Deputados vão a Noman contra fechamento de agências
bancárias
Preocupados pelo anúncio do fechamento iminente de
várias agências do antigo Bemge em 58 pequenas cidades, cinco
deputados das comissões de Fiscalização Financeira e Orçamentária e
de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa
foram na tarde desta quarta-feira (12/5/04) ao gabinete do
secretário de Estado da Fazenda, Fuad Noman, em busca do apoio do
governo para reverter a decisão do Banco Itaú. Prefeitos de cinco
municípios e a superintendente da Associação Mineira dos Municípios
se incorporaram à comitiva.
O presidente da FFO, Ermano Batista (PSDB),
apresentou a questão ao secretário, relatando a audiência conjunta
das duas comissões que aconteceu na terça-feira (11), no Auditório
da Assembléia. Informou que 300 mil pessoas vão ficar sem
atendimento bancário caso o governo não intervenha para evitar o
fechamento das agências. Outro assunto levado por Batista à
consideração do secretário foi o contrato que o Estado mantém com o
Itaú, assinado ainda no tempo em que o Bemge era estatal. "Quando o
Bemge se tornou banco privado, o Estado deveria promover licitação
para contratar os serviços, e não o fez, descumprindo a lei de
licitações", denunciou o presidente da FFO.
Fuad Noman tranqüilizou o deputado, afirmando que
também não gosta do contrato, mas que mandou analisá-lo a fundo.
"Nem os advogados do Estado, nem o Ministério Público encontraram
qualquer mácula que servisse para cancelá-lo", disse Noman. O
secretário determinou a seu diretor do Tesouro, Eduardo Codo, que
marcasse para esta quinta-feira uma reunião com os diretores do Itaú
em Minas. "Não sei ao certo quanto poder temos para isso, mas vamos
usar o máximo de poder que tivermos para evitar o fechamento dessas
agências", assegurou o secretário.
Fechamento pode liquidar o comércio local
O deputado Chico Simões (PT) criticou que o Estado,
mesmo movimentando R$ 10,8 bilhões por ano através do Itaú, ainda
pague R$ 3,6 milhões ao banco para utilizar seus serviços. Os
deputados Mauro Lobo (PSB) e Paulo Cesar (PFL) expuseram o dano
irreversível que a falta de banco causaria ao comércio das pequenas
localidades. Se os clientes passarem a receber em outra cidade,
acabam por fazer suas compras naquele local. O deslocamento em
alguns casos, como o de Urucuia para Unaí, seria superior a 200 km
por estrada de terra. O deputado José Henrique listou sete cidades
de sua região que dispõem apenas da agência do Bemge.
O prefeito de São Roque de Minas, Cairo Manoel de
Oliveira, questionou a alegação de que as agências seriam
deficitárias: "Nós, prefeitos, estamos prontos a cobrir o déficit
alegado. Acontece que ninguém prova o déficit. Na verdade, essas
agências não correspondem ao padrão Itaú de lucro, que é alto". De
fato, o deputado Chico Simões considera "estupendo" o lucro anual de
R$ 3 bilhões do Itaú.
As 58 cidades onde o Itaú pretende fechar as
agências são Água Comprida, Alagoa, Alvarenga, Argirita, Augusto de
Lima, Barão do Monte Alto, Bom Jesus do Amparo, Brás Pires, Caiana,
Canaã, Caparaó, Capela Nova, Carvalhos, Cipotânea, Comendador Gomes,
Conceição das Pedras, Conceição do Mato Dentro, Córrego do Bom
Jesus, Crucilândia, Cruzeiro da Fortaleza, Divinolândia de Minas,
Entre Folhas, Estrela Dalva, Fama, Fernandes Tourinho, Formoso,
Ibituruna, Ijaci, Itamarati de Minas, Itaverava, Itueta, Joanésia,
Lagoa Grande, Leandro Ferreira, Materlândia, Nova Módica, Ouro Verde
de Minas, Paineiras, Pedra do Indaiá, Piranguinho, Rio do Prado,
Romaria, Rubelita, Santa Efigênia de Minas, Santana do Manhuaçu,
Santo Antônio do Grama, São Gonçalo do Rio Preto, São João do
Manteninha, São José da Varginha, São José do Divino, São Roque de
Minas, Sardoá, Senador José Bento, Senador Modestino Gonçalves,
Tabuleiro, Taquaraçu de Minas, Tumiritinga e Urucuia.
Presenças: - Estiveram
presentes os deputados Ermano Batista (PSDB), Mauro Lobo (PSB),
Chico Simões (PT), Paulo Cesar (PFL) e José Henrique (PMDB), além
dos prefeitos Rutílio Cavalcanti (Urucuia), Gilberto Aguilar (Rio do
Prado), Flávio Alves (Martins Soares), Cairo Manoel de Oliveira (São
Roque de Minas) e Rivaldo Pereira dos Santos (Crisólita); Gisa
Gambogi, superintendente da AMM; Fuad Noman, secretário de Estado da
Fazenda; Leonardo Colombini, subsecretário do Tesouro; Eduardo Codo,
diretor do Tesouro.
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