Deputados debatem parque tecnológico em Uberlândia
A implantação de parques tecnológicos para aplicar
o conhecimento produzido nos centros de pesquisa universitários em
empreendimentos capazes de gerar empregos e desenvolvimento pode ser
uma saída para a estagnação econômica do Estado. Essa constatação é
endossada por deputados, governantes, professores universitários e
lideranças empresariais participantes da audiência pública da
Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização realizada na manhã
desta quarta-feira (19/5/04), na Câmara Municipal de Uberlândia.
Há sete parques tecnológicos em implantação em
Minas, cada um voltado para a principal vocação da região. Em
Itajubá, o governo pretende estimular o setor eletroeletrônico. Em
Uberaba, o desenvolvimento genético da pecuária. Em Uberlândia, a
indústria moveleira e o setor de biotecnologia. Em Lavras e Viçosa,
empreendimentos voltados ao agribusiness. Em Itabira, o setor de
mineração.
"Acredito que já no mês de junho teremos definidos
os parceiros para concretizar o projeto aqui de Uberlândia", disse o
secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Olavo Bilac Pinto
Neto. "Temos aqui uma área ampla, bem localizada, temos centros
acadêmicos de pesquisa, duas incubadoras de empresas de base
tecnológica e uma cultura empreendedora, temos o apoio das
lideranças municipais e empresariais. Tenho certeza de que vocês vão
se orgulhar do seu parque tecnológico", acrescentou, dirigindo-se à
platéia de vereadores, empreendedores e universitários.
Bilac Pinto diferenciou parque tecnológico de
distritos industriais. "O foco não depende principalmente de espaço
físico e de capitais financeiros, mas de capital intelectual e
capacidade empreendedora. Assim, os jovens que desenvolverem uma boa
idéia que possa ser colocada a serviço da sociedade podem receber
apoio financeiro e técnico para trabalhar incubados até se tornarem
empresas".
A coordenadora do Programa de Inovação Tecnológica
do Parque Industrial Mineiro, Ana Flávia Lourenço Esteves Martins,
esclareceu que "o arranjo parque tecnológico é um modelo novo de
desenvolvimento que talvez não dê um retorno tão rápido quanto os
distritos industriais, mas que certamente será vitorioso". Segundo
ela, não faltam recursos para esses apoios. "No ano passado, sobrou
recurso e faltou projeto no BDMG. O diferencial no acesso aos
recursos do Fundo de Fomento Socioeconômico de Minas Gerais
(Fundese) é de 4% de juros para quem estiver dentro dos parques e 6%
para quem estiver fora".
O deputado João Bittar (PL) presidiu a reunião e
saudou a iniciativa do parque tecnológico com otimismo: "O sucesso
de qualquer empreendimento depende da capacidade de quem empreende,
e confiamos no apoio do governo nesta busca de novos caminhos. No
parque, teremos condições de ambientar e acolher todos aqueles
capazes de empreender".
Leonídio Bouças (PTB) constatou o esvaziamento
econômico do país e do Estado. "O Brasil caiu do 8º lugar para o 15º
PIB mundial. Receio que possa despencar ainda mais se não
conseguirmos alavancar nossa capacidade de concorrer com as novas
tecnologias. Minas caiu da 2ª para a 3ª posição nacional. Precisamos
da força institucional do governo para consolidar Uberlândia como 2º
pólo de desenvolvimento do Estado, aproveitando nossa facilidade
logística, nossos grandes empreendedores e nosso espaço propício",
reivindicou o deputado.
Olavo Vieira da Silva, representante do prefeito
Zaire Rezende, revelou que o terreno de 5 hectares foi doado pela
imobiliária Gávea, que reservou outros 35 hectares para futuras
expansões. Disse ainda que há 11 centros universitários na cidade,
dos quais três já estão engajados no projeto: Universidade Federal
de Uberlândia (UFU), Centro Universitário do Triângulo (UNIT) e
Universidade de Uberaba (Uniube).
Presenças - Participaram
da reunião os deputados João Bittar (PL), presidente; e Leonídio
Bouças (PTB), além do secretário de Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais, Olavo Bilac Pinto, do representante do prefeito de
Uberlândia, Olavo Vieira da Silva, e da coordenadora do Programa de
Inovação Tecnológica do Parque Industrial Mineiro, Ana Flávia
Lourenço Esteves Martins
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