Marcus Pestana presta contas de atividades da Secretaria de Saúde

Atendendo a requerimento do deputado Ricardo Duarte (PT), o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, apresentou...

13/05/2004 - 00:01
 

Marcus Pestana presta contas de atividades da Secretaria de Saúde

Atendendo a requerimento do deputado Ricardo Duarte (PT), o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, apresentou, nesta quinta-feira (13/5/04), aos integrantes da Comissão de Saúde da Assembléia, um relatório contendo a prestação de contas de sua pasta no primeiro trimestre deste ano. Durante uma reunião que durou aproximadamente quatro horas, o secretário narrou as principais ações da Secretaria e os planos para o futuro.

Pestana, que é economista, dividiu sua fala em duas partes. Na primeira, falou sobre a linha adotada pelo governo Aécio Neves no sentido de promover um ajuste financeiro e orçamentário das contas públicas estaduais. Na outra parte, demonstrou como andam os projetos sob a responsabilidade da Secretaria da Saúde.

O secretário atribuiu as dificuldades financeiras vividas hoje pelo País ao endividamento contraído a partir dos anos 1970 pelo governo militar. "Nossa geração paga hoje uma conta do passado", disse ele, lembrando que o cenário de escassez de recursos para a saúde fica ainda mais agravado com a estagnação econômica. Apesar do quadro obscuro apresentado, Pestana se mostrou otimista com relação ao futuro. "Podemos visualizar um 2005 e 2006 promissores", disse ele, atribuindo essa confiança à recuperação das finanças públicas, eixo prioritário do governo do Estado

Marcus Pestana citou programas como o Pró-Hosp, voltado para a melhoria dos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais; o Viva Vida, que tem o objetivo de reduzir a mortalidade infantil no Estado; e o Farmácia de Minas, voltado para a distribuição de medicamentos nas unidades de saúde dos municípios, como exemplos de sucesso. No caso deste último, o secretário afirmou que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) fabrica atualmente 32 dos 40 medicamentos que constam da lista básica, que inclui antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e outros. Essa lista deve passar a ter 60 remédios em 2005, dos quais 40 poderão ser produzidos pela Funed.

Em relação às ações deste ano, Marcus Pestana centrou sua explanação em três itens principais: o atendimento ambulatorial, que somou 32 milhões de procedimentos em janeiro e fevereiro de 2004, as 293 mil internações hospitalares no primeiro trimestre e as 40 auditorias realizadas, sendo que 151 processos já foram instalados.

Deputado cobra execução orçamentária

Depois de ouvir as palavras do secretário, o deputado Chico Simões (PT) elogiou o fato de ele ter reconhecido que o Estado está em situação difícil. Simões apresentou dados sobre a execução orçamentária da Secretaria da Saúde até o dia 12 de maio, mostrando que em diversos itens o governo gastou menos que o previsto, chegando a zero em alguns casos, como o investimento na própria Funed e na regionalização da saúde.

Pestana explicou que isso é normal, uma vez que no início do ano há questões sazonais que devem ser levadas em conta, como o período de férias, Carnaval e a própria prudência da equipe econômica a cada início de ano. O secretário sacou uma página do jornal carioca "O Globo" contando uma reportagem mostrando que a mesma situação ocorre no governo federal. Ele garantiu, no entanto, que todo o orçamento disponível para este ano para a saúde - R$ 820 milhões - será executado.

Ameaça de corte no orçamento preocupa

Os deputados Carlos Pimenta (PDT), Fahim Sawan (PSDB) e Neider Moreira (PPS) elogiaram a atuação de Pestana frente à Secretaria de Estado da Saúde e destacaram a importância dos programas desenvolvidos pela pasta. Pimenta fez um apelo no sentido de que não haja redução no orçamento para a saúde. Neider ponderou que, se esses cortes forem realmente necessários, que eles não sejam feitos no custeio. Sawan também mostrou-se preocupado com o assunto. Pestana, porém, procurou tranqüilizá-los ao negar boatos de que a verba de sua pasta sofreria cortes para ajudar no reequilíbrio das finanças públicas.

Já o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) afirmou que o governo federal não deixou de repassar a Minas Gerais a totalidade de recursos previstos para a área da saúde, lembrando inclusive que, em 2003, a verba repassada foi maior que a prevista inicialmente. O parlamentar cobrou do Estado o cumprimento da Emenda à Constituição Federal 29, que prevê investimentos de 12% do orçamento na saúde em 2004.

"Se o município não cumpre o mínimo constitucional, penaliza não só a si próprio como aos municípios vizinhos. O mesmo ocorre com o Estado, que penaliza todo o sistema", afirmou Adelmo Carneiro Leão. Ele disse que não aceita a justificativa do governo estadual, segundo a qual a emenda ainda não foi regulamentada, para se recusar a cumprir a lei. O deputado manifestou ainda sua expectativa de que os planos de carreiras dos profissionais da saúde sejam votado definitivamente ainda neste ano.

O presidente da comissão e autor do requerimento para a realização da audiência com o secretário, deputado Ricardo Duarte (PT), marcou para agosto um novo encontro dos deputados com Marcus Pestana, para nova prestação de contas sobre a atuação da Secretaria no segundo trimestre de 2004. Os deputados pediram que, para a próxima reunião, o relatório seja encaminhado com antecedência para que o encontro possa ser mais produtivo.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ricardo Duarte (PT), presidente, Fahim Sawan (PSDB), vice; Carlos Pimenta (PDT), Célio Moreira (PL), Neider Moreira (PPS), Adelmo Carneiro Leão (PT), Chico Simões (PT), Paulo Piau (PP) e a deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

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