Sobram auto-escolas, faltam clínicas para exame
psicotécnico
As comissões de Defesa do Consumidor e do
Contribuinte e de Transporte, Comunicação e Obras Públicas
realizaram, nesta terça-feira (25/5/04), uma audiência pública
conjunta para discutir a questão do credenciamento, junto ao
Detran/MG, de clínicas de exame psicotécnico. A reunião atendeu a
requerimento do deputado Chico Rafael (PMDB), que afirmou ter
recebido inúmeras reclamações de candidatos a motorista quanto à
demora e à burocracia para se conseguir marcar exames nas clínicas.
Durante a audiência, os participantes debateram também o alto
crescimento do número de centros de formação de condutores no
Estado. O auditório da Assembléia Legislativa ficou lotado durante
as aproximadamente três horas da reunião.
Segundo números apresentados pelo presidente do
sindicato das auto-escolas do Sul de Minas, Luiz Antônio Lopes,
Minas Gerais conta com apenas 96 clínicas credenciadas, o que leva a
um acúmulo de inscrições para exames psicotécnicos. Ele disse que
Belo Horizonte possui oito clínicas, enquanto que São Paulo tem 200
e o Rio, 187.
Esse suposto congestionamento foi contestado pela
presidente da Associação Profissional de Clínicas de Psicologia e
Medicina do Trânsito de Minas Gerais, Maria José Vilela Lamounier.
Ela afirmou que a média de atendimentos no interior, em abril, foi
de 13 pessoas por dia, o que seria muito pouco. A psicóloga
discordou ainda da informação fornecida pelo presidente da
Associação de Medicina de Tráfego de Minas Gerais, José Elísio
Correia Lima, de que a última clínica credenciada no Estado foi há
seis anos. Segundo ela, nos últimos cinco anos já houve diversos
credenciamentos.
Donos de auto-escolas se queixaram do excesso de
novos centros de formação de condutores. Para o presidente do
sindicato da categoria, Edmar José de Souza, em 1997 havia 920
centros credenciados em Minas, número que cresceu para 1.300 neste
ano. Outros donos de auto-escola disseram que essa multiplicação
prejudica a qualidade do serviço.
Bancas examinadoras são escassas
A reunião parecia se encaminhar para um bate-boca
entre defensores das auto-escolas e representantes das clínicas, mas
aos poucos os participantes passaram a concordar que o maior
problema, como afirmou o deputado Antônio Júlio (PMDB), é a falta de
bancas examinadoras no Estado. Domingos Sávio chamou de
"discriminação" o fato de uma banca examinadora do Detran ficar
ausente de determinadas cidades por cinco ou seis meses. Chico
Rafael prometeu levar o assunto ao conhecimento do governador Aécio
Neves.
Célio Moreira e o próprio chefe do Detran/MG, José
Antônio de Moraes, questionaram o fato de as oito clínicas de exames
psicotécnicos da Capital estarem localizadas ao redor da sede do
Detran. "Belo Horizonte tem oito regionais. Por que não instalar uma
clínica em cada regional?", perguntou o deputado.
Os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Paulo
Piau (PP) também narraram as dificuldades em suas regiões e Antônio
Júlio pediu que uma comissão de representantes de clínicas e
auto-escolas se reunissem para montar uma pauta de
reivindicações.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Célio Moreira (PL), presidente da Comissão
de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, que conduziu a maior
parte dos trabalhos; Laudelino Augusto (PT), Sidinho do Ferrotaco
(PSDB), Paulo Piau (PP), Antônio Júlio (PMDB), Chico Rafael (PMDB),
que presidiu parte da reunião, Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Domingos
Sávio (PSDB), Dinis Pinheiro (PL), Leonardo Moreira (PL) e José
Henrique (PMDB), além das personalidades citadas na matéria.
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