Direitos Humanos pede agilidade na apuração de morte na MG-10

O laudo da perícia técnica de balística relativo à operação da Polícia Militar realizada na MG-10, próximo a Vespasia...

18/05/2004 - 00:00
 

Direitos Humanos pede agilidade na apuração de morte na MG-10

O laudo da perícia técnica de balística relativo à operação da Polícia Militar realizada na MG-10, próximo a Vespasiano, em 25 de fevereiro, que culminou na morte da comerciante Ana Paula Nápolis da Silva, foi discutido pela Comissão de Direitos Humanos, nesta terça-feira (18/5/04). O laudo indicou que a arma que matou a comerciante não pôde ser identificada, em virtude de a bala retirada do corpo dela ter sido danificada. O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo(PT) criticou a morosidade do inquérito policial e pediu agilidade, "porque a demora só aumenta a dor da família e lança dúvidas sobre a lisura da investigação".

A morte de Ana Paula Nápolis da Silva aconteceu depois de um tiroteio com três assaltantes que haviam roubado um carro em Contagem e fugiram para a MG-10. A Polícia Militar montou um cerco com carros de civis, que foram obrigados a descer de seus veículos e entrar no mato próximo à rodovia. Participaram do cerco 13 policiais e seis viaturas. No episódio ficou ferido o superintendente de Operações da Cemig, Tarcísio Celso de Castro. Esta é a segunda audiência a tratar do assunto e, de acordo com Durval Ângelo, a morosidade do inquérito deve-se à demora da Polícia Militar em encaminhar os policiais envolvidos para depoimento.

O comandante da 7ª Regional da PMMG, à qual está subordinada a guarnição que participou do cerco, coronel Reinaldo Martins, disse que não há interesse da PM em atrasar o processo, que tudo está sendo feito dentro dos prazos. Ele informou que o Inquérito Policial Militar (IPM), aberto dois dias depois do fato, e que corre paralelo ao inquérito civil, foi remetido à Justiça Militar no dia 28 de abril, por ter sido esgotado o prazo legal. O IPM pede três providências: a reconstituição do fato; o laudo pericial do tiro sofrido por um dos assaltantes; e a perícia técnica do local. Com estas providências, o inquérito volta à Polícia Militar.

O coronel informou ainda que foram encaminhados para depoimentos quatro policiais militares nesta terça e que na quinta-feira (20) outros seis devem ser ouvidos. Dois representantes de entidades de policiais militares defenderam a apuração, denunciaram o desaparelhamento da polícia e pediram que os militares não sejam condenados antes do pronunciamento da Justiça. O presidente da Associação dos Oficiais da PMMG, major Zoé Ferreira dos Santos, disse que o inquérito não é peça fundamental para a condenação. O presidente da Associação dos Praças da PMMG (Aspra), sargento José Luiz Barbosa, afirmou que a demora do inquérito inquieta também os policiais militares envolvidos e suas famílias.

O chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, delegado Elcides Guimarães, que representou o delegado Vicente Guilherme, encarregado do inquérito policial, explicou que mais importante que o prazo de apuração é uma apuração completa e isenta do caso. Ele disse que a polícia trabalha com poucos recursos, para apurar 3.600 inquéritos de cinco delegacias de homicídios. Sobre o laudo balístico, ele disse que não se pronunciaria, por se tratar de um assunto técnico, mas garantiu que a deformação de balas, em contato com ossos, é comum.

O tio da comerciante, José Hamilton da Silva, afirmou que a família aguarda com expectativa a apuração do caso, que já completou 84 dias. Ele informou que a família entrou na Justiça pedindo a responsabilização civil do Estado e uma pensão para o filho menor de Ana Paula. A 5ª Vara da Fazenda Pública concedeu o pedido, diminuindo, contudo, o valor da pensão de R$ 2.400 para R$ 480 mensais. A família já recorreu.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Roberto Ramos (PL), vice; e Biel Rocha (PT). Além dos convidados citados na matéria, participou da mesa o coordenador do Projeto de Fortalecimento da Ouvidoria da Polícia, Genilson Ribeiro Zeferino.

 

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