Denúncia de tortura leva Comissão de Direitos Humanos ao Norte de MG

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa vai a Montes Claros, no Norte de Minas, na próxima quarta-fe...

04/06/2004 - 00:00
 

Denúncia de tortura leva Comissão de Direitos Humanos ao Norte de MG

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa vai a Montes Claros, no Norte de Minas, na próxima quarta-feira (9/6/04), investigar denúncias de tortura contra o trabalhador rural Eliezer Mendes Lima e outros casos de violência no campo na região. A reunião, que foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), começa às 8 horas, no Plenário da Câmara Municipal, que fica na avenida Doutor João Almeida, 40 - Vila Guilhermina.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, no dia 17 de abril deste ano, Eliezer Mendes Lima teria sido abordado por policiais à paisana que o teriam levado para a delegacia de Coração de Jesus, onde ele teria sido espancado. Ele é um dos acampados na fazenda Covancas, que fica no município de Campo Azul, a 196 quilômetros de Montes Claros. A suspeita é de que os policiais estariam a serviço de fazendeiros da região para intimidar as 50 famílias que ocupam a fazenda Covancas desde novembro do ano passado.

Não é a primeira vez que a Comissão de Direitos Humanos discute os conflitos agrários no Norte de Minas. Em outubro do ano passado, os deputados foram a Montes Claros debater a formação de milícias armadas para intimidar os movimentos sociais de luta pela terra e que promovem ocupações nas fazendas da região. Segundo o Instituto de Terras de Minas Gerais (Iter), só no Norte de Minas existem 59 acampamentos de trabalhadores sem terra, com 4.189 famílias, e mais de 30 ações de reintegração de posse correndo na Justiça. A tensão no campo levou à morte de um trabalhador rural em Janaúba, no ano passado.

Foram convidados para a reunião o comandante da 3a Região da Polícia Militar de Montes Claros, coronel Geraldo Magela Moreira de Freitas; o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Minas Gerais (Incra), Marcos Helênio; o ouvidor agrário nacional, desembargador Gersino José da Silva Filho; o juiz da Vara de Conflitos Agrários de Belo Horizonte, Cássio de Souza Salomé; o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa dos Direitos Humanos, Apoio Comunitário e Conflitos Agrários, procurador Afonso Henrique de Miranda Teixeira; e o diretor-geral do Iter, Luiz Chaves.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715