Cipe Rio Doce discute impacto da Hidrelétrica de Aimorés

Os impactos gerados pela construção da Usina Hidrelétrica de Aimorés nos municípios de Resplendor, Itueta, Aimorés e ...

10/05/2004 - 00:01
 

Cipe Rio Doce discute impacto da Hidrelétrica de Aimorés

Os impactos gerados pela construção da Usina Hidrelétrica de Aimorés nos municípios de Resplendor, Itueta, Aimorés e Baixo Guandu são o tema de uma audiência técnica que reúne deputados capixabas e mineiros pertencentes à Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doce), além de técnicos e representantes do consórcio construtor, nesta terça-feira (11/5/04), às 10 horas, na Assembléia Legislativa do Espírito Santo.

Resplendor, Itueta e Aimorés se localizam em Minas, e Baixo Guandu fica no Espírito Santo. A usina está em fase final de construção por um consórcio formado pela Cemig e Cia. Vale do Rio Doce. Embora a represa e a casa de força fiquem em território mineiro, os deputados capixabas, liderados pelo presidente da Cipe Rio Doce, Paulo Foletto (PSB), reivindicam compensações pelos impactos ambientais e sócio-econômicos que pesam sobre o município de Baixo Guandu.

Numa reunião da Cipe Rio Doce realizada em 10 de outubro passado nessa cidade, o próprio presidente da Assembléia do Espírito Santo, Cláudio Vereza (PT), defendeu a aprovação do Projeto de Lei 247/01, do Senado, que regulamenta a compensação financeira pela exploração de recursos hídricos para geração de energia elétrica, aos Estados que sofram as conseqüências ambientais de sua implantação. O projeto foi apresentado pelo atual governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, quando senador.

A usina de Aimorés vai incorporar 330 megawatts ao potencial instalado da Cemig, que é de 7,5 gigawatts. A CVRD arca com 51% do investimento total de US$ 230 milhões e a Cemig com os restantes 49%. A energia gerada vai entrar no sistema nacional interligado, mas a Vale argumenta que entrou no negócio porque consome nada menos que 4,5% de toda a energia elétrica produzida no Brasil. O lago de 31 km2 vai cobrir toda a cidade de Itueta e parte de Resplendor, obrigando o consórcio a construir uma nova cidade para 1.200 habitantes.

Cronograma das obras está atrasado

A previsão para entrada da usina em operação era para outubro próximo, mas dificilmente será cumprida. A construção de Nova Itueta, renegociada com os moradores em melhores condições após a interferência dos deputados em seu favor, e o cumprimento das rigorosas exigências ambientais para que o Ibama libere a licença de operação, são os itens que respondem pelos atrasos no cronograma da obra.

Está confirmada a participação do relator da Cipe, deputado José Henrique (PMDB), na reunião. Também a deputada Cecília Ferramenta (PT), que é vice-presidente, e o deputado Jayro Lessa (PL), devem participar. A programação prevê, a partir das 10 horas, uma exposição do presidente da Assembléia sobre a reativação da Cipe, e outra do deputado Paulo Foletto sobre o envolvimento da Cipe com a Usina de Aimorés. Em seguida, representantes do consórcio prestam informações técnicas sobre a obra.

Depois do almoço, técnicos do Ibama avaliam a qualidade da obra e o cumprimento dos condicionantes determinados no Eia/Rima. A discussão dos impactos ambientais e sociais do empreendimento segundo a ótica dos atingidos vem em seguida. A questão dos royalties, compensações ambientais destinadas aos parques do Caparaó, Sete Salões e à Reserva Biológica de Comboios e ressarcimento pelos impactos são o tema seguinte. Por último, os deputados definem uma agenda de trabalho para as partes envolvidas na questão.

 

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