Entidades empresariais querem maior consumo de gás natural

Críticas à pequena participação do gás natural na matriz energética brasileira e pedidos de apoio governamental ao se...

17/05/2004 - 00:00
 

Entidades empresariais querem maior consumo de gás natural

Críticas à pequena participação do gás natural na matriz energética brasileira e pedidos de apoio governamental ao setor de gás natural veicular (GNV) deram o tom dos discursos de representantes de entidades empresariais que participaram do Ciclo de Debates "Gás Natural para o Desenvolvimento", realizado no Plenário da Assembléia Legislativa nesta segunda-feira (17/5/04). A defesa da maior utilização do gás natural e da redução de impostos incidentes sobre o gás foi praticamente uma unanimidade entre eles.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Romero Oliveira Silva, aproveitou a presença da representante do Ministério das Minas e Energia para pedir apoio do governo e cobrar o planejamento integrado do setor energético. Para ele, ainda faltam uma política de preços bem definida, investimentos no escoamento da produção e uma campanha educativa para esclarecer a população dos benefícios do gás natural. "É preciso um processo de comunicação que ganhe a mídia nacional. E as distribuidoras de gás não têm dinheiro para isso", disse.

Já o secretário executivo da Conselho de Infra-Estrutura e Privatização da Fiemg, Marco Paulo Dani, lembrou que a participação do gás natural na matriz energética do Estado é de apenas 1,4%, contra a média nacional de 7,5%. Ele elogiou a preocupação da Petrobras com o mercado de gás mineiro e apresentou as duas principais reivindicações do setor: aumento da disponibilidade do produto e o interesse em fornecer bens e serviços para a expansão da oferta de gás. Segundo ele, Minas é responsável pelo consumo de 17% de toda a energia industrial do País. Para resolver os problemas do setor, o coordenador da câmara setorial do GNV na Fiemg, Pedro Enrique Zwaal, sugeriu a redução de impostos para o setor, a construção de novos ramais de distribuição e uma campanha educativa para estimular o consumo de gás.

Alíquota do ICMS para gás veicular

O presidente do comitê de GNV do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), R. Fernandes, lamentou a redução do número de carros convertidos ao GNV depois que o governo do Estado aumentou a alíquota de ICMS sobre o gás em 2001. De acordo com ele, a atual alíquota do imposto sobre o GNV em Minas (18%) é a maior do Brasil, cuja alíquota média é de 12%. Além disso, segundo Fernandes, os preços da gasolina e do álcool estão muito baixos em comparação com o GNV, o que tem provocado uma retração nas empresas ligadas ao gás em Minas. Como incentivos ao setor, o IBP propõe redução do ICMS incidente sobre o GNV, desconto no IPVA para os veículos convertidos, expansão da rede distribuidora de gás, agilização das licenças para funcionamento de postos GNV e aquisição de frota convertida pelo Estado.

O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa-MG), Cláudio Arnaldo Lambertucci, pintou um retrato sombrio do setor após o aumento do ICMS sobre o gás. O número de conversões de veículos para o GNV saltou de 110 em 1998 para 11.580 em 2001, para então começar a declinar. Neste ano, até o final de abril, segundo ele, foram feitas 1.290 conversões. A arrecadação do setor em Minas também apresentou a mesma variação. Aumentou de R$ 31 mil em 1998 para R$ 3,3 milhões em 2001, e neste ano, até agora, foi de apenas R$ 323 mil, de acordo com o Sindirepa. O presidente do Sincavir, sindicato que congrega os taxistas, Isaías Pereira, também reclamou do aumento do ICMS sobre o gás e das exigências para a renovação da licença de circulação dos táxis convertidos.

Disponibilidade é pequena em MG

O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, criticou a pequena disponibilidade de gás natural para o mercado mineiro, a falta de campanhas de divulgação sobre os benefícios do gás natural e a quantidade insuficiente de investimentos para prospecção na bacia de Campos (RJ). Quanto à parceria com a Petrobras, Morais garantiu que a proposta seria apresentada nesta segunda-feira ao conselho administrativo da Gasmig, para depois ser analisada pelo conselho administrativo da Cemig e finalmente submetida à Assembléia, para então ser definitivamente formalizada.

Ao final do evento, o representante da Fiemg, Ari Fialho Júnior, entregou ao presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), a "Carta de Minas". O documento, elaborado pelas entidades ligadas ao gás natural, apresenta um diagnóstico do setor, as principais reivindicações dos diversos setores envolvidos com o GNV e sugestões para a utilização do gás natural pela indústria, com ações a serem desempenhadas pelos governos estadual e federal.

Presenças - Além dos participantes citados, também compareceram ao ciclo de debates os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), Sidinho do Ferrotaco (PSDB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e as deputadas Jô Moraes (PCdoB) e Ana Maria Resende (PSDB).

 

 

 

 

 

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