Mutuários reclamam de descumprimento de acordo com Cohab

Mutuários da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab-MG) reclamaram do descumprimento de acordo feito com a emp...

05/05/2004 - 00:00
 

Mutuários reclamam de descumprimento de acordo com Cohab

Mutuários da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab-MG) reclamaram do descumprimento de acordo feito com a empresa que permitiu a quitação de suas dívidas com o financiamento da casa própria em 2000. Eles participaram nesta quarta-feira (5/5/04) de reunião da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa, convocada a pedido da deputada Maria Tereza Lara (PT).

Segundo os mutuários, em 2000, a Cohab aderiu à Lei Federal 10.150, aprovada no mesmo ano, que permitiu a quitação de financiamentos habitacionais contraídos até dezembro de 1987. A renegociação do saldo devedor seria compensada com recursos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), conforme prevê a mesma lei. Com isso, mais de 40 mil mutuários ganharam o direito de ter suas dívidas liquidadas.

Em agosto do ano passado, no entanto, a dívida voltou a ser cobrada dos mutuários, que passaram a se sentir lesados pela Cohab-MG. "Estão nos fazendo de palhaços. A quitação nos foi dada e depois voltaram a cobrar a dívida", protestou o presidente da comissão de mutuários de Divinópolis, Luiz Mário Giuliani. Segundo ele, os mutuários já cobraram explicações para a retomada dos débitos, mas a companhia nunca lhes deu satisfações.

O presidente da empresa, Antônio Aureliano Sanches de Mendonça, e o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de Política Urbana, Artur Resende do Nascimento, foram convidados para participar da reunião, mas não compareceram. Os dois representantes da Cohab-MG que vieram à reunião se limitaram a dizer que a empresa não é obrigada a aderir à Lei 10.150, mas tem interesse em fazê-lo.

"Uma empresa já foi contratada para analisar como ficará nossa situação financeira se quitarmos essa dívida. Tão logo esse diagnóstico fique pronto, teremos uma posição oficial", explicou a auxiliar administrativa da área de sistema financeiro da Cohab-MG, Vilza Maria Alvarenga. Ela não soube responder ao questionamento da deputada Lúcia Pacífico (PTB) sobre se a empresa vai devolver aos mutuários o dinheiro pago pelas prestações cobradas após o perdão da dívida.

Deputados reclamam da ausência de secretário

O deputado Antônio Júlio (PMDB) protestou contra a ausência de representantes do governo do Estado e pediu que a reunião não fosse realizada por causa disso, com o que concordou o deputado Jayro Lessa (PL). Já o deputado Domingos Sávio (PSDB) cobrou a responsabilidade da Cohab-MG. "Não é justo o mutuário continuar pagando, se já tem direito à quitação. Se isso é um direito das pessoas, é dever do Estado respeitar", afirmou.

A deputada Maria Tereza Lara, por sua vez, defendeu uma solução de consenso entre o Estado e os mutuários e lembrou que o atual governo não pode se omitir das responsabilidades assumidas por governos anteriores. A deputada Lúcia Pacífico também defendeu os mutuários. "A demora na análise dos processos pela Cohab-MG não pode pesar sobre os ombros dos mutuários", disse.

Para dar continuidade a essa discussão, foram aprovados três requerimentos. Dois deles, assinados pelos deputados presentes, pedem que a Cohab-MG envie à comissão cópia do documento que comprovaria sua adesão à Lei 10.150 e informações sobre o valor necessário para a quitação dos débitos a que os mutuários têm direito. Um requerimento da deputada Maria Tereza Lara pede a realização de uma audiência com o governador Aécio Neves tão logo a comissão receba a resposta da Cohab-MG. Foram aprovados ainda outros quatro requerimentos.

Promoções em lojas - A comissão emitiu parecer favorável ao Projeto de Lei 982/03, do deputado Rêmolo Aloise (PL), que estabelece normas para a realização de promoções em estabelecimentos comerciais. O relator, deputado Antônio Júlio, opinou pela aprovação do projeto em 2o turno sem novas alterações. Pelo texto aprovado em 1o turno, ao fazerem liquidações, as lojas e supermercados são obrigados a informar se as mercadorias estão a três meses de sua data de vencimento. Essa informação deve ter o mesmo destaque do anúncio da promoção e do preço do produto.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Lúcia Pacífico (PTB), presidente; Antônio Júlio (PMDB), Maria Tereza Lara (PT), Rogério Correia (PT), Weliton Prado (PT), Domingos Sávio (PSDB) e Jayro Lessa (PL). Também estiveram presentes o gerente jurídico da Cohab-MG, Ronaldo Tadeu Bandeira de Matos; o vereador de Santa Luzia Denilson Aparecido Martins, o gerente de mercado de Estados e municípios da Caixa Econômica Federal (CEF), Marx Fernandes dos Santos; o gerente de mercado da CEF, Walter Garcez Mares Júnior, e a gerente de administração de créditos de terceiros da CEF, Edênia do Amparo Fernandes Lopes.

 

 

 

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