Ausência de autoridades de segurança pública recebe críticas

A ausência das principais autoridades policiais do Estado na audiência pública desta terça-feira (11/5/04) da Comissã...

11/05/2004 - 00:00
 

Ausência de autoridades de segurança pública recebe críticas

A ausência das principais autoridades policiais do Estado na audiência pública desta terça-feira (11/5/04) da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa foi alvo de críticas por parte dos deputados que a integram. A reunião teve o objetivo de discutir com a comunidade a situação dos órgãos de segurança pública em Minas Gerais, o financiamento das polícias estaduais e a atuação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública (Conseps) da Grande Belo Horizonte. Sem a presença do subsecretário de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de Defesa Social, Agílio Monteiro Filho, e dos chefes das polícias Civil e Militar, Otto Teixeira Filho e Sócrates Edgar dos Anjos, a audiência limitou-se a diagnósticos da situação e da atuação dos Conseps.

O presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), considerou as ausências, e ainda por cima não-justificadas, um desrespeito à Assembléia e à população. De acordo com o parlamentar, essa reunião seria realizada na terça-feira anterior (4/5), mas a pedido do próprio Otto Teixeira Filho, foi adiada para que ele e Sócrates dos Anjos pudessem participar. O deputado Alberto Bejani (PTB) também queixou-se do não-comparecimento dessas autoridades.

O deputado Fábio Avelar (PTB) disse que a questão da segurança vem se agravando dia a dia, e que a solução para o problema não será rápida, pois "é resultado de uma política econômica equivocada". Ele ressaltou a importância dos Conseps como instrumento de ligação entre a comunidade e a polícia.

O procurador de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, Júlio Cézar Gutierez, falou das ações que o Ministério Público vem desenvolvendo para combater a criminalidade. Segundo ele, atualmente há 80 mil mandados de prisão a serem cumpridos contra 45 mil pessoas, sendo que 25 mil delas já estão condenadas. Segundo cálculos do procurador, seria necessária a construção de "cinco ou seis" penitenciárias por ano para alojar todos os condenados.

O juiz Adilson Lamounier, por sua vez, lembrou que, há cinco anos, Belo Horizonte era uma das melhores cidades para se viver, mas que hoje a situação está "insuportável, sem perspectiva de melhoria no curto prazo". O representante do Consep da Pampulha, Modesto Marçal, queixou-se dos impostos e taxas cobrados dos cidadãos sem que haja uma contrapartida eficiente do Estado nos campos da saúde, da educação e da segurança pública.

Já o deputado Ermano Batista (PSDB) disse que já ouvia, desde criança, o discurso de que a construção de escolas evita a construção de cadeias. No entanto, o que se vê hoje, afirmou, é que os presídios estão se transformando em quartéis-generais dos bandidos. "A criminalidade deveria ser uma exceção na sociedade, mas está virando regra. É preciso uma mudança estrutural na ordem moral, intelectual e jurídica, senão vamos acabar encolhendo cada vez mais enquanto a criminalidade de expande", alertou o deputado.

Diversos representantes da comunidade manifestaram-se durante a reunião, todos pedindo providências das autoridades para reduzir a criminalidade.

Requerimentos aprovados

Durante a reunião, foram aprovados os seguintes requerimentos: do deputado Alberto Bejani, que solicita sejam convidados o promotor de Justiça e o delegado de polícia de Cataguases para prestarem informações sobre o andamento das investigações sobre crimes de estelionato nas transações com gado na região; e do deputado Rogério Correia (PT), que requer a realização de audiência pública para debater as condições e quais foram os equipamentos usados pelos bombeiros no combate ao incêndio ocorrido no Mercado Novo de Belo Horizonte.

Presenças - Participaram da audiência pública os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PTB), vice; Fábio Avelar (PTB), Rogério Correia (PT), Zé Maia (PSDB) e Ermano Batista (PSDB), além do procurador de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, Júlio Cézar Gutierez, do juiz Adilson Lamounier e do representante do Consep da Pampulha, Modesto Marçal.

 

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