Diretor reconhece atendimento ruim no Ipsemg mas promete
mudanças
Um inusitado pedido de perdão pelo mau-atendimento
aos usuários e a promessa de melhoria da situação marcaram a
participação do diretor de saúde do Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), o oncologista Roberto
Porto Fonseca. Junto com o pedido de perdão foram feitos outros
compromissos junto à Comissão de Saúde, nesta terça-feira (11/5/04),
entre eles, o de não-privatização do instituto e sua reestruturação
para que atenda melhor aos servidores e a suas famílias. A reunião,
para discutir as mudanças que estão sendo implantadas pelo Ipsemg,
foi requerida pelo deputado Carlos Pimenta (PDT), diante de
reclamações recebidas sobre o atendimento precário no interior, e
sobre a desativação de programas como o Ipsemg-família e o
Ipsemg-farmácia.
Roberto Porto Fonseca, que representou a presidente
em exercício do instituto, Renata Vilhena, garantiu que o Ipsemg não
vai ser privatizado, conforme temor manifestado pelos deputados
Carlos Pimenta e Fahim Sawan (PSDB), que presidiu a reunião. Fonseca
disse que o órgão está passando por um processo de
redimensionamento, visando adequar a oferta à demanda de serviços.
Das 82 agências do órgão no interior, 81 vão ser reestruturadas,
para melhor produtividade e atendimento, ao custo total de R$ 101
milhões. O projeto-piloto foi implantado em Governador Valadares e
custou cerca de R$ 400 mil. A próxima agência a ser reestruturada é
a de Montes Claros, projeto que começa até o final do mês, ao custo
de cerca de R$ 800 mil. A agência de Montes Claros é a maior,
atendendo a 80 cidades e 93 mil usuários, segundo Carlos
Pimenta.
Mesmo reduzindo custos, consultas e exames
aumentaram
O Ipsemg passou por uma redução de atendimentos,
segundo Roberto Porto Fonseca, com a desativação do Ipsemg-família e
a não-renovação de contratos com prestadores de serviço, como forma
de equilibrar os custos. Apesar da redução dos custos, houve aumento
de atendimentos de consultas básicas e exames, segundo o diretor.
Houve ainda, segundo ele, mudanças significativas no hospital do
instituto em Belo Horizonte, como a inauguração de mais 30 leitos de
CTI.
Com um orçamento de R$ 232 milhões para este ano, o
Ipsemg oferece o plano de saúde mais barato do País, de acordo com
Roberto Porto. Com 2 milhões de usuários potenciais, o plano de
saúde do instituto custa no máximo R$ 166,40 por família. A menor
contribuição é de R$ 30,00. Questionado sobre a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin), que corre na Justiça, sobre a
contribuição compulsória de 3,2% para a saúde, o diretor informou
que o Estado prestou todas as informações à Justiça. E manifestou
esperança de que a Justiça vá reconhecer o direito do Estado de
proceder à cobrança. Sobre outros atendimentos como o odontológico e
o de medicamentos, o diretor do Ipsemg afirmou que ambos estão sendo
reestruturados, também para serem adequados à demanda dos
servidores. Roberto Porto disse que o Ipsemg-família não deverá ser
reativado nos moldes em que funcionou quando foi criado. Mas
garantiu que deve haver parceria com o governo federal, que tem o
mesmo programa em funcionamento.
Os deputados Fahim Sawan e Carlos Pimenta
manifestaram preocupação com as notícias de privatização do
instituto e cobraram melhoria do atendimento no interior, pedindo o
recredenciamento de clínicas e hospitais. Defenderam ainda um Ipsemg
forte, "sem as turbulências das constantes mudanças de presidentes".
Fahim Sawan perguntou sobre a dívida do instituto com os prestadores
de serviços. Roberto Porto garantiu que ela está sendo paga
adiantadamente, dentro do cronograma acertado com eles.
A presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg,
Andréa Myrrha Guimarães de Almeida e o presidente do Conselho de
Beneficiários do Ipsemg, Geraldo Antônio Henrique Conceição
defenderam melhores salários para os servidores, como forma de
aumentar a arrecadação do instituto e torná-lo mais forte.
Presenças - Participaram
da reunião dos deputados Fahim Sawan (PSDB), que a presidiu; Carlos
Pimenta (PDT), Célio Moreira (PL) e Rogério Correia (PT) e ainda o
chefe de gabinete da Diretoria de Saúde do Ipsemg, Eduardo Souza
Batista.
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