Estado pode ser obrigado a rescindir contrato com a Gtech

O Ministério Público poderá tomar medidas judiciais para obrigar o Estado a rescindir o contrato firmado ente a Loter...

25/05/2004 - 00:00
 

Estado pode ser obrigado a rescindir contrato com a Gtech

O Ministério Público poderá tomar medidas judiciais para obrigar o Estado a rescindir o contrato firmado ente a Loteria Mineira e a Gtech. A afirmação foi feita pelo promotor Rodrigo Souza de Albuquerque, que participou de reunião da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa nesta terça-feira (25/5/04). Ele e o promotor João Medeiros Silva Neto, que acompanharam a auditoria do Estado que apurou irregularidades no contrato da Gtech com a Loteria, participaram da reunião convocada a pedido do deputado Alberto Bejani (PTB).

A auditoria apontou diversas irregularidades, como a ausência de repasses de 25% da receita dos jogos on-line para programas sociais e sucessivos aditamentos que desfiguraram metas estabelecidas pelo contrato original. Uma dessas metas era a instalação de três mil terminais de jogos on-line/real time até o ano 2000. Até hoje, foram instalados apenas 850 desses terminais, o que motivou a aplicação de uma multa de R$ 29 milhões à Gtech. A multa foi perdoada no final do ano 2000, na gestão do governador Itamar Franco. A auditoria constatou também a existência de seis contas "fantasma" da Loteria Mineira abertas no Banco do Brasil entre 1999 e 2000, que somam R$ 890 mil.

Diante dessas e outras irregularidades, a auditoria apresentou um relatório final, cuja conclusão sugere a rescisão do contrato da Loteria Mineira com a Gtech. O relatório foi concluído no dia 6 de abril, mas até hoje o Estado não tomou nenhuma providência. Os dois promotores não acham que o Estado esteja sendo leniente, mas garantem que o Ministério Público pode mover uma ação judicial para rescindir o contrato, caso o Executivo não tome uma providência. O contrato foi prorrogado até 2006, e por meio dele, a Gtech ainda explora os jogos Roda da Sorte e Pimba. As videoloterias, que também eram exploradas pela Gtech, estão suspensas por decisão da Loteria Mineira desde fevereiro, quando o governo federal proibiu o funcionamento dos bingos após o escândalo Waldomiro Diniz.

Deputados cobram providências

A deputada Marília Campos (PT) cobrou a rescisão do contrato com a Gtech e a aplicação das medidas propostas pela auditoria do Estado. "O relatório já foi divulgado e até hoje o Estado não tomou nenhuma providência. Será que tudo acabou em pizza?", questionou. O deputado Alberto Bejani enfatizou as irregularidades administrativas da autarquia e foi categórico: "A Loteria Mineira está quebrada. Se o primeiro prêmio for sorteado duas semanas seguidas, vai faltar dinheiro para pagar os ganhadores".

A comissão vai continuar investigando as relações entre a Gtech e a Loteria Mineira. Requerimento apresentado pelo deputado André Quintão (PT) pede a realização de audiência pública com o atual presidente da Loteria, José Mauro Romualdo da Silva, e dois ex-diretores da autarquia, Gil Marcos de Araújo Silva e Genedempsey Bicalho Cruz, para prestarem esclarecimentos. Também foi aprovado requerimento da deputada Marília Campos pedindo que o governo do Estado suspenda o contrato com a Gtech e acate as sugestões contidas no relatório final da auditoria feita na Loteria. Foram aprovadas ainda 21 proposições que dispensam apreciação do Plenário.

Os Projetos de Lei (PLs) 1.357/04 e 1.431/04 foram retiradas da pauta da reunião a pedido do deputado André Quintão. O primeiro, de autoria da deputada Ana Maria Resende (PSDB), dispõe sobre a Política Estadual de Combate à Seca no Semi-Árido Mineiro. Já o PL 1.431/04, do deputado Leonardo Moreira (PL), dispõe sobre a criação de salas de aula nas escolas estaduais para alunos com deficiência auditiva e dificuldades de aprendizado e linguagem.

Presenças - Participaram da reunião o deputado Alberto Bejani (PTB), presidente; a deputada Marília Campos (PT), vice; os deputados André Quintão (PT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Domingos Sávio (PSDB) e Durval Ângelo (PT) e a deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

 

 

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