CPI do Café pretende criar força-tarefa para auxiliar trabalhos

A CPI do Café pretende criar uma força-tarefa com a participação das Polícias Civil e Militar, do serviço de inteligê...

20/05/2004 - 00:00
 

CPI do Café pretende criar força-tarefa para auxiliar trabalhos

A CPI do Café pretende criar uma força-tarefa com a participação das Polícias Civil e Militar, do serviço de inteligência da Polícia Federal, da Secretaria de Estado da Fazenda e do Ministério Público para auxiliar os trabalhos de investigação sobre o desaparecimento de milhares de sacas de café no Estado. Os requerimentos nesse sentido foram aprovados na primeira reunião de trabalho da comissão, realizada na manhã desta quinta-feira (20/5/04). "Com base na investigação feita pela Comissão de Segurança Pública, que apresentou fortes denúncias e indícios, a CPI dará inicio a seus trabalhos, com o auxílio de órgãos sérios e especializados", afirmou o presidente da comissão, deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL).

A Polícia Militar será oficiada a convite do relator da comissão, deputado Rogério Correia (PT), e os demais órgãos, a requerimento do vice-presidente, deputado Sargento Rodrigues (PDT). "A experiência da CPI do Narcotráfico nos mostrou que a formação de uma força-tarefa é muito positiva para as diligências da comissão", ressaltou o vice-presidente da CPI, deputado Sargento Rodrigues (PDT). Ele acrescentou que o apoio do serviço de inteligência da Polícia Federal, que já havia sido oferecido à Comissão de Segurança Pública, trará maior segurança às investigações, uma vez que o desaparecimento de sacas de café tem sido notado em outros Estados e pode, também, ter ligações internacionais.

Posição contrária - O deputado Irani Barbosa (PL), membro da comissão, votou contrariamente ao pedido de designação de um promotor, que será feito pela CPI ao Ministério Público; e mostrou-se contrário ao pedido de acompanhamento militar. "A Assembléia tem seu papel constitucional, seus poderes próprios. A CPI funciona por analogia ao inquérito policial e suas conclusões é que devem ser enviadas ao Ministério Público.", afirmou.

Ao encaminharem a discussão dos requerimentos, os deputados Sebastião Navarro Vieira, Sargento Rodrigues e Rogério Correia discordaram de Irani Barbosa e pronunciaram-se favoráveis à formação da força-tarefa. "O promotor pode prestar relevante trabalho no encaminhamento de procedimentos da CPI, como pedido de prisão preventiva e quebra de sigilo telefônico. Já a PM está instalada nos 853 municípios do Estado e tem todas as condições de oferecer o auxílio que a CPI necessitar, como prestar informações e até mesmo escoltar as autoridades legislativas", defendeu Sargento Rodrigues.

Primeira reunião será em Carmo do Rio Claro

A CPI da Café aprovou, ainda, dois requerimentos pela realização de reuniões com convidados. A primeira reunião, solicitada pelo deputado Sargento Rodrigues, será em Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas. Serão ouvidos o promotor daquela comarca, Cristiano Cassiolato; o delegado da Polícia Civil, Marcos Tadeu; e os produtores rurais Isabel Lemos, Eleir Ribeiro de Carvalho e Antônio Inácio Claudino; além dos proprietários das empresas Armazéns Gerais Ouro Preto Ltda. e Exportadora de Café do Carmo Ltda.

As denúncias de desaparecimento de sacas de café em Carmo do Rio Claro e em Conceição da Aparecida foram as primeiras que chegaram à Comissão de Segurança Pública, no mês de março. De acordo com as apurações da comissão, foram desviadas pelo menos 18.400 sacas de café dos galpões das empresas. Apesar de o promotor da comarca ter solicitado a prisão preventiva dos proprietários no dia 19 de abril, o pedido ainda não foi decretado pela Justiça.

O outro requerimento pela realização de reunião, apresentado pelo relator, deputado Rogério Correia, tem o objetivo de reunir diversas autoridades que investigam denúncias de sumiço de café em municípios do Sul de Minas e da Zona da Mata.

Deputado apresenta histórico

Durante a reunião, Rogério Correia apresentou aos membros da CPI um levantamento das principais denúncias que foram recebidas pela Comissão de Segurança Pública desde março. Além das empresas de Carmo do Rio Claro e Conceição da Aparecida, existem denúncias de desvio em Guapé, Poços de Caldas, Muzambinho, Poço Fundo e Lavras, no Sul de Minas; e Espera Feliz, na Zona da Mata. Os casos registrados contabilizariam cerca de 435 mil sacas. De acordo com o deputado, o cálculo não inclui casos de roubo de carga, já detectados em cidades como Juiz de Fora, Guaxupé e Machado.

"O produtor precisa contar com cooperativas e armazéns para depositar sua produção, por isso é preciso separar o joio do trigo e restabelecer a confiança nas empresas sérias. Se for preciso, vamos sugerir uma mudança na legislação, que impeça o uso indevido dos bens ali depositados", afirmou o presidente, Sebastião Navarro Vieira.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sebastião Navarro Vieira (PFL), presidente; Sargento Rodrigues (PDT), vice; Rogério Correia (PT), relator; Adalclever Lopes (PMDB), relator auxiliar; Fábio Avelar (PTB) e Irani Barbosa (PL).

 

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