeste de Minas Gerais e o Distrito Federal.
A partir do Brasil central, estende-se para o norte atingindo o sul
do Maranhão e norte do Piauí, para o oeste, cobrindo pequena porção
do Estado de Rondônia, e para o sul, cobrindo um quinto do Estado de
São Paulo. Ocorre, também, em certas partes do Nordeste, em áreas
pequenas e disjuntas, encravadas na Província da Caatinga.
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